Cotidiano

Cinco policiais são alvos de operação que combate milícia privada

Operação é resultado de investigações sobre a morte do soldado da PM Ismael Palmeira da Silva, em setembro de 2022, durante a tentativa do roubo de uma aeronave.

Cinco policiais foram alvo da operação Íkaros, deflagrada na manhã desta quarta-feira (15), em Boa Vista. A ação combate uma organização criminosa envolvida em crimes de homicídios, sequestros, roubo qualificado e milícia privada. A informação foi divulgada pela Polícia Civil (veja abaixo o vídeo da operação).

Os mandados de prisão e de busca e apreensão domiciliar tiveram como alvos três policiais militares, um policial penal, um policial civil e um ex-militar do Exército Brasileiro e civis e, também, endereços relacionados aos investigados.

Foram cumpridos dois mandados de prisão de pessoas que já se encontravam presas no sistema prisional. Foram considerados foragidos um policial militar, o ex-militar do Exército Brasileiro e um homem que responde a vários processos de estelionato e extorsão no estado.

Conforme a Polícia Civil, a operação Íkaros é resultado de uma investigação para esclarecer a morte soldado da PM Ismael Palmeira da Silva, ocorrida em 7 de setembro de 2022, durante uma tentativa do roubo de uma aeronave, além de crimes conexos de roubo triplamente qualificado e constituição de milícia privada.

Durante a operação, foram apreendidos três veículos, sete armas de fogo de calibres permitidos e proibidos, três simulacros de arma de fogo, 463 cartuchos de vários calibres permitidos e proibidos, uma granada, um par de algemas, 17 aparelhos de telefones celulares, seis notebooks, quatro máquinas de cartão de crédito e R$ 7 mil.

Um dos policiais militares investigados, segundo a Civil, tentou se desfazer de duas armas de fogo e do aparelho celular durante o cumprimento do mandado de busca domiciliar. Ele arremessou os objetos no quintal do vizinho. Foi encontrada com ele uma grande quantidade de munição de diversos calibres e acessórios, resultando assim na sua prisão em flagrante.

Contra o militar foi lavrado um Auto de Prisão em Flagrante pelo crime de posse irregular de arma de fogo e acessório de uso permitido. O segredo de Justiça foi decretado para não prejudicar as investigações, informou a Civil.


Armas e munições apreendidas na operação – Foto: ASCOM/PCRR

A operação foi coordenada pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), sendo presidida pelo diretor, delegado Marcos Lázaro e a delegada Gianni Delgado Gomes. Ao todo, 85 policiais civis, lotados na DGH (Delegacia Geral de Homicídios), DRACO (Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), GRI (Grupo de Resposta Imediata), GRT (Grupo de Resposta Tática), DPJC (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), DENARC (Departamento de Narcóticos), DPJI (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), DPE (Departamento de Polícia Especializada), DOPES (Departamento de Operações Especiais) e DECOR (Divisão Especial de Combate à Corrupção) participaram da ação policial desencadeada em diversos bairros de Boa Vista.

OPERAÇÃO ÍKAROS – O nome da operação faz alusão à figura mitológica que construiu para si asas de cera e, mesmo advertido por seu pai a não voar muito alto para que as asas não derretessem com o calor do sol, desprezou o conselho e as asas derreteram, morrendo afogado no mar.