1° Dia de Campo reuniu cerca de 300 pessoas durante os dois dias de evento

O 1º Dia de Campo sobre Hortifrutis de Boa Vista, que aconteceu nos dias 24 e 25/03, conseguiu reunir cerca de 300 pessoas, entre produtores rurais, estudantes e profissionais do campo, que participaram de palestras gratuitas e ainda puderam conhecer novidades e alternativas na produção da agricultura familiar do município. O evento promovido pela Prefeitura de Boa Vista, aconteceu no Centro de Difusão Tecnológica (CDT), na estrada do Bom Intento, Km 5 (RR 321).

O Dia de Campo contou com palestras gratuitas durante os dois dias do evento, entre elas sobre o Cultivo da Cenoura/Cebola ministrada pelo engenheiro Agrônomo Rafael Sales, da Agristar do Brasil e também tomate/macaxeira, ministrada pelo doutor Daniel Schurt da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-RR).

Dentre as culturas instaladas no CDT para estudos e testagem foram: pepino, abóbora, pimentão, melão, melancia, coentro, cebolinha, quiabo, tomate, jiló, mamão e maracujá. As novidades foram o cultivo de cenoura ,cebola, brócolis e repolho.

O prefeito Arthur Henrique participou da abertura do evento e destacou que a prefeitura é a única do Estado que trabalha com foco especial ao agronegócio. Para isso, é necessário aproveitar, com inteligência e planejamento, essa vocação para o campo, buscando parcerias e atrair mais investidores, principalmente, atender às reais necessidades das famílias produtoras de Boa Vista.

“O 1° Dia de Campo foi um momento importante tanto para o agricultor familiar, como também para o comerciante que fornece insumos e sementes e pode fazer a demonstração dos seus produtos durante o evento”, disse o prefeito.

O evento foi voltado principalmente para o pequeno agricultor que é responsável por 70% dos alimentos que chegam diariamente na mesa do roraimense. “Buscamos mostrar a potencialidade que a cidade de Boa Vista tem para esses tipos de cultivo. E pudemos mostrar ao agricultor que usando a semente correta, o preparo do solo a adubação, ou seja, tecnificando, é possível em qualidade e em quantidade também”, disse o secretário Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), Guilherme Adjuto.

Palestras e experimentos demonstram o potencial agrícola para variar a cultura de hortifrútis em Boa Vista

Foram dois dias de muito aprendizado com diversas palestras voltadas aos produtores, estudantes e profissionais do campo. E quem veio compartilhar experiências, técnicas e conhecimentos sobre hortifruticultura foram os especialistas que entendem do assunto, entre eles, representantes de empresas como Embrapa, Agristar do Brasil, Agrotec, e Potência Agrícola.

O evento entrou para o calendário de capacitações do município, cuja a proposta é diversificar a produção agrícola por meio de novas tecnologias e possibilitar a criação de outros polos de produção com novas culturas de cebola, alface, repolho, pimentão, dentre outros.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma das grandes parceiras do evento, com a oferta de palestras e amostras que permitem o compartilhamento de experiências de sucesso adaptadas, como explica o chefe diretor, Edvan Chagas.

“Nosso principal desafio é desenvolver soluções tecnológicas rentáveis para competitividade e sustentabilidade da nossa agricultura em Roraima. São variedades melhoradas e sistemas de produção adaptados a nossa realidade, com baixo custo para o produtor e excelente retorno econômico”, explicou.

TECNOLOGIAS ADAPTADAS – O pesquisador da Embrapa Roraima, Daniel Schurt ministra a palestra “Manejo de Murcha Bacteriana no Tomate”, uma doença presente em Roraima que dificulta a produção do alimento. Segundo ele, a empresa já possui uma tecnologia que vem para mudar essa realidade.

“O tomate em Roraima vem praticamente de fora, chegando ao consumidor com preço muito elevado. Temos hoje tecnologia e uma forma de manejar o tomateiro que permite uma boa produção. É uma cultura importante, rentável, o agricultor tem esse mercado e a Embrapa está trazendo essa tecnologia para diminuir as perdas na produção”, disse.

E outro tema que a Embrapa está levando aos participantes é “Cultivares de macaxeira para o Cerrado de Roraima”, tendo em vista o grande consumo na região. A palestra é ministrada pelos analistas da empresa, Admar Bezerra Alves e José Alberto Mattioni.

O evento conta também com a palestra do engenheiro agrônomo Rafael Sales, da Agristar Brasil, uma das maiores empresas do país na produção e comercialização de sementes de hortaliças, flores e frutas. O tema é “Cultivo de cebola e cenoura”.

“A intenção é trazer informações técnicas e opções de plantio rentáveis para Roraima. Temos hoje um portfólio com 174 opções de cultivo e produção de hortaliças, mostrando para os produtores que em um pequeno espaço é possível fazer um giro rápido. Tudo isso adaptado para a realidade da região”, explicou.

E o público também pôde aprender ainda mais com os temas “Utilização de drone na agricultura”, com o técnico agrícola Ítalo Carvalho e sobre “Manejo das principais pragas do tomateiro”, com o engenheiro agrônomo Fabio Caprioli da FMC Agrícola.

Participou e aprovou – Quem não perdeu a oportunidade de pegar várias dicas foi o produtor da região do Truaru, Antônio Macedo, um dos sócios-fundadores da cooperativa ‘Coopernova’ e coordenador do projeto indígena ‘Tay Tay’, que consiste na produção de diversas variedades de pimenta, comercializadas nas feiras da capital, com o nome de: Canaimé, Malagueta, Olho de Peixe e Murupi.

“Temos muitos produtores na área de hortaliças e hortifrúti e estamos ampliando nossa cooperativa para atender o mercado. Essa iniciativa é muito útil, atrativa e importante para que nossos produtores sejam capacitados e possam desenvolver novas técnicas. Ao mesmo tempo facilita a elaboração de projetos junto a SMAAI”, contou.

Novidades – Este ano o grande destaque vai para a cultura da cenoura, cebola de cabeça, brócolis e repolho. Porém, quem passar pelo evento poderá conferir, também, o melão mediterrâneo, variedades de macaxeira, além de quatro novas variedades de batata-doce, sendo uma delas com coloração roxa por dentro e por fora.

Nos dois últimos anos o CDT vem intensificando o campo experimental e como o próprio nome diz a proposta desse é difundir a tecnologia, organizando as pesquisas de campo para que o produtor possa acompanhar os experimentos de novas culturas, técnicas de manejo e mecanização.