5º DP fica sem toner e papel para registrar B.O

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

A crise que assola o Estado de Roraima atinge diretamente o funcionamento das delegacias. Há um mês somente o 5º Distrito Policial, localizado no bairro Raiar do Sol, está registrando boletins de ocorrência em toda a cidade porque falta material como tinta de impressora e papel nas demais delegacias. Durante a manhã dessa terça-feira, 27, populares denunciaram que houve demora no atendimento justamente por falta de material para o registro dos boletins.

A Folha esteve no 5º DP por volta das 10h da manhã e havia mais de trinta pessoas esperando para serem atendidas. Algumas estavam lá há mais de três horas à espera de atendimento e relataram que houve falta de material mais uma vez.

“Cheguei aqui às 7h da manhã, já está perto de dar 11h e ainda não fui atendida. Tive que vir do bairro Aeroporto para cá. Me sinto péssima com essa situação, quando cheguei aqui não tem toner, nem papel, ainda pouco que providenciaram. É um caos e tem muita gente”, disse Luciane Viana.

Ivaneide Jorge estava acompanhando o filho que teve o celular roubado e localizou o aparelho, informou à polícia, mas teve resposta que só poderiam fazer algo se o B.O fosse registrado. Por este motivo Ivaneide aguardava desde as 7h da manhã por atendimento.

Uma moradora do bairro Cauamé aguardava na fila há duas horas para registrar um B.O por exigência da Eletrobras. O lacre do registro de energia de sua casa foi violado e para evitar uma multa, o boletim era necessário. Apesar da demora, ela disse entender a situação do serviço.

 “Eu me compadeço com a situação dos servidores, porque estão há meses sem receber salário, e só tem esta delegacia funcionando na cidade e todos estão tentando atender, mesmo com certa desordem. A cidade inteira está aqui, então é preciso vir preparado para passar um dia inteiro”, relatou.

Kevin Kayo disse que foi registrar um B.O porque perdeu seus documentos e que chegou ao 5º DP às 7h30, mas que até o horário da conversa com nossa equipe, o boletim não havia sido registrado. Tudo que fizeram foi anotar o seu nome em um papel, mas relataram que estavam sem tinta para fazer a impressão.

Tentamos conversar com um dos policiais que estava na delegacia para saber como estavam as demandas e sobre a falta de papel e toner que os populares estavam relatando, mas fomos informados que não estavam autorizados a falar sobre o assunto.

Entramos em contato com a assessoria de comunicação do Estado para obter as informações, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.