Comportamento

Desde 2021, mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças foram registrados em RR

O Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado nesta terça-feira (13), mostrou que os números cresceram nos últimos três anos

Desde 2021, mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças foram registrados em RR Desde 2021, mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças foram registrados em RR Desde 2021, mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças foram registrados em RR Desde 2021, mais de 1.500 casos de violência sexual contra crianças foram registrados em RR
As vítimas vão de 0 a 19 anos, sendo a maioria mulheres (Foto: Ilustrativa/Nilzete Franco/FolhaBV)
As vítimas vão de 0 a 19 anos, sendo a maioria mulheres (Foto: Ilustrativa/Nilzete Franco/FolhaBV)

Roraima registrou 1.544 casos de violência sexual contra crianças nos últimos três anos. Em todo o Brasil, foram 165 mil vítimas de até 19 anos no mesmo período. É o que revela a segunda edição do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançada nesta terça-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

No estado mais ao norte do Brasil, o relatório mostrou que os números de casos cresceram desde 2021. Naquele ano, Roraima registrou mais de 450 crianças e adolescente vítimas de violência sexual e terminou 2023 com 556 vítimas, um aumento de mais de 100 casos em três anos.

O dado é um reflexo do país, onde o número de estupros contra crianças e adolescentes aumentou de 46.863 casos em 2021 para 63.430 em 2023, o que equivale a uma vítima a cada 8 minutos no último ano. A violência tem atingido principalmente crianças mais novas, com um aumento de 23,5% nos casos envolvendo menores de 4 anos e 17,3% entre 5 e 9 anos. O relatório também revela que quase 20% das mortes de crianças e adolescentes no Brasil são causadas por intervenções policiais.

“As violências impactam gravemente as crianças e os adolescentes no País. Meninos negros continuam a ser as maiores vítimas de mortes violentas. Já meninas seguem sendo as mais vulneráveis à violência sexual. E essas dinâmicas são ainda mais preocupantes com o aumento de casos dessas violências contra crianças mais novas”, diz Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil. “É urgente que os governantes tenham como prioridade acelerar o enfrentamento da violência letal e sexual contra as crianças, adotando políticas e intervenções que podem efetivamente prevenir e responder às violências”, afirma.

Ações de enfrentamento à violência sexual infantil

O relatório ressalta a urgência de ações para proteger e defender as crianças e adolescentes, e garantir que políticas públicas adequadas sejam implementadas para combater a violência. Por isso o UNICEF e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública sugeriram as seguintes ações para enfrentar a violência contra crianças e adolescentes:

  • Não justificar ou banalizar a violência: Toda forma de violência deve ser denunciada. Cada criança e adolescente tem o direito de ser protegido.
  • Controle do uso da força pelas polícias: Implementar protocolos e treinamentos para proteger menores e usar câmeras policiais para reduzir homicídios de adolescentes.
  • Controle do uso de armas por civis: Regular o uso de armas de fogo, que são uma causa significativa de mortes entre jovens de 15 a 19 anos.
  • Combater o racismo estrutural: Enfrentar o racismo é crucial para evitar a violência e garantir um controle adequado do uso da força policial.
  • Enfrentar a violência doméstica: Estudar a violência doméstica, tanto a que afeta diretamente as crianças quanto a que impacta os cuidadores, para criar políticas de prevenção e resposta.
  • Descontruir normas de gênero restritivas: Trabalhar para mudar padrões de gênero que levam à violência e desigualdade, especialmente em ambientes como escolas.
  • Capacitar profissionais: Formar melhor os profissionais que lidam com crianças e adolescentes e ampliar a aplicação da Lei 13.431 para garantir uma escuta protegida das vítimas.
  • Expandir o acesso a canais de proteção: Garantir que crianças e adolescentes saibam sobre seus direitos e como buscar ajuda.
  • Melhorar registros e monitoramento: Aperfeiçoar o registro e o acompanhamento dos casos para reagir rapidamente às tendências e necessidades emergentes.

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