Opinião

Opiniao 14 11 2014 280

Cultivando uma Boa Comunicação – Antonio de Souza Matos* Saber comunicar-se é uma necessidade vital do ser humano. A má comunicação pode trazer graves consequências, às vezes, irreversíveis. A Palavra de Deus, em Tiago 1:19-20, nos aponta três elementos essenciais para uma boa comunicação. O primeiro é a prontidão para ouvir. Essa é uma das grandes dificuldades que todos nós temos. Não gostamos de ouvir, embora Deus tenha nos dotado de dois canais auditivos. Preferimos falar a prestar atenção ao que o outro diz. Nossas mentes estão tão carregadas de preocupações e de divagações egoístas, que não temos paciência para ouvir. Assim, tiramos conclusões precipitadas e acabamos ferindo nosso interlocutor, que se mantém na defensiva e/ou se afasta de nós. Certa vez, minha filha me disse que não partilharia mais nada comigo. Preocupado, perguntei-lhe por quê. Ela me respondeu que, quando compartilhava alguma coisa, eu não a ouvia. Mesmo que ficasse calado, como se estivesse atento às suas palavras, ao abrir a boca, abordava outro assunto. Isso a irritava e a desanimava profundamente. Tive de pedir-lhe perdão e, desde aquele dia, tenho me esforçado para não somente ouvi-la com os tímpanos, mas também com o coração. Um amigo me confidenciou que não iria mais tentar dialogar com seu chefe quando tivesse algo importante para transmitir-lhe porque este não lhe dava a minha atenção. Ficava o tempo todo cabisbaixo, remexendo papéis e objetos que estavam sobre a mesa dele, ainda que, dez vez em quando, erguesse a cabeça para dizer: “Pode falar… estou ouvindo!” Isso soava como uma afronta aos ouvidos do meu amigo. O segundo elemento é a lentidão para falar. Ao invés de termos prontidão para ouvir, adoramos falar. Inúmeras vezes, agimos com precipitação, emitindo opiniões, sem levar em consideração que nossas palavras podem ferir o outro. Tiago declara, no capítulo 3 do seu livro, que a língua, embora seja um órgão pequeno, comparado aos demais órgãos do corpo humano, pode causar um estrago bem grande, a exemplo de uma fagulha lançada numa floresta. Depois de emitirmos uma opinião difamatória sobre alguém, fica difícil reverter a situação. Conta-se que um sábio foi caluniado por um de seus discípulos. Arrependido, o difamador foi procurá-lo para pedir perdão. O mestre, em resposta, mandou que ele enchesse um saco de penas e o acompanhasse até o cume de um monte. Em chegando ali, ordenou que o discípulo abrisse o saco e lançasse as penas ao ar. Depois, pediu-lhe que as apanhasse, uma a uma, e as colocasse de volta no saco. O moço respondeu: “Isso é impossível, mestre!”. Então o sábio redarguiu: “Eu lhe perdoo, mas não há como trazer a minha reputação de volta!”. O terceiro elemento essencial a uma boa comunicação é a lentidão para irar-se. Uma pessoa encolerizada diz coisas que jamais proferiria num estado de equilíbrio emocional. Por esse motivo, o salmista afirma que “melhor é o que domina o seu espírito do que o herói de guerra”. A ira traz à lume toda a podridão do coração do homem. O iracundo não consegue conter o fluxo de palavras que saem de sua boca, as quais visam humilhar e destruir o oponente. Há pais, por exemplo, que xingam os filhos, em alta voz, com palavras de baixo calão, como se estivessem aplicando a disciplina bíblica. Ao invés de estes melhorarem, começam a repetir infinitamente os atos de rebeldia, e a relação pai-filho se torna uma guerra sem interstício. Por que isso ocorre? Porque o transbordar da ira dos pais gera amargura no coração dos filhos. Estes se sentem feridos e desrespeitados, e a arma que usam é a provocação. A disciplina verdadeira é um ato de amor. Embora, às vezes, seja necessário empregar algum tipo de castigo físico, isso deve ser feito sempre com equilíbrio, a fim de que produza os resultados esperados, ou seja, a correção. Para não nos deixarmos dominar pela ira, destilando veneno dos nossos lábios, precisamos lembrar-nos de que “a ira do homem não produz a justiça de Deus”, conforme ensina Tiago. Não é fácil nos comunicarmos de modo eficiente, seja como nossos filhos, seja com nossos cônjuges, seja com nossos amigos e familiares. Mas é possível estabelecermos uma boa comunicação se adotarmos a postura recomendada por Tiago: ouvidos abertos, boca fechada e ânimo sereno. *Professor e revisor de textos. E-mail: [email protected] —————————————————- Boas notícias para a ciência brasileira – Ronaldo Mota* Em um período recheado de realistas e justificadas apreensões quanto à sustentabilidade do crescimento econômico e social brasileiro, boas notícias são especialmente bem-vindas. Mais ainda quando elas se referem a uma das mais competitivas áreas do mundo contemporâneo, ou seja, a produção de conhecimento científico.Estudo recente da respeitável consultoria internacional Thomson Reuters mostra que o Brasil avançou de forma significativa nas duas últimas décadas, saindo da 23a posição e atingindo a 13a no ranking de publicações científicas. Ainda que seja correto observar que essa qualidade na ciência brasileira, infelizmente,não tem sido acompanhada pelo aumento em patentes, os estudiosos da Thomson Reuters, mesmo assim, são otimistas quanto ao futuro da inovação no Brasil. O motivo é simples: se é verdade que ciência em si não é garantia imediata de inovação, há mais certeza ainda que, sem produção de conhecimento, não há nenhuma chance de inovação competitiva florescer. Dois fatores peculiares foram destacados por ocasião da recente 1a Cúpula Thomson de Experiência em Inovação que reforçam a positiva apreciação do panorama brasileiro: 1. as universidades brasileiras dão evidentes sinais de estarem internalizando rápida e progressivamente a importância da inovação em sua cultura acadêmica, fato este confirmado pelo crescimento acentuado de startups em seus espaços,a integração crescente com parques tecnológicos e a estratégica procura em adotar metodologias educacionais que estimulam inovação; 2. a tendência mundial por parte das empresas mais competitivas de fortalecimento da modalidade de inovação aberta, onde, ao invés das empresas manterem suas equipes próprias de pesquisa, elas contratam projetos em instituições de pesquisa, o que indica que, dada a maturidade de nossa pós-graduação, há um enorme potencial ainda a ser explorado no cenário nacional. É consenso que a área em que o Brasil tem mostrado grande competência em transferir ao setor produtivo seus avanços científicos e tecnológicos, e assim promovido inovação, é o agronegócio. Tal experiência deve servir de modelo para que façamos o mesmo nos demais setores da indústria, tal como é o principal objetivo da recém criada Empresa Brasileira para a Pesquisa e Inovação Industrial, Embrapii.Esta e outras iniciativas mostram que há clareza de propósitos e,sendo os atores dos dois lados da ponte competentes, resta agora que comunidade acadêmica e empresários comecem a usar intensamente essa via de mão dupla. As áreas científicas brasileiras de maior destaque científico têm sido ciências agrárias, energias alternativas e medicina. No futuro próximo, se algo pode ser desejável como meta, seria ver o Brasil como destaque mundial enquanto nascedouro de empresas de tecnologia de ponta. Pode parecer um sonho, mas não é. Quem acompanha nossos talentosos jovens empreendedores sabe que pode sim virar realidade e breve. Cabe ao governo, de forma complementar,  estimular, desobstruir amarras e permitir uma atmosfera compatível com tal objetivo. Por sinal, é a nossa única chance de efetivamente termos um desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável. *Reitor da Universidade Estácio de Sá e professor titular aposentado da Universidade Federal de Santa Maria ——————————————————– Quem somos e por quê – Afonso Rodrigues de Oliveira “Você é tão rico, ou tão pobre, quanto o seu vizinho; senão não seria vizinho dele”. (Ralph Emerson) Quando sabemos quem somos, sabemos que somos todos iguais nas diferenças. Logo, não há por que ficar alimentando a hipócrita discriminação. Os cientistas estão tentando, no século vinte e um, descobrir a origem do universo. Mas não nos dizem a que universo se referem. A verdade é que vivemos em sois universos num só. Um não passa de um pequeno universo, parte do universo infinito. Um cantinho onde chegamos, há, precisamente, vinte e uma eternidades. De lá para cá não progredimos tanto assim. Ainda nem mesmo sabemos quem nem o que somos, nem de onde viemos, nem por que viemos. Simples pra dedéu. Se somos todos iguais temos que nos respeitar como somos. Sobretudo quando sabemos que vivemos num processo evolutivo. Ainda há dificuldade em entender, quando dizemos que devemos ser afáveis, mas sem familiaridade. Não devemos deixar de cumprimentar o próximo por não conhecê-lo. Tem nada a ver. Quando caímos no elementar da familiaridade, estamos nos igualando. E não querer se igualar não significa discriminação; apenas respeitar as diferenças. A diferença nas classes sociais não inferioriza os da classe tida com inferior. As vizinhanças de hoje já não têm a característica de vizinhanças. Os cumprimentos já não são tão afáveis nem tão frequentes. E quando você finge não ver seu vizinho, para não cumprimentá-lo o está discriminando. E se discrimina é porque, ilusoriamente, está se sentindo superior. E nem se toca que é vizinho dele. E isso não está relacionado só à vizinhança da rua. Está nas ruas, nas praças, nas escolas e onde você estiver. Noite passada, mantive um papo longo com duas de minhas noras. Foi legal pra dedéu. Eu as adoro. Mas caí na esparrela do sogro: falei mais do que a boca e não lhes dei chance para elas externarem seus pensamentos. Nunca faça isso. Fiquei imaginando como será que elas estão me vendo, a partir daquele papo. Mesmo sabendo caminhar pelas veredas minadas, arriscamo-nos a pisar na mina. E eu pisei. Esqueci-me de que o bom conversador não é o que fala mais, mas o que ouve mais. Como é que eu vou saber como minhas noras pensam, se fiquei o tempo todo lhes dizendo como eu penso? Parti, ignorantemente, para a familiaridade. É bem verdade que não teremos mais o tipo de vizinhos que se sentavam nas calçadas para o papo da noite. Mas isso não quer dizer que ignoremos nossos vizinhos. Não nos esqueçamos dos nossos colegas de trabalho, nem dos da rua, para um papo, vez por outra, mais sem vulgaridade. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460  —————————————————— ESPAÇO DO LEITOR  COMBUSTÍVEL “Esse tipo de fiscalização deveria ser diário, porque em todo o Brasil há adulteração de combustíveis, inclusive nos grandes centros metropolitanos, imaginem aqui em Roraima! Parabéns à Agência Nacional do Petróleo (ANP)!”, comentou o internauta Henrique Sérgio Nobre sobre a fiscalização feita em postos de combustível em Boa Vista. AUTARQUIAS “Vejo que esses deputados estaduais aprovam e desaprovam nomes de pessoas que já vêm há anos e anos fazendo parte destas pastas e pergunto-me: Será que não existem outras pessoas qualificadas que possam assumir e gerenciar esses órgãos públicos?”, questionou Lucenir Gomes Rodrigues,  na página da Folha no Facebook. GRATIFICAÇÃO 1 Sobre a nota GID, publicada ontem, a assessoria de comunicação social da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (SEED) esclareceu que a Gratificação de Incentivo à Docência (GID) é um benefício garantido pela Lei Estadual 892/13 aos professores do quadro efetivo em pleno exercício da docência. Conforme a nota, aos 2.566 professores do quadro temporário, com contrato anual, prorrogável por igual período, não há dispositivo na lei que ampare o pagamento dos R$ 798,61. “Quanto aos descontos no contracheque, o Departamento de Recursos Humanos da Seed esclarece que o professor temporário tem descontado 11% referentes ao INSS. O percentual do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) varia de acordo com a quantidade de dependentes declarados no ato da assinatura do contrato temporário”, afirmou a nota. ERÁRIO “O dano causado ao Estado por esse grupo que está no governo é imensurável. Em todas as pastas da administração estadual é cristalina a irresponsabilidade com o Erário dos gestores e do chefe maior. Na Educação, todas as verbas federais foram diluídas no ralo da corrupção, faltando pagamentos à merenda escolar, manutenção das escolas e o transporte escolar. Pagamentos são efetuados aos apaniguados políticos e aos sócios das vossas excelências. Enquanto os verdadeiros prestadores de serviços não recebem as suas faturas”, comentou Carlos Calheiros. “Que sejam apontados os nomes daqueles responsáveis gestores que contribuíram com a falência da educação estadual, para responderem pelos crimes de formação de quadrilha e peculato”, disse.