AFONSO RODRIGUES

Pra que discutir?

“O socialismo, que se diz novo, é um velho parricida. Mata a república, sua mãe, e a liberdade, sua irmã”. (Honoré de Balzac)

Não sei se estou certo, mas é o que entendo. Política não se discute, se faz. Se não respeitarmos a opinião do outro, isso não é política. Se todos pensássemos do mesmo jeito não teríamos o que discutir. E é na discussão racional que nos orientamos, orientando sem intenção de dirigir. Mas isso não quer dizer que devemos orientar convencendo. Na educação familiar já devemos orientar sem dirigir. Já falei pra você sobre a orientação que li, na capa do meu caderno, quando eu ainda era criança. E isso já faz muitas décadas: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. O que indica que devemos orientar para que a outra pessoa dirija sua vida de acordo e respeito à sua personalidade. O que indica, também, que quando bem orientada a pessoa controla os limites de sua personalidade, dirigindo-a apenas para o caminho do bem. Simples pra dedéu.

Na política a coisa não é diferente. O que devemos é considerar que fomos eleitos para um trabalho em função do bem-estar do cidadão. Estar na política é estar a serviço do povo, independentemente da condição de pensar de cada um. E você que não está na política não se esqueça de que há os que vivem a política e os que vivem da política. São coisas distintas. E para refletir sobre isso reflita sobre o pensamento do Gaston Bouthoul: “Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza”. E se você estiver a fim de ser considerado, ou considerada, um cidadão ou cidadã, preste atenção qual é a intenção do seu candidato para a próxima eleição. Se ele está a fim de melhor a condição do cidadão, ou se está a fim de melhorar a condição dele. Porque ele vai ser eleito para cuidar de você, e não você dele. Mas faça isso tudo em harmonia. Nada de discussões nem estardalhaços. Mas procure ver se seu candidato está prestando conta no quanto ainda precisamos fazer na política, para que o cidadão seja realmente um cidadão. Porque ainda temos muito que trabalhar, na educação, para que entendamos que não seremos cidadãos enquanto formos obrigados a votar. Que não há liberdade no voto, enquanto não formos um povo realmente educado para a política. E pelo que vemos não estão a fim de nos educar. Então vamos nos educar para nos considerarmos realmente livres, para a cidadania. Vamos cuidar da nossa Educação para que nos orgulhemos da nossa política. Vá refletindo sobre isso, buscando nossa cidadania, com dignidade e respeito. Pense nisso.

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