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4 curiosidades sobre a exótica fruta noni, a fruta-vômito

Descubra por que o noni é chamado de fruta-vômito e conheça 4 curiosidades sobre seus usos, benefícios e riscos à saúde.

4 curiosidades sobre a exótica fruta noni, a fruta-vômito
Imagem criada com IA

Ela não é bonita, nem cheirosa, nem fácil de comer. Mas a fruta-vômito, ou noni, como é mais conhecida fora do Brasil, guarda uma história surpreendente e cheia de polêmicas. Essa fruta de aparência esquisita e aroma nada convidativo já foi exaltada como remédio milagroso por algumas culturas e, ao mesmo tempo, desprezada por outras. O noni é daqueles alimentos que dividem opiniões — e justamente por isso, vale a pena conhecê-lo mais a fundo.

O que é a fruta-vômito e por que esse nome?

O nome “fruta-vômito” pode assustar, mas tem explicação. Ele se refere ao odor e ao sabor extremamente desagradáveis da fruta madura. O cheiro é comparado ao de queijo estragado, e o gosto é descrito como amargo, azedo e enjoativo, gerando náuseas em quem não está acostumado. No entanto, apesar dessa má fama, o noni (Morinda citrifolia) é consumido há séculos em diversas partes do mundo, especialmente em ilhas do Pacífico e no sudeste asiático, onde é chamado de “remédio da natureza”.

A aparência também é curiosa: o fruto lembra uma pinha alongada, de cor esverdeada ou amarelada, com pequenas cavidades na superfície. Quando maduro, ele se torna translúcido e ainda mais fedido, o que só reforça seu apelido nada simpático.

Ela tem uso medicinal milenar e controverso

Apesar do repúdio ao cheiro e sabor, o noni é considerado uma planta medicinal milenar. Povos polinésios, como os taitianos e havaianos, utilizam a fruta há mais de dois mil anos para tratar diversas enfermidades — desde inflamações e infecções até dores crônicas e problemas digestivos. A casca, as folhas, as sementes e as raízes também são aproveitadas na medicina tradicional.

Nos anos 1990, a fruta ganhou fama mundial com a popularização do suco de noni, vendido como suplemento natural com supostos poderes curativos. Empresas passaram a comercializá-lo como um “remédio milagroso” para câncer, diabetes, pressão alta e até depressão. Isso chamou a atenção de agências reguladoras, como a FDA (nos EUA) e a Anvisa (no Brasil), que investigaram os efeitos e limitaram a propaganda sensacionalista.

Hoje, o noni ainda é usado em algumas terapias naturais, mas com mais responsabilidade. Não existem evidências científicas robustas que confirmem todos os benefícios proclamados. E há relatos de efeitos colaterais, como lesões hepáticas, quando consumido em excesso.

Pode ser fermentada e transformada em suco ou pó

Se comer o noni cru é um desafio para o paladar, a saída é transformá-lo em outras formas mais “aceitáveis”. A mais comum é o suco fermentado, que suaviza o sabor e preserva parte dos compostos bioativos da fruta. Em geral, a fruta é deixada em repouso por semanas até liberar seus líquidos naturalmente. Depois, esse líquido é coado e engarrafado.

Também existem versões em cápsulas e pó, que prometem manter os antioxidantes, alcaloides, flavonoides e xeroninas — substâncias associadas à ação anti-inflamatória e imunomoduladora. Mesmo nessas formas, o consumo deve ser moderado e acompanhado por orientação profissional.

Um detalhe curioso é que o suco de noni precisa ser armazenado com muito cuidado, pois sua fermentação contínua pode fazer com que as garrafas explodam se estiverem bem vedadas. Isso reforça a ideia de que estamos lidando com uma fruta de personalidade forte — para o bem e para o mal.

4 curiosidades sobre a exótica fruta noni, a fruta-vômito
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A fruta-vômito pode ser tóxica se consumida em excesso

O noni é um daqueles casos em que a diferença entre remédio e veneno está na dose. Embora contenha substâncias que podem ser benéficas, como escopoletina e damnacantal, a fruta também apresenta compostos potencialmente tóxicos para o fígado. Há registros científicos de casos de hepatite aguda relacionada ao uso prolongado e sem controle do suco de noni.

A Anvisa chegou a proibir a comercialização de produtos com noni em alguns períodos, justamente por falta de comprovação científica da segurança. Hoje, o consumo não é proibido, mas é desaconselhado como suplemento diário ou em grandes quantidades. Além disso, gestantes, lactantes e pessoas com problemas hepáticos devem evitar completamente.

Apesar disso, comunidades tradicionais continuam utilizando a fruta com parcimônia e conhecimento ancestral, o que mostra que o problema não está no noni em si, mas na forma como ele é utilizado — muitas vezes sem respeitar seus limites naturais.

A fruta-vômito talvez nunca conquiste os mercados populares ou o coração dos amantes de frutas tropicais. Mas sua história rica, suas propriedades únicas e seu simbolismo medicinal fazem dela uma das plantas mais intrigantes da flora mundial. Entre o nojo e a curiosidade, o noni continua provocando reações fortes — exatamente como sua essência pede.

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