O Banco do Brasil (BB) lançou ontem o Plano Safra, com disponibilidade de R$ 107 milhões destinados a linhas de crédito para o setor de agronegócio em Roraima. Metade desse valor será direcionada aos pequenos produtores da agricultura familiar. Os financiamentos contemplam também médios e grandes investidores agrícolas. O montante é cerca de 20% maior que os recursos liberados no ano passado, quando foram negociados R$ 92 milhões.
Os valores são disponibilizados pelo Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que reeditou anualmente o Plano Safra, o qual compreende o período de julho a junho de cada ano. Para o período de 2016 e 2017 o superintendente estadual do Banco do Brasil, Álvaro Fertig, informou que os juros estão mais baixos em relação ao ciclo de 2015 e 2016.
Segundo ele, para os produtores da agricultura familiar, os juros aplicados anteriormente variavam entre 3,5% e 5,5% ao ano. Atualmente, as taxas estão entre 2,5% e 5,5%, dependendo do montante negociado. Para médios e grandes produtores, os juros anuais ficam entre 9% e 10%. “O banco manteve a política do Ministério da Agricultura, que é reduzir o mínimo de juros aos pequenos produtores”, disse Fertig, ao informar que os índices são aproximadamente 50% menores que a taxa Selic, que hoje é de 14,15%.
Em Roraima, o lançamento do Plano Safra aconteceu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o valor de R$ 107 milhões, anunciado durante a cerimônia, não é limitado, conforme informou o superintendente. “Havendo demanda que exija um montante maior de recursos, faremos o aporte para mais financiamentos”, frisou Fertig. “É importante que os clientes não tenham receio de nos procurar, principalmente os mais humildes, pois estamos à disposição para atendê-los e esclarecer as dúvidas”.
O secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, esteve no lançamento do Plano Safra e destacou o empenho do BB com o desenvolvimento do agronegócio empresarial e familiar de Roraima. Segundo ele, os empreendedores locais, assim como aqueles que estão vindo para o Estado, atraídos pelas oportunidades de negócios, contribuirão com o processo de crescimento. “Nesse trinômio, com a participação de bancos, governo e setor produtivo, acreditamos que Roraima dará um salto no agronegócio”, comentou.
Henklain acredita que as linhas de crédito do Banco do Brasil, mais os recursos do Banco da Amazônia (Basa), Caixa Econômica Federal (CEF) e do setor privado são fundamentais para que investimentos e custeio possam chegar aos produtores e também ao setor agroindustrial.
Com relação a um ambiente favorável ao desenvolvimento agrícola, o secretário adjunto de Agricultura, Francisco Wolney Costa, disse que a regularização fundiária e o zoneamento ecológico são importantes para garantir aos produtores rurais critérios necessários para que possam aderir a financiamentos.
“O lançamento do plano Safra acontece num momento em que o Estado reúne situações adequadas que favorecem à agricultura, como as condições climáticas, investimentos no setor energético, superação de desafios da sanidade animal e vegetal, além do auxílio técnico aos produtores, desde o plantio à comercialização”, disse Costa.