Cotidiano

Aumento da imigração faz Pacaraima sofrer com falta d’água

Com aumento da demanda, pressão da água só chega a alguns bairros durante a noite

O aumento da imigração de venezuelanos tem trazido vários transtornos para a população da sede de Pacaraima, entre eles, a falta de água nas torneiras, algo que tem se tornado corriqueiro para os moradores do município.    

Segundo informou o prefeito Juliano Torquato, com o aumento populacional, a adutora que trata e distribui a água não comporta a vazão, assim como as bombas dos poços artesianos já estão no limite.

“Isso é decorrente de uma série de fatores, como o aumento da população, da estação de tratamento que já não da conta de abastecer tanta gente e da crise de abastecimento por falta de chuvas”, disse.

Para suprir a necessidade da população, Torquato disse que já enviou ofício à Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr), desde 20 de janeiro, solicitando apoio de caminhões-pipa para abastecer moradores de alguns bairros.

“Todos os anos isso vem acontecendo e a Caerr sempre nos atende enviando carros-pipa para abastecer a população, e este ano já houve a visita técnica da companhia e fizemos a solicitação, e como ainda não houve resposta de quando começam a abastecer a população com os carros-pipa, vamos fazer uma notificação para que a empresa nos atenda, já que abastecimento é de responsabilidade da Caerr”, disse.

Ele informou que com o aumento da demanda, a pressão da água só chega a alguns bairros durante a noite, e como parte da população não possui caixa d’água em casa para armazenamento, fica sem água.

Torquato informou que Pacaraima, diferentemente dos demais municípios do Estado, é abastecida por poços artesianos, que nesta época de seca ficam com menos vazão, além da estação de tratamento que foi construída para atender os cerca de seis mil habitantes da zona urbana, mas que hoje tem se tornado ineficiente diante do aumento populacional causado pela imigração.     

“A demanda aumentou bastante e hoje temos mais de 40% da população que tínhamos há dois anos, e com isso a estação de tratamento já não comporta mais o atendimento”, disse.  

Além do crescimento populacional nas ruas, ele destaca os dois abrigos de imigrantes que foram construídos no município, que atende mais de duas mil pessoas vindas da Venezuela. 

“A população aumentou muito e temos a necessidade de aumentar a capacidade de tratamento de água, além de construir poços artesianos em alguns bairros e nos abrigos, mas isso é um projeto em longo prazo. O que precisamos agora é de carros-pipa para atender a população”, disse.

OUTRO LADO – Em nota, a Caerr informou que desde segunda-feira, 4, já iniciou os serviços com os caminhões-pipa, carregando água do rio Surumu para ajudar no abastecimento do município de Pacaraima.