Um grupo de candidatos do concurso público para professores municipais promete protocolar, ao longo desta quarta-feira (29), mais de 300 recursos contra supostos descumprimentos ao edital do certame, que oferta 771 vagas, distribuídas entre os cargos de pedagogo (700), arte educador (56) e educador físico (15).
A principal reclamação é de que a banca organizadora Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional) deixou de divulgar, no resultado preliminar da prova discursiva, as notas de centenas de candidatos que obtiveram a nota mínima de 44 pontos na objetiva, exigida para a correção da redação.
Conforme o edital, o candidato que obtiver, no mínimo, 50% do total de pontos das provas objetivas (total de 88 pontos) e discursivas (4), não podendo ocorrer a pontuação igual a zero em nenhuma das disciplinas, será considerado classificado.
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Uma das candidatas foi a pedagoga Flávia Virgínia Ribeiro Duarte, que atingiu 46 pontos da prova objetiva, mas não teve a nota da discursiva publicada no edital de resultado preliminar nessa terça-feira (28). “A gente tá com a média, precisa ter a nossa redação corrigida e a gente tá querendo uma resposta, porque pelo edital são 700 vagas a serem corrigidas as redações, 350 cadastro de reserva e o dobro, totalizando 1.400 redações que devem ser corrigidas”, afirmou.
“A questão é não ser aprovada ou reprovada, mas o meu direito de saber minha nota, se eu tirei 0, quero ver meu 0 e saber o porquê do meu 0 e recorrer se for o caso”, disse a pedagoga Claudianna Rodrigues. “A própria banca não está seguindo o que foi proposto no edital”.
“Eu precisaria cumprir 50% de acerto da prova, ou seja, 44 pontos. Preenchi o requisito para ir para a segunda fase, e não fui pra segunda fase, não tive a minha discursiva corrigida. Por que preenchemos o requisito previsto no edital de acertar 50% das questões objetivas para poder ir para a segunda fase e isso foi negado?”, questiona a pedagoga Doranice Mota.
Além disso, o grupo também reclama de uma série de retificações feitas no edital, principalmente quanto à mudança de datas, e cobra um posicionamento da Prefeitura de Boa Vista. Por fim, confirma que já cogita acionar órgãos de controle, como o MP (Ministério Público), para tentar resolver a situação.
Procurado, o Idecan disse ter seguido rigorosamente o edital e que a banca e a comissão do certame vão se reunir para analisar a situação, visando o interesse público.
Por sua vez, a Prefeitura de Boa Vista disse que, conforme previsão contida no edital, as objeções referentes ao resultado divulgado devem ser formalizadas por meio de recurso dirigido à banca contratada, por meio do link disponibilizado na área do candidato. “Reforça que o item 6.1.10.12 do edital estabelece a forma que as provas discursivas foram corrigidas. Esclarece ainda que, caso haja algum erro na aplicação da nota de corte, a situação será corrigida oportunamente”, disse, ressaltando compromisso com a lisura do certame.
*Por Lucas Luckezie
