
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) sedia, entre os dias 26 e 29 de outubro, o 18º Simpósio de Geologia da Amazônia (SGA), que retorna a Boa Vista após dez anos. O evento, realizado no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF/UFRR), reunirá pesquisadores, profissionais, estudantes e comunidades locais para discutir temas estratégicos da geologia amazônica e o papel de Roraima na nova matriz de desenvolvimento econômico sustentável.
A abertura oficial ocorre neste domingo (26), às 18h30, com a palestra internacional “The Neogene history of the western Amazon: from Pebas System to Amazon River”, ministrada por Carina Hoorn, da University of Amsterdam, e mediada pelo professor Carlos Eduardo Lucas Vieira.
Organizado pela Sociedade Brasileira de Geologia – Núcleo Norte, em parceria com pesquisadores da UFRR, o simpósio contará com grupos de trabalho, apresentações de banners, exposições, palestras e atrações culturais, promovendo a troca de conhecimentos sobre recursos minerais, energéticos, hídricos, geodiversidade e sustentabilidade.
A coordenadora geral do evento, professora Lorena Feitosa, destaca a relevância do encontro: “O Simpósio reafirma seu papel como o principal espaço de diálogo sobre a geologia amazônica, reunindo especialistas do Brasil e do mundo em torno de debates estratégicos para o futuro da região”, afirmou.
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Para o professor Vladimir Souza, que atua há quase três décadas em pesquisas geológicas no estado, o SGA será decisivo para fortalecer redes de colaboração e valorizar a ciência roraimense.
“O evento representa uma oportunidade única para divulgar avanços científicos e reconhecer a importância da diversidade natural e cultural da Amazônia”, ressaltou.
Terras raras e transição energética em pauta
Um dos destaques do simpósio será o debate sobre transição energética e terras raras, tema que ganha força diante das descobertas recentes em Caracaraí (RR). O Complexo Minerário Barreira revelou uma área de 36 hectares com potencial produtivo estimado para 20 anos, além de mais de 100 mil hectares requeridos para pesquisa.
Esses elementos — um conjunto de 17 minérios estratégicos — são essenciais para tecnologias modernas de baixo impacto ambiental, presentes em carros elétricos, turbinas eólicas, painéis solares, smartphones e sistemas de defesa.
“Já temos comprovação, em análises químicas e microscópicas, de que as concentrações de terras raras e outros minerais críticos na região estão muito acima do normal”, explicou o professor Vladimir Souza.
“Enquanto a China lidera a produção mundial, Roraima se destaca pela diversidade e abundância desses elementos, o que pode colocar o estado em posição estratégica na mineração global.”
Os debates também retomam as discussões sobre petróleo, gás e hidrogênio, cujas pesquisas foram iniciadas há cerca de 40 anos pela Petrobras, e voltam a ganhar atenção com novas perspectivas de exploração científica, especialmente na região do Tacutu, em Bonfim (RR).
Mais informações e inscrições estão disponíveis na página oficial do 18º Simpósio de Geologia da Amazônia (SGA).