Cotidiano

Alunos com deficiência visual aprendem sobre Copa com álbum adaptado

Com o toque dos dedos, Helena de Godoy, de 7 anos e Nicolas David, de 8 anos, vão conhecendo os nomes dos países e os números dos jogadores 

Com o toque dos dedos, Helena de Godoy, de 7 anos e Nicolas David, de 8 anos, vão conhecendo os nomes dos países e os números dos jogadores da Copa do Mundo 2022. Eles estudam na Rede Municipal de Ensino e ambos são alunos da professora Evânia Carvalho, que recebeu de forma gratuita do Instituto Benjamim Constant, o álbum de figurinhas da Copa do Mundo adaptado em Braille.  

Ela utilizou o material em sala de aula, como forma de inclusão social com os alunos estão no Ensino Fundamental I em processo de alfabetização.  

De acordo com a professora Evânia, que leciona desde 2005 e há três anos atua em sala de aula como professora em Braille, as figurinhas doadas pela comunidade escolar, são adaptadas pelos próprios alunos com deficiência visual, que escrevem a sigla do país com o número da sequência da figurinha no álbum com a máquina de escrita braille, e depois colam no álbum adaptado. 


Figurinhas são adaptadas pelos próprios alunos com deficiência visual com a máquina de escrita braille (Foto: Divulgação)

“Eu me cadastrei no site do Instituto Benjamim Constant e recebi diversos materiais didáticos gratuitos em Braille e fiquei surpresa que com ele, veio também o Álbum de figurinhas em Braille da Copa do Mundo 2022. A partir daí, vi que era o momento de mostrar mais uma vez que uma criança com deficiência visual, pode viver as mesmas experiências que as outras crianças, necessitando apenas uma adaptação correta. Desde então, esta oportunidade tem sido explorada”, disse a professora. 

A pedagoga conta que tem aproveitado as oportunidades com a Copa do Mundo, e assim, transformando o aprendizado em algo significativo na vida dos seus alunos. “Eu estou pegando esse momento, em que todas as pessoas de diferentes países estão na euforia da torcida e patriotismo. Vou transformando esses elementos e trazendo para a sala de aula, como aprendizado para eles entenderem e participar do que está acontecendo”, explicou. 

A aluna Helena tem adorado as aulas, pois já aprendeu a escrever nas figurinhas o nome de vários países como: México, Japão, Holanda e o Brasil. “Estou gostando muito de aprender com o álbum de figurinhas que a professora Evânia está levando para a minha escola. E com toda a certeza, o Brasil vai ganhar”, afirmou. 

Para Nícolas, o aprendizado vira uma verdadeira diversão. “Estou aprendendo a ler e escrever em Braille, com a ajuda da professora Evânia. E agora ficou mais divertido com o álbum de figurinhas da Copa do Mundo”, disse. 

DOAÇÃO DE FIGURINHAS 

Para a professora seu objetivo é estimular seus alunos à descoberta de suas potencialidades e do desenvolvimento da autonomia. E ela faz questão de mostrar esse trabalho nas redes sociais pelo perfil no Instagram @profevaniacarvalho, em que ela compartilha diversas metodologias praticadas com os alunos com deficiência visual. E quem quiser doar mais figurinhas, para seus alunos completarem o álbum, pode entrar em contato pelas redes sociais. 


“É necessário inovar na metodologia de ensino do Braille”, destacou a professora Evânia (Foto: Divulgação)

“É necessário inovar na metodologia de ensino do Braille, pois o ensino dos códigos é repetitivo e a aprendizagem se torna mais significativa por meio da ludicidade. Eu já trabalhei em todos os seguimentos da educação infantil e Fundamental I, e voltei ao primeiro amor, quando comecei a trabalhar com o Braille”, destacou a professora Evânia.