Cotidiano

“A voz deles somos nós”, diz mulher de militar

Após o ato, as mulheres dos militares foram para a entrada do Palácio Senador Hélio Campos, onde promoveram um panelaço.  

O segundo dia de paralisação geral de servidores públicos contou com reforço das mulheres de policiais e bombeiros militares na manhã desta quarta-feira, 24. O grupo, de aproximadamente 50 pessoas, ajudou a endossar o pedido por maior agilidade no pagamento dos salários atrasados de trabalhadores que atuam nos órgãos da administração estadual.

“O atraso no pagamento dos nossos maridos entra hoje no seu 14º dia e a governadora tem que entender que esse problema não só prejudica a eles, mas também a todos nós. Pelo regimento da profissão, eles não podem paralisar, mas nós estamos aqui para representá-los. A voz deles somos nós”, destacou Jeane Lopes, 37 anos.

Conforme ela, o atraso no pagamento tem afetado mais de 200 profissionais e seus familiares. Para compensar a falta de dinheiro, muitos estão tendo que contar com a solidariedade de parentes para superar o problema.

“A gente está tendo que fazer malabarismo com essa falta de dinheiro, tendo que pegar dinheiro emprestado com parentes para poder comprar comida para nossos filhos e colocar gasolina para a locomoção. Nossas contas estão com os juros aumentando e nada de pagamento. Antes o Governo pagava ao fim de cada mês e depois mudou a data para o dia 10 do mês seguinte. Estamos há 14 dias com atraso e nada de darem uma resposta para os servidores”, comentou.

Durante o período da manhã, mas especificamente entre às 10h e 11h, o grupo, juntamente com outros servidores públicos, bloqueio parte do trânsito em frente à Assembleia Legislativa. Alguns motoristas foram até solidários com a causa, mas outros demonstraram profunda irritação com a mobilização.

Após o ato, as mulheres do militares foram para a entrada do Palácio Senador Hélio Campos, onde promoveram um panelaço.  

“Nosso grupo tem 242 pessoas, no entanto, a grande maioria não compareceu por medo dos maridos sofrerem represarias. Hoje mesmo, um carro oficial parou em frente à Assembleia, tirou foto e foi embora. Mas não vamos nos intimidar”, pontuou Edinilza Freitas.