PERÍODO SECO

Boa Vista decreta emergência e Roraima chega a 12 cidades em crise pela estiagem

Um dos objetivos da medida é viabilizar o armazenamento de água potável em caixas d’água e cisternas para consumo humano

Seca aumenta praia do rio Branco no Centro de Boa Vista (Foto: Lucas Luckezie/FolhaBV)
Seca aumenta praia do rio Branco no Centro de Boa Vista (Foto: Lucas Luckezie/FolhaBV)

O prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), declarou situação de emergência nas áreas de Agricultura, Defesa Civil, Serviços Públicos e Meio Ambiente da capital de Roraima. O decreto válido por 180 dias foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM). Com isso, o Estado chegou a 12 cidades que admitiram viver a crise provocada pela forte estiagem.

Ao adotar a medida, Arthur considerou a forte seca e estiagem em virtude do fenômeno climático El Niño, “que vem castigando o Município de forma nunca vista na sua história”, especialmente nessas quatro áreas da gestão municipal.

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O decreto também considera a necessidade emergencial dos combates aos efeitos da seca, com a devida assistência para garantir o abastecimento e armazenamento de água em locais afetados, e toda a assistência necessária à população, por meio do fornecimento de cisternas e caixas d’água.

RR-205
Vegetação em chamas às margens da rodovia estadual RR-205 (Foto: Reynesson Damasceno)

Pelo decreto, as secretarias municipais de Agricultura e Assuntos Indígenas, Segurança Urbana e Trânsito, por meio da Defesa Civil e das pastas de Serviços Públicos e de Meio Ambiente, estão autorizadas a adquirir bens, serviços e contratar servidores para o atendimento da emergência.

A ideia da medida é:

  • Viabilizar o armazenamento de água potável em caixas d’água e cisternas para consumo humano;
  • Realizar a análise dos pontos de fluxo de água subterrânea para escavação de poços artesianos, cacimbões ou açudes como fonte de água para os produtores agrícolas;
  • Realizar a perfuração de poços artesianos em localidades estratégicas, na zona rural e nas comunidades indígenas, para uma melhor logística de abastecimento do carro-pipa que distribuirá água à região.
  • Viabilizar a disponibilidade de carro-pipa de água potável a população.

Efeitos da crise

Na semana passada, em Boa Vista, por causa do baixo nível do rio Branco – principal curso d’água do Estado -, a captação de água chegou a ficar, em média, 30% comprometida. Segundo a Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), a situação ocorreu em virtude da danificação de uma das bombas de seu sistema, devido aos detritos vindos do leito do rio.

Na tarde desta terça-feira (19), o nível do Branco está em 33 centímetros negativos, o menor desde fevereiro de 2016 – quando foi registrado o menor volume da história (59 negativos). A informação é da ANA (Agência Nacional de Águas).

Desde o início do ano, a população local tem vivido em meio aos focos de incêndio e à fumaça, que têm contaminado o ar e reduzido a visibilidade por todo o Estado. Além disso, o período seco diminuiu a quantidade de chuvas e, consequentemente, o nível dos rios.

Cidades em emergência

No dia 24 de fevereiro, o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), decretou situação de emergência em nove dos 15 municípios: Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã. Posteriormente, Caroebe e São João da Baliza também declararam a situação.