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Os conflitos éticos das 48 leis do poder: planeje até o fim

Os conflitos éticos das 48 leis do poder: planeje até o fim

Toda ação terá uma reação, essa lei deve ser considerada em toda nossa vida. Para que as reações não sejam desproporcionais ao que temos capacidade de suportar devemos minimamente planejarmos os nossos passos. Quem acha que caminhadas no escuro levarão à algum lugar, pode mudar a chave. A falta de planejamento é o apagão das ideias, da criatividade e da inovação da realização de projetos.

No nosso artigo da semana temos uma amplificação da lei 28, que tratou do AGIR COM OUSADIA. Hoje veremos a necessidade do agir de forma planejada, fazendo uma verdadeira análise SWOT (Ameaças e Oportunidades/Fortalezas e Fragilidade) em cima de cada passo a ser dado. Temos que observar os cenários e ambientes internos e externos, o comportamento das nossas mensagens e principalmente, como elas chegarão aos receptores e a forma de minimizar possíveis feedbacks negativos dessas ações.

A lei 29 enfatiza a importância do planejamento abrangente, considerando todas as possíveis ramificações, obstáculos e resultados adversos. Ela destaca a ideia de não apenas planejar o processo, mas também o desfecho final, para evitar surpresas e estar preparado para lidar com os desafios que possam surgir. Além disso, menciona a necessidade de não buscar apenas o sucesso pessoal, mas também permitir que os outros também compartilhem o reconhecimento pelo esforço, deixando claro, que nesse caso específico, existem vieses que podem levar a tentativa de pensar nas pessoas pelo “valor de utilidade” e não pelo princípio da inclusão dela no planejamento e no seu resultado.

A mensagem principal dessa lei está no controlar o próprio destino ao antecipar e moldar o futuro por meio de um planejamento criterioso, amplo, mas sempre levando em consideração a PRUDÊNCIA.

Veja o que diz a lei 29, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:

Lei nº 29 – Planeje até o fim: o desfecho é tudo. Planeje até o fim, considerando todas as possíveis consequências, obstáculos e reveses que possam anular o seu esforço e deixar que os outros fiquem com os louros. Planejando tudo até o fim, você não será apanhado de surpresa e saberá quando parar. Guie gentilmente a sorte e ajude a determinar o futuro pensando com antecedência.  

Essa lei é muito bem ilustrada no livro de Robert Greene com a fábula OS DOIS SAPOS de Esopo (século VI a.c) que diz: Dois sapos viviam na mesma lagoa. Quando ela secou com o calor do verão, eles saíram em busca de outro lar. No caminho passaram por um poço profundo e cheio de água. Ao vê-lo um dos sapos disse para o outro: “Vamos descer e fazer a nossa casa neste poço, ele nos dará abrigo e alimento”. O outro, mais prudente respondeu: Mas, e se faltar água, como sairemos de um lugar tão fundo?”. Não faça nada sem pensar nas consequências.

Temos que entender que as ações baseadas na razão podem garantir a perenidade, enquanto a pura emoção pode garantir muitas frustrações, como também a ambição desmedida pode atrair muitos riscos e inimigos.

Sem dúvida alguma, a preferência das pessoas pelo ímpeto e teimosia, é trabalhar suas decisões em cima do CORAÇÃO e deixar a RAZÃO sempre em segundo plano, o que leva a ideias desorganizadas, vagas e com propósitos confusos. Isso que podemos chamar de IMPROVISAÇÃO, põe em risco projetos de crescimento e até mesmo o nosso dia a dia.

Não somos videntes e não precisamos nos basear neles, já que as informações que eles têm não sabemos suas origens, muitos menos os objetivos para as quais as captaram. Nós temos que formar o nosso arsenal de dados e informações, transformando-os em conhecimento e servindo como base para as nossas decisões.

De nada adiantará planos ambiciosos, ousados sem que se tenha um plano a ser cumprido. Temos que definir o ponto de partida, os meios que levantaremos para chegar ao objetivo e a total clareza desses objetivos, caso contrário ficaremos dando volta em círculos sem evoluir em nada.

Mas temos que também olhar, com cuidado alguns planejamentos, pois em síntese todos, teoricamente, são traçados para atingir algum objetivo. Alguns deles são um tanto quanto questionáveis, quando colocados que o SUCESSO de um representa, obrigatoriamente, o FRACASSO do outro. Nesse momento surge o risco de que artifícios ou meios sejam utilizados para atingir o objetivo sem se considerar a figuras dos envolvidos e os impactos que serão gerados diretamente pela estratégia de forma antiética.

É importante destacar que planejamentos que negligenciam a importância das pessoas no processo de construção de projetos de sucesso, não tem bases sustentáveis e correm o risco de uma conquista solitária e pouco duradoura.

Implementar mudanças de rota em um planejamento sem considerar a necessária preparação e apoio pode criar desconforto e resistência entre as pessoas envolvidas, provocada em baixa adesão e ineficácia na execução das estratégias.

Ignorar as opiniões e sugestões de quem está ciente das estratégias, pode resultar em desperdício de recursos e oportunidades valiosas que poderiam ser identificadas e que ajudariam substancialmente no reordenamento do planejamento e no melhor aproveitamento de todos os envolvidos bem como os meios que estão sendo utilizados.

Devemos ter em mente que as pessoas PRUDENTES não devem ser confundidas com os CAVALEIROS DO APOCALIPSE. De um lado o que sabe o tamanho do passo a ser dado e pensa equilibrando razão e emoção, e do outro, um pessimista de carteirinha, aquele que usa a sua frustração para diminuir a vontade e a luta do outro. Os PRUDENTES quando agem conseguem CONTAGIAR e ENCANTAR pessoas, os CAVALEIROS DO APOCALIPSE conseguem CONTAMINAR, destruir SONHOS e criar a DESESPERANÇA criada pela sua incapacidade de admitir o sucesso do outro.

E para fecharmos o nosso artigo é importante dizer que o planejamento é a base de qualquer projeto, em especial o que miram o sucesso e o poder, mas devem ser sempre vistos como algo que inclua as pessoas, as respeitem e tenham nelas uma verdadeira torcida pelo sucesso de quem está a frente da execução do planejamento.

Planeje até o fim: o desfecho é tudo, mas tenha sempre cuidado com os meios utilizados. Planeje do começo ao fim, considerando todas as possíveis consequências, obstáculos e reveses que possam anular o seu esforço e o dos envolvidos e deixando claro de quem é ônus e de quem é o bônus. Planejando sempre, você jamais será apanhado de surpresa e saberá quando parar ou mesmo redirecionar a rota e as ações. Haja de forma gentil, polida e você sempre estará preparado para qualquer adversidade que surja.

Por: Weber Negreiros