Insistir na carreira ou começar tudo de novo? – Eduardo Ferraz
Em algum momento da vida, você, certamente, já se fez a seguinte pergunta: “devo insistir em algo ou desistir e começar de novo?”. É preciso ser persistente, dedicado, comprometido e paciente quando se tem um bom processo em andamento – e isso vale para um relacionamento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego, carreira e amizades.
Uma boa carreira costuma demorar pelo menos dez anos para dar resultados consistentes. Não se consegue um ótimo emprego sem merecimento e, quando conquistado, precisa de manutenção diária para gerar bons frutos (promoção, aumento de salário, reconhecimento) no futuro.
Agora, quantas vezes você já insistiu em algo só por teimosia, medo de ficar sem nada ou vergonha de admitir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadas para tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, e continuar investindo tempo, dinheiro e energia em situações das quais deveríamos desistir só piora o prejuízo.
Falando especificamente da vida profissional, muitas vezes, o problema não está no emprego, pois a pessoa está na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a carreira é ótima, mas o emprego é ruim.
Se gosta do que faz na carreira, tem perspectivas de evolução nos próximos anos, consegue usar seus talentos com frequência, está motivado para continuar aprendendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no caminho certo, com uma carreira promissora, e deve investir toda sua energia para que fique ainda melhor.
Agora, se você odeia o que faz, tem pouca perspectiva de evolução, usa pouco seus talentos, seus pontos fracos atrapalham muito, acha a profissão desagradável, sente-se desmotivado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissional é monótono, pensa com frequência em fazer outra coisa e nunca recebe novas propostas de trabalho, é hora de repensar sua carreira.
Ao analisar esses prós e contras, você pode ter entrado em um dilema ainda maior. Nesse caso, sugiro que concentre seus esforços na parte positiva e tente ajustar, dentro do possível, a parte negativa. Mudança de carreira é coisa séria e complexa, por isso você deveria fazer o máximo para ajustá-la antes de tomar uma drástica decisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sempre haverá dificuldades, fases ruins, decisões equivocadas e gente desagradável. Mas também haverá fases ótimas, boas decisões, gente interessante e resultados positivos.
Faz parte do jogo conviver com altos e baixos. Entretanto, tome cuidado com excesso de indecisão: é muito ruim ficar dividido por um tempo prolongado, pois a dúvida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica os resultados. Logo, não fique em cima do muro. Siga em frente com sua carreira e melhore um pouco a cada dia ou desenvolva um plano B para começar em uma nova profissão, mais próxima de seus ideais. *Consultor em Gestão de Pessoas há mais de 25 anos e autor do recém-lançado “Gente que convence”, pela Editora Planeta.
JÁ FAZ TEMPO QUE O MUNDO VIVE DE FAKE NEWS – Wender de Souza Ciricio*
O fake news é a moda do momento, ganhou status e virou sucesso, principalmente em campanhas políticas quando muitos candidatos e cabos eleitorais usaram a mídia para denegrir adversários e conquistar votos. Constituiu-se numa artimanha malandra e esperta que confundiu a cabeça de muita gente. O fake é sutil e produzido com muita astúcia e dissimulação. A vítima dessa estratégia, sem fontes contrárias em mãos para servir como peneira, termina por acreditar na notícia falsa e mentirosa.
Partindo do conceito de que fake news é a circulação de inverdades e de notícias falsas posso assegurar a tese de que essa prática é o reflexo de uma sociedade sustentada e, com exceções, viciada na mentira. O mundo, já por muito tempo, tem mudado a verdade, omitido a verdade para dar espaço à mentira e à falsidade. E para piorar, vive conforme o conteúdo da mentira, agindo e falando como se fosse verdade. A consciência cauterizou-se.
Essa coisa de trocar a verdade pela mentira tem enormes traços históricos. Veja o exemplo da Europa. Todos que ali visitam encontram um continente com pouca desigualdade social, melhor distribuição de renda e aparentemente tudo bem melhor do que outros continentes. Porém se resgatarmos a história vamos ter que dar o braço a torcer de que a prosperidade europeia foi possível porque invadiram outros continentes e dali surrupiaram suas riquezas. Vieram, por exemplo, na América, mataram índios, coisificaram o negro fazendo do mesmo uma mercadoria escrava. Para piorar, criaram, no século XIX, teorias com o Darwinismo Social, dizendo que por serem superiores intelectualmente deveriam dominar a África e Ásia e ali explorar mão-de-obra barata e matéria-prima. Tudo bem, tudo legal a linda Europa. Mas essa linda Europa usou de estratégias falsas para chegar onde estão, ora com justificativas teológicas, através da forte igreja da época e ora com mentirosas teses científicas.
Outra mentira histórica foi vista em países que implantaram o socialismo marxista. Falavam que o proletariado ou trabalhador deveria, por meio da revolução, tomar o poder, e depois disso gradativamente implantar o comunismo onde todos consumiriam de modo igual os ingredientes para sobrevivência. Aparentemente bonito, mas na prática não passou de mentiras, pois o proletariado, ao assumir o poder, impediu seus povos de ir e vir, de exercer a democracia e não os supriram conforme promessas feitas. Com a queda do muro de Berlim, o sistema ruiu e na maioria dos países muitos de seus líderes foram desmascarados, evidenciando uma vida tão luxuosa como se tem nos países capitalistas.
Parece discrepante o que escrevi, mas, pelos fatos, vemos que no mundo perpetua a mentira. Ela é tão bem torneada que muitos brigam como se a mesma fosse verdade. Muitos se matam e defendem piamente ou o capitalismo ou o socialismo. Precisamos, sim, nos definir quanto a um sistema, mas precisamos admitir que sistemas são, também, construídos em cima de mentiras ou notícias falsas. Não é possível chamar um sistema de mentiroso como se outro sistema fosse santo e imaculado. Todos têm arranhões feitos pelas mentiras históricas.
Partindo dessa visão macro, nos conduzimos para um olhar com lupa em cima de mim, de nós e de você, ou seja, esse estilo falso de viver que é parte de nós. Geramos falke news. Mentimos muito. Por isso é fácil se adaptar às mentiras que recaem sobre nós. O aluno que cola numa prova e depois leva um boletim com notas acima da média para casa é mentiroso. Nossas famílias são corroídas pela mentira. Isso é fato quando o cônjuge no altar promete amar até que a morte os separe e dois anos depois está no cartório assinando o divórcio. Alguns acham uma virtude receber, nas eleições, dinheiro de um candidato e não votar como prometido, nesse caso mente duas vezes, uma para si mesmo achando que é lícito negociar voto e outra para o corrupto candidato que acredita ter, com dinheiro, conquistado o voto desse eleitor. A mentira vista em falke news não se esconde de nós. Faça sua análise.
*Historiador, psicopedagogo e teólogo [email protected]
Cegos brasileiros guiando cegos venezuelanos – Vera Sábio
“Quando um cego guia o outro, aca
bam caindo os dois no buraco” (Mateus 15, 14)
Por ser uma pessoa que não tem a visão física, ou seja, não enxergo com os olhos, o que acontece com a maioria de vocês, nunca acreditei muito nestas palavras de Jesus, ditas pelo evangelista Mateus.
Pois sou cega e casada com um cego, e muitas vezes guiei o meu marido e ele também me guiou, e nem por isto caímos em um buraco. Afinal, caímos em vários buracos sozinhos, mesmo e até guiados pelos que dizem enxergar; mas diante de muitos obstáculos, não sabem como fazer e tropeçam e caem e se não tivermos firmeza acabamos sendo levados para o mesmo buraco que eles.
A Bíblia foi escrita para aconselhar e mostrar o que acontecia com o povo daquela época, porém, inspirada pelo Espirito Santo, é atual e serve sempre para todos nós, basta querermos interpretá-la.
Assim questiono sobre como está o buraco da crise que nos encontramos, por todo o país e especialmente pelo nosso estado de Roraima.
O buraco é fundo e muitas vezes estamos, como cegos, sem saber como sair dele. Todavia o pior ainda é que além de nós brasileiros sermos os cegos diante deste imenso buraco causado pela corrupção de vários anos. Ainda queremos guiar os venezuelanos que, cegos e desgovernados surgem mais e mais a cada dia.
Aí sim, vêm as palavras de Jesus corretamente… afinal, como nós cegos podemos guiar os cegos venezuelanos?
Caímos cada vez mais…
Podem me chamar de insensível ou sei lá o nome mais apropriado, mas na verdade sou realista e sei que todos sabem que precisamos enxergar primeiro uma luz no fim do buraco, para depois continuar querendo guiar os venezuelanos. Não tendo como ninguém se dar bem se só tumultuar, aumentar a migração e encher o Estado que vive no buraco…
É triste, mas é real. E qual a solução? Não sei….
*Escritora, palestrante, psicóloga, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna. Adquira meu livro “Enxergando o sucesso com as Mãos” Cel. 95 991687731 Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
Assista às mudanças – Afonso Rodrigues de Oliveira
“Aqueles que impedem as revoluções pacíficas preparam as revoluções sangrentas.” (John Kennedy)
Estamos no século vinte e um da era cristã. Tantos anos já se passaram e ainda vivemos como se a humanidade tivesse nascido com Cristo. Não levamos em conta os milênios e milênios que já vivemos e ainda não aprendemos. Porque todos nós os vivemos. Ainda queremos resolver nossos problemas atuais como fizeram os trogloditas de outras distantes eras. Com arrufos, malcriações e desordens. Vamos dar uma paradinha e voltar nossos pensamentos para eras que se passaram e nos deixaram exemplos de maus comportamentos? Ainda queremos evoluir destruindo conhecimentos que poderiam nos levar mais além. Ainda não nos atentamos, e por isso não acreditamos que não evoluiremos enquanto não formos educados. E por que não nos educam?
As épocas vão passando e se tornando eras e não aprendemos com elas. Continuamos no eterno ir e vir, sem saber por que estamos indo e vindo. Os que pensam que estão nos educando não sabem nem percebem a importância que isso tem para o nosso desenvolvimento, enquanto seres humanos. Continuam na tentativa absurda, de nos manterem no círculo de elefantes de circo, presos às amarras da ignorância. Não nos deixam pensar por contra própria. E como iremos desenvolver nossa capacidade de pensar, enquanto pensarmos nos pensamentos dos outros? E enquanto não libertarmos nossos pensamentos continuaremos marionetes, sabe-se lá de quem. Continuaremos indo para as ruas gritar e espernear sem nem mesmo saber por quê. Será assim, enquanto não nos educarmos.
Vamos educar, a nós mesmos. Por que cuidarem de nós se nós mesmos não sabemos nos cuidar, e que por isso elegemos os que não são capazes para entender isso? Ou quando entendem fingem que não entendem, apoiados em nossa ignorância política. E isso porque nós não entendemos. Então vamos começar a cuidar de nós, com a nossa educação. Se não nos educam, eduquemo-nos. Vamos aprender a refletir sobre a verdade dos acontecimentos na nossa política, para que possamos entender a vida. Entender que toda a balbúrdia é responsabilidade nossa. Então vamos mudar o rumo da prosa.
Você pode estar sendo usado, na sua ignorância, pelos que deveriam orientá-lo, educando-o para a formação do seu futuro. Não é gritando, protestando, nem esperneando que você vai resolver um problema que não deveria mais existir. E se existe é porque você não se cuidou. Nunca deixe de envolver a política na sua educação. Sem a política nunca seremos cidadãos. Então vamos fazer o que devemos fazer e não o que querem que façamos. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-460