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Os conflitos éticos das 48 leis do poder: Seja aristocrático ao seu próprio modo. Haja como rei para ser tratado como tal

Os conflitos éticos das 48 leis do poder: Seja aristocrático ao seu próprio modo. Haja como rei para ser tratado como tal

Devemos entender que a conquista do poder sempre vem acompanhada de uma história de luta, sofrimento, abnegação, erros e acertos e por fim, muita perseverança. Então quando alguém chega ao poder esperamos que ele nunca rasque as páginas de sua história, caso contrário, as lições cairão no esquecimento e darão lugar a uma pessoa arrogante que usará as pessoas como degraus e não como elementos importantes para novas conquistas. Reinados com pilares de areia jamais se consolidam.

Vamos abordar uma lei que nos traz bastante ensinamentos, porém é tênue entre dignidade, confiança e o risco de comportamentos arrogantes. A maneira como você se comporta de forma geral determina como você é tratado: a longo prazo, aparentando ser vulgar ou comum, você fará com que as pessoas o desrespeitem. Pois um líder respeita a si próprio e inspira nos outros o mesmo sentimento. Agindo com respeito e confiança na condução dos seus poderes, você se mostra destinado a ter um lugar de destaque e quem sabe usar uma coroa.

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Mas é importante lembrar que pouquíssimas pessoas estão preparadas para o poder, para o trono e principalmente para se relacionar com gente. Um cargo sob o qual você terá um número de subordinados, não lhe garante o passaporte de superioridade, muito menos o direito de tratar as pessoas de forma desrespeitosa, humilhando-as e querendo criar uma cultura de respeito que na verdade se tornará numa perigosa armadilha chamada de cultura do medo. Pessoas que comandam baseadas na força criam um exército de sabotadores, já que o projeto do “Rei” não os inclui como peças na construção desse poder e sim, os tratam como simples imbecís úteis descartáveis a qualquer momento.

Veja o que diz a lei 34, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:

Lei 34: Seja aristocrático ao seu próprio modo: aja como um rei para ser tratado como tal. “Não se deve confundir atitude de rei com arrogância. A arrogância pode parecer um direito do rei, mas na verdade traz insegurança. É o oposto de um comportamento aristocrático.”

Essa lei nos leva a uma interpretação da ideia de agir com dignidade e confiança, sem cair na arrogância, sugere ainda, que alguém deve se comportar com um certo grau de autoconfiança e autorrespeito, agindo como um líder ou rei, para receber tratamento semelhante dos outros. No entanto, identificamos com clareza que essa atitude não deve ser confundida com arrogância, pois a arrogância pode ser prejudicial e demonstrar insegurança. Em essência, a mensagem traduzida pela lei é sobre equilibrar autoestima com humildade e respeito pelos outros. Aqui volto evidenciar que o risco de confundir PODER e ARROGÂNCIA nos mostra um comportamento bastante contemporâneo de não saber lidar com pessoas, suas limitações e tratá-los como peças-chaves de um projeto de poder ou de uma reestruturação de um reinado.

Essa lei, que encoraja as pessoas a agirem com dignidade e confiança para serem tratadas com respeito, mesmo assim pode gerar alguns conflitos éticos:

1. Arrogância versus Autoconfiança: O primeiro conflito ético reside na linha tênue entre autoconfiança e arrogância. Enquanto a lei afirma que não se deve confundir a atitude de rei com arrogância, a interpretação subjetiva dessa distinção pode levar a comportamentos que pareçam arrogantes para os outros, causando conflitos interpessoais. Nesse momento surge exatamente os líderes mascarados.

2. Tratamento diferenciado: A ideia de agir como um rei para ser tratado como tal pode levantar questões sobre igualdade e justiça. Isso pode ser interpretado como promovendo a ideia de que algumas pessoas merecem um tratamento especial com base em sua autoimagem, o que pode ser visto como injusto ou antiético.

3. Diferenças culturais: O que é considerado “comportamento aristocrático” pode variar significativamente entre diferentes culturas e sociedades. O que é visto como aceitável em uma cultura pode ser considerado inapropriado ou arrogante em outra, criando conflitos éticos relacionados a normas culturais e valores.

4. Insegurança disfarçada: A ideia de que a arrogância é um sinal de insegurança levanta questões sobre autenticidade. Alguém que adote uma atitude de rei para ser tratado como tal pode estar escondendo suas verdadeiras inseguranças sob uma fachada, o que pode ser considerado desonesto ou antiético.

A Lei 34 sugere um caminho para que todos sejam tratados com respeito, mas isso também pode gerar conflitos éticos relacionados à interpretação, justiça, diferenças culturais e autenticidade.

Por outro lado, a autoconfiança e o autorrespeito desempenham papéis fundamentais no processo de liderança por várias razões:

1. Inspirar confiança nos outros: Um líder autoconfiante transmite segurança e convicção em suas ações e decisões, o que inspira confiança em sua equipe. Quando os liderados veem que o líder acredita em si mesmo e em sua visão, eles tendem a segui-lo com mais entusiasmo.

2. Tomada de decisão eficaz: A autoconfiança permite que os líderes tomem decisões difíceis de maneira mais assertiva e rápida. Eles confiam em suas habilidades e julgamento, o que é crucial para guiar uma equipe ou organização.

3. Resiliência: Liderança frequentemente envolve enfrentar desafios e adversidades. A autoconfiança ajuda os líderes a manterem a calma e a determinação em momentos difíceis, o que pode ser inspirador para a equipe.

4. Comunicação eficaz: Líderes autoconfiantes são geralmente mais eficazes na comunicação de suas ideias e visões. Eles conseguem expressar suas expectativas de forma clara e inspirar os outros a compartilhar sua visão.

5. Exemplo a ser seguido: O autorrespeito é fundamental para um líder. Ao demonstrar respeito por si mesmo, o líder estabelece um exemplo para a equipe, incentivando todos a valorizarem a si mesmos e aos outros.

6. Motivação e engajamento: Líderes autoconfiantes e que se respeitam tendem a motivar e engajar melhor sua equipe. Eles mostram paixão pelo que fazem e incentivam os outros a fazerem o mesmo.

No entanto, é importante notar que a autoconfiança deve ser equilibrada com humildade, e o autorrespeito não deve se transformar em arrogância. Os líderes eficazes são aqueles que mantêm a confiança em si mesmos, mas também estão abertos a aprender, a ouvir os outros e a reconhecer quando cometem erros.

E para fecharmos o nosso artigo é importante destacar que a lei apresentada corre riscos éticos apenas quando existe a interpretação errada do que significa o PODER. Quem o considerar eterno, está sujeito a ser tomado pela MOSCA AZUL da arrogância, da prepotência e da insensibilidade. Já os que sabem o que é o PODER na essência, podem até se eternizar neles, mas será um caminho de construção baseado nos pilares do respeito, dignidade, sabedoria e espírito de equipe.

Tenha atitudes nobres e distintas: aja como um líder para ser tratado como tal. “Não se deve confundir poder dado pela liderança com arrogância. A arrogância não é um poder e nem um direito do líder, isso pode expor da pior maneira a verdade de um líder inseguro e construído em bases frágeis. A chegada ao poder é o ápice de qualquer projeto humano, mas não queira brincar de Deus, pois existe apenas um. Na dúvida entre escolher o líder humilde e o líder disfarçado de professor de Deus e Deus, com certeza a escolha terá como base a humildade”.

Por: Weber Negreiros

CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento

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