AFONSO RODRIGUES

Se não quero pra mim, não dou pra você

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Da mesma forma que não quero ser escravizado ou espoliado, não quero nem escravizar nem espoliar. Tal é minha concepção da democracia. Tudo o que dela difere não é democracia”. (Abraham Lincoln)

Sempre fui admirador do Lincoln. Sempre o considerei um político à altura da política. Um cara que sempre desempenhou seu papel na política dentro da política. Já falei por aqui, várias vezes, do comportamento dele na resposta que deu a um adversário no Senado, quando ele era senador. E nada mal repetir a resposta. Foi numa sessão dentro do senado que o adversário apontou para o Lincoln, e falou irado:

– O senhor é um político de duas caras!

Lincoln simplesmente olhou para os membros da reunião e falou:

-A resposta fica com os senhores. Os senhores acham que se eu tivesse outra cara iria sair por aí com essa?

O mais importante é que a resposta do Lincoln foi um exemplo de como devemos dirigir a fala e o comportamento, na política. Todos sabemos que Lincoln tinha uma cara feinha pra dedéu. Mas foi com a resposta aparentemente hilária que ele neutralizou totalmente, a grosseria do adversário. E muito embora ainda não consideramos tais acontecimentos como políticos, devemos levar isso em consideração na política. Vamos falar menos e fazer mais. O pensamento do Anatole France nos chama a atenção para o que ocorre fora da política, nada política. O que vemos atualmente, são milhões de políticos, mundo a fora, falando tolice. E a fala do Anatole é: “Se cinquenta milhões de pessoas dizem uma tolice, ainda é uma tolice”. Que é o que vemos e ouvimos todos os dias. Tolices que mantêm a tolice no topo. O que bloqueia nossa passagem para a evolução racional.

E não vamos levar esse papo para o circo da crítica. Estamos apenas expressando o sentimento no que vemos, e não deveria estar ao alcance da visão dos de mentes abertas. E enquanto ficarmos como marionetes, nadando nas águas turvas da ilusão, não seremos os cidadãos que os faladores dizem que somos. Vamos continuar votando por obrigação quando deveríamos votar por dever de cidadãos? Ainda temos políticos na nossa política. Mas estão perdendo seu valor, sentindo-se no dever de continuar falando tolices para vencer os tolos. E os tolos somos nós, eleitores que ainda não aprendemos a exigir nosso valor de cidadão com a Educação, que é o que irá nos dar o direito de ser vistos e respeitados como cidadãos e não como títeres.

Vamos ser mais respeitados merecendo respeito. Vamos mudar o rumo da nossa política que está no mesmo degrau em que se encontra nossa Educação. Porque uma não há sem a outra. Pense isso.

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