Cotidiano

Casos de dengue têm aumento de 1.300%

A dengue voltou a ser assunto de preocupação entre os brasileiros. Em todo o País, houve um aumento de 264% no número de casos confirmados da doença somente nos três primeiros meses do ano. Nos dados regionais, dos 328 casos notificados, 42 foram confirmados, com a maior parte deles em Boa Vista e apenas um em Iracema.

Conforme informado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), no mesmo período do ano passado, foram 312 notificações de casos suspeitos de dengue, com três confirmações. Dois deles ocorreram em Boa Vista e um em Mucajaí. Nesse comparativo, houve um aumento de 1.300% somente em Roraima, já os notificados são considerados dentro da média.

O ano de 2018 foi considerado o mais tranquilo se colocados em contraste com os dados de 2017, quando houve 993 casos suspeitos nos meses de janeiro a março e 40 confirmados. Boa Vista teve 36, Caracaraí ficou com dois, Alto Alegre e Rorainópolis tiveram um cada. Entre as explicações para esse cenário, estão a possível redução de atividades feitas por equipes de saúde e a falta de conscientização populacional. 

A gerente do Núcleo de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, Rosângela Santos, esclareceu que o laboratório estadual está equipado com insumos e consegue dar uma resposta mais rápida sobre os casos confirmados. Dos notificados, ela entende que isso representa que a população está procurando mais os serviços de saúde. 

“Está se fazendo um diagnóstico prévio dos sinais e sintomas, isso é importante para que as unidades básicas e os hospitais estejam atentos. Com relação aos dados de infestação, temos o Lira [Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti] que usamos como indicador. Em 2018, tinha uma baixa nos municípios com alto risco e neste ano temos quatro municípios em alto risco”, explicou.

O alto risco da proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor das doenças infecciosas, ocorre nos municípios de Caracaraí, São João da Baliza, São Luiz e Rorainópolis. Esse aumento da quantidade de mosquitos é também visto como oportunidade de melhoria nas ações de controle.

 “Quando a gente vê esse aumento, é que houve uma descontinuidade nas atividades do controle vetorial da dengue, que é rotina, e não pode deixar que a qualidade caia”, relatou a gerente.

Rosângela enfatizou que cada município tem a responsabilidade da execução das atividades para o controle da proliferação do mosquito e que o Estado realiza a supervisão e controle dessas ações para dar suporte às atividades com o uso do carro fumacê. 

“Diante disso, estamos com o planejamento de treinamento de controle vetorial e manejo clínico com os profissionais de saúde e vigilância epidemiológica para os agentes de endemias”, prosseguiu.

LIXO – Mesmo com as atividades feitas pelos agentes de saúde, o lixo doméstico ainda é um dos principais problemas para que haja o aparecimento das doenças. Durante as visitas feitas pelas equipes nas residências, é observado que os moradores ainda não possuem a consciência de recolher o lixo para que seja descartado corretamente.

“Já estamos nessa ação de supervisão em todos os municípios e notificamos para adequação do número de agentes. Onde há essa fragilidade, estamos fazendo relatório e alertando o gestor para essa situação”, garantiu e completou informando que o Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) também está pronto para eventuais casos de gestantes com zika, para evitar a associação da doença com a microcefalia, conforme surto de casos em 2017.

ZIKA – Em 2019, já foram 26 casos notificados de zika. Dez deles foram confirmados, sendo cinco em Boa Vista, quatro em Mucajaí e um em Iracema. No ano passado, houve 22 notificações, uma confirmação no município de Mucajaí. Em 2017, 201 notificações foram feitas, com 76 casos confirmados e todos em Boa Vista.

CHIKUNGUNYA – Até o momento, foram feitas 70 notificações, com seis casos confirmados em Boa Vista nos três primeiros meses do ano. No ano passado, no mesmo período, houve 138 notificações e 13 confirmados, com a maioria deles também na capital. Em 2017, o ano com maior número de registros da doença, foram 539 notificações e 283 confirmações de janeiro a março. Desse número, 278 foram em Boa Vista.