Cotidiano

Bairros campeões de infestação do Aedes são Calungá, 31 de Março e Aparecida

Preocupação maior é com a chikungunya, pois neste ano já foram registradas quase 200 notificações da doença

O segundo Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) deste ano apresentou aumento em quase todos os números em relação ao mesmo período do ano passado, além de deixar Boa Vista em alerta para as doenças transmitidas pelo mosquito. O índice de 3,4%, obtido como resultado, é considerado de médio risco. Em 2016, esse número não atingiu nem 1%. No entanto, a preocupação maior da Superintendência Municipal de Vigilância Sanitária é em relação ao aumento de notificações de chikungunya: quase 182 casos a mais em relação ao segundo LIRAa realizado no ano passado. 

O motivo dos aumentos, de acordo com análise do superintendente municipal de Vigilância em Saúde, Emerson Capistrano, é o fato de a população não ser protegida contra a chikungunya, o crescimento do volume de chuvas em decorrência do fenômeno La Niña este ano e o relaxamento da população quando o assunto é acúmulo de lixo.

“São vários os fatores, apesar de as ações de fiscalização terem sido intensificadas. O que temos observado, principalmente, é que as pessoas relaxaram mais e voltaram a acumular lixo em casa. Cerca de 70% dos focos que encontramos são em lixo doméstico: garrafas, recipientes, latas, pneus, entre outros”, afirmou.

Os bairros com o maior índice de infestação são os das zonas Sul e Norte. Em primeiro lugar, com 11,53%, vem o bairro Calungá, na zona Sul. Em segundo, o 31 de Março e Aparecida, ambos com 8,8%, na zona Norte. Em seguida, o bairro Santa Tereza, com 8,47%, e Nova Cidade, com 7,01%, na zona Oeste.

“Mesmo as pessoas estando mais suscetíveis a doenças, parece que não há tanta preocupação. A sociedade precisa ajudar os agentes no combate ao mosquito. Intensificamos a borrifação, já estamos fechando o calendário de mutirões, mas é preciso conscientização”, pediu Capistrano.

O segundo levantamento foi iniciado no dia 6 de março e terminou quatro dias depois. “Com o resultado do LIRAa em mãos e vendo os bairros com o maior índice, estamos agora na fase de traçar meta, montar o calendário de mutirões e planejar nossas próximas ações. Vamos começar nos locais onde o problema é maior”, frisou.

Apesar da preocupação do órgão municipal, os números do segundo levantamento ainda foram melhores do que o primeiro LIRAa deste ano, realizado em janeiro. O primeiro relatório apontou índice de infestação de 4,4%, o que colocou a cidade em risco de surto.

ÍNDICES – O LIRAa é um método amostral que monitora a densidade larvária. Foi desenvolvido com o propósito de atender à necessidade dos gestores e profissionais que operacionalizam o programa de controle da dengue de dispor de informações entomológicas antes do início do verão, momento que antecede o período de maior transmissão desta doença. É um método de amostragem do tipo conglomerado em dois estágios (quarteirões/imóveis), tendo como objetivo principal a obtenção de indicadores entomológicos de maneira rápida.

Qualquer município que possua mais de dois mil imóveis em sua zona urbana pode realizar o LIRAa. Os resultados são apresentados da seguinte forma: inferiores a 1% são considerados “em condições satisfatórias”; de 1% a 3,9%, considerados “em situação de alerta”; Já os superiores a 4% são aqueles com “risco de surto”.

Ações de combate ao mosquito iniciarão nas escolas com projeto ‘Dengue 10 minutos’

As primeiras ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em Boa Vista, após a divulgação do segundo LIRAa 2017, serão realizadas dentro das escolas municipais. Pelo sétimo ano seguido, a campanha de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana é inspirada nos conceitos do projeto 10 minutos contra o Aedes, desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

“As crianças têm um poder grande de motivar os pais a cuidarem mais da saúde e bem-estar. Nesse projeto, vamos entregar para cada uma delas uma espécie de atividade para casa. No papel, a criança deverá marcar todos os procedimentos que são realizados para combater a proliferação no lar, com ajuda dos pais”, explicou o superintendente municipal de Vigilância em Saúde, Emerson Capistrano, acrescentando que algumas dessas crianças serão selecionadas para receber a visita dos agentes de saúde.

A intenção é ensinar a todos que bastam dez minutos por semana para eliminar os possíveis focos do mosquito em casa. Após ser aplicado em todas as instituições públicas de ensino do município, o projeto será levado às escolas privadas.

“Ainda estamos esperando alguns ajustes desse projeto, mas a intenção é iniciá-lo o quanto antes. O objetivo principal é combater o mosquito e, quem sabe, conscientizando também os pequenos não conseguimos motivar ainda mais os adultos”, destacou.

 

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