O jovem brasileiro de 2025 tem, em média, mais de uma ocupação. Segundo dados recentes do IBGE, quase 40% dos jovens entre 18 e 29 anos conciliam estudos com alguma atividade remunerada. Entre esses, cresce o número dos que ainda encontram tempo para produzir conteúdo digital, empreender ou se dedicar a projetos paralelos — transformando a rotina em um verdadeiro malabarismo diário.
Esse estilo de vida multitarefa é marcado por agendas sobrecarregadas, jornadas híbridas e alta exposição nas redes sociais. As linhas que separavam estudo, trabalho e lazer estão cada vez mais tênues. Plataformas como TikTok, YouTube e Instagram deixaram de ser apenas espaços de consumo de conteúdo: agora são canais de trabalho e também parte da identidade profissional de muitos jovens.
Em paralelo, dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que mais de 60% dos estudantes universitários hoje participam de atividades extracurriculares com foco em renda ou desenvolvimento profissional. A pressão por produtividade e visibilidade aumentou — tanto nas salas de aula quanto nos feeds de redes sociais.
O avanço da tecnologia também facilitou esse acúmulo de funções. Ferramentas de inteligência artificial, apps de edição e plataformas de monetização tornam possível gravar um vídeo antes da aula, editar no intervalo do estágio e publicar à noite. Porém, essa liberdade vem acompanhada de um novo tipo de cobrança: o de estar sempre ativo, criativo e relevante.
Além disso, o fenômeno da “economia dos criadores” está em expansão. Estimativas do mercado digital mostram que mais de 20 milhões de brasileiros tentam monetizar conteúdo nas redes, e os jovens representam a maioria. Muitos veem na produção digital uma alternativa aos empregos formais, cada vez mais instáveis ou mal remunerados.
Apesar do entusiasmo com a autonomia que essa rotina pode oferecer, os impactos na saúde mental já são observados. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que transtornos como ansiedade e esgotamento cresceram entre jovens brasileiros nos últimos três anos, especialmente entre os que acumulam mais de duas ocupações.
A busca por equilíbrio se tornou um novo desafio. Em meio a reuniões, trabalhos acadêmicos e vídeos para o Instagram, os jovens multitarefa de 2025 seguem tentando responder a uma pergunta cada vez mais comum: como dar conta de tudo — sem abrir mão de si?
Dicas para manter o equilíbrio na rotina multitarefa
Crie uma agenda realista: Use ferramentas como Google Calendar ou planners físicos para distribuir bem os compromissos e evitar sobreposição.
Defina prioridades semanais: Nem tudo é urgente. Avalie o que pode ser adiado ou feito com menos intensidade.
Reserve tempo offline: Desconectar das redes sociais por algumas horas por dia ajuda a reduzir a ansiedade e aumentar a concentração.
Durma o suficiente: Rotina produtiva começa com sono regular. Menos de 7 horas por noite afeta rendimento e humor.
Separe lazer e trabalho: Mesmo no ambiente digital, delimite horários para relaxar e consumir conteúdo apenas por prazer.
Peça ajuda quando necessário: Conversar com amigos, familiares ou buscar apoio psicológico pode evitar o esgotamento.
Pratique atividade física: Mesmo que por 20 minutos ao dia, o exercício ajuda a regular o estresse e melhora a disposição.
