Os clientes que se dirigiram às agências do Banco do Brasil em Boa Vista começaram a segunda-feira enfrentando filas. Conforme relatos, as pessoas ficaram por mais de duas horas esperando atendimento na agência Central. O recente fechamento de duas agências comprometeu o atendimento. Os que esperaram mais de uma hora para realizarem saques no caixa eletrônico, ressaltaram que as outras agências se encontravam na mesma situação.
Às 15h15 de ontem, duas agências do BB ainda tinham mais de 50 pessoas nas filas. O eletricista Kelison Leal reforçou que o fechamento das agências das Avenidas Capitão Júlio Bezerra e Mário Homem de Melo trouxe como consequência um maior número de clientes. Ele explicou que chegou a ir à agência do bairro Asa Branca, zona Oeste, mas a situação era ainda pior.
Com a notícia da abertura da agência da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, ele disse que passou pelo local, mas os caixas eletrônicos não estavam funcionando. Visando melhorias, ele sugeriu que houvesse uma preparação do serviço em período de pagamento do servidor público. “A falta de saque aos fins de semana, na época de pagamento, vem se repetindo a cada mês”, frisou.
Segundo o professor José Roberto, os problemas de saques refletem a falta de preparo da agência. Ele relatou ainda que aos fins de semana as frentes das agências são tomadas por pedintes. “A gente fica preocupado em sacar e ser roubado. Melhor vir durante a semana mesmo. Mas, do jeito que tá, não tem como. São 16h e é a terceira vez que eu venho ao banco para fazer um saque”, lamentou.
O funcionário público Antônio Correia destacou que, após passar por todas as agências da Capital, chegou a convocar pessoas para tirar fotos e entrar na Justiça. “Passei o fim de semana sem dinheiro e com o cartão novo bloqueado. Agora estou aqui, há uma hora pra sacar”, frisou
Uma cliente que não quis se identificar acredita que o salário dos servidores públicos está sendo usado em investimentos. “Durante o fim de semana não estava disponível a operação para o saque e não tenho como sacar o salário que recebi na sexta-feira. O Governo do Estado nos obriga a receber por meio do Banco do Brasil, o que causa transtorno. Nada funciona nesse banco, irei entrar na Justiça”.
BANCO – Em nota, o Banco do Brasil informou que os terminais de autoatendimento localizados nas agências e pontos externos são abastecidos regularmente, de acordo com normas de segurança e que o funcionamento dos caixas eletrônicos é afetado pela qualidade das cédulas em circulação. “Ocorre ainda a recusa de saques após determinado número de notas rejeitadas pelo dispensador de cédulas do equipamento”, disse.
Conforme frisou, a solução definitiva do problema só iria ocorrer quando o Banco Central do Brasil voltar emitir notas para repor as cédulas danificadas. Frisou ainda, que os clientes correntistas e poupadores do Banco do Brasil podem utilizar os terminais do Banco 24 Horas para efetuar saques, pagamentos e verificar saldo sem custo adicional, de acordo com a modalidade do pacote de serviços contratado e tabela de tarifas vigente.
GOVERNO – De acordo com nota enviada pelo Governo do Estado, a disponibilidade de dinheiro em caixas eletrônicos é de responsabilidade da agência bancária e os servidores têm total liberdade para informar o banco onde eles querem receber o salário. (A.G.G)
Em Mucajaí, clientes continuam reclamando da falta de dinheiro
A única agência do Banco do Brasil no município de Mucajaí, na região Centro-Oeste de Roraima, continua com irregularidades na operação de saque. A situação já havia sido noticiada pela Folha no dia 11 de março, mas desde outubro de 2016 que os clientes têm que recorrer às transferências e compras a crédito porque não conseguem fazer saques.
Na maioria das vezes em que os clientes precisam de dinheiro, eles se deslocam até Boa Vista, a 52 km de distância do município. No mês passado, foi publicado que a população transfere dinheiro para a conta de donos de estabelecimentos comerciais para que estes lhe repassem o valor. A agência também atende aos moradores de Iracema, no Centro-Sul do Estado, que por causa da falta de dinheiro nos caixas precisam se deslocar para Boa Vista, a 91,2 km de distância.
O vereador Ateilton Silva (PSC) informou que, no sábado, dia 1º, ele e outro vereador registraram Boletim de Ocorrência na Polícia Civil contra a falta de dinheiro e o mau atendimento no Banco do Brasil de Mucajaí. Na manhã de ontem, Silva foi até o Fórum Juiz Antônio de Sá Peixoto verificar o andamento do processo. Nesta semana, ele disse que irá até a Superintendência do Banco do Brasil, na Avenida Glaycon de Paiva, Centro, no Ministério Público Federal.
HISTÓRICO – Desde fevereiro que Ateilton Silva reclama do Banco do Brasil. No dia 15 daquele mês, ele enviou um ofício ao banco em Boa Vista, que não lhe respondeu. No dia 2 de março, encaminhou ofício para o Procon Assembleia. No dia 20 de março, foi a vez da Promotoria de Justiça da Comarca de Mucajaí receber um pedido seu.
“No sábado um pessoal veio de Iracema e não conseguiu sacar. Eu tenho que ir a Boa Vista, assim como muita gente de Mucajaí. Isso atrapalha toda a cidade e está acontecendo desde outubro do ano passado. Reuni vários relatórios apontando as datas em que ia ao banco e não tinha dinheiro para tentar resolver o caso”, disse.
DEMORA – Outros problemas relatados são: a existência de apenas um caixa de atendimento presencial, gerando filas; aos fins de semana, somente os caixas eletrônicos funcionam, portanto o ar-condicionado é desligado e os clientes passam calor; os papeis para impressão dos comprovantes de extratos e demais serviços também costumam faltar.
Segundo Ateilton Silva, os transtornos persistem. “A nossa lei municipal 325/2011 diz que a espera pelo atendimento bancário só pode demorar trinta minutos. Mas, no Banco do Brasil, leva pelo menos duas horas para chegar a nossa vez.”, denunciou.
BANCO DO BRASIL – A Superintendência do BB em Boa Vista voltou a frisar que os caixas eletrônicos são abastecidos com notas regularmente. “Mas se as cédulas em circulação estiverem danificadas, os caixas são programados para recusarem os seus saques (lembrando que muitas dessas notas são as usadas nos depósitos feitos pelos próprios usuários). Este é o caso da agência de Mucajaí”, frisou.
“Ocorre à recusa de saques após determinado número de notas rejeitadas pelo dispensador de cédulas do equipamento. A solução definitiva de tal problema ocorrerá quando o Banco Central do Brasil voltar a emitir notas para repor as cédulas danificadas”, complementou. (NW)