JOANETE
Marlene de Andrade
“Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema ao Senhor e evite o mal. Isso trará saúde ao seu corpo e nutrição aos seus ossos.” (Provérbios 3:7-8).
O pé do ser humano é uma estrutura extremamente complexa, constituída por músculos, pequenos ossos, ligamentos, articulações e tendões. Ele é muito importante para a sustentação do nosso corpo, por isso tratar dos pés, de maneira preventiva, é importante, pois são eles que nos sustentam para nos movimentarmos. E por que falar sobre esse assunto? Há casos de pés apresentarem alterações anatômicas e o joanete, mais comuns em mulheres, é um desses problemas. Geralmente ele afeta o dedão, o qual é o primeiro dedo do pé.
As causas do joanete são várias e uma delas tem a ver com o uso de sapatos muito apertados, pois eles nesse caso vão machucando os ossos dos pés e assim, pouco a pouco os lesionando. Outra causa é usar sapatos de bico fino e de salto alto, mas não podemos nos esquecer, de que nesse tipo de problema do pé, entra também a hereditariedade.
Alguns poderiam perguntar por que o uso de sapato de bico fino pode ocasionar essa patologia? A explicação é muito simples, ou seja, porque obriga os pés a se readaptarem à pisada para manter o equilíbrio do corpo. No entanto, é importante deixar esclarecido que a pessoa que quiser usar esse tipo de calçado pode usá-lo, porém sem fazer dele uma prática diária.
Se a pessoa que tem joanete quiser se tratar, deve procurar um ortopedista, o qual está habilitado para perceber se é hora de operar o joanete do paciente ou se o uso de talas ou afastadores de dedos com o objetivo de tentar reposicionar os ossos será uma opção não invasiva.
Sendo assim, a melhor maneira que existe para que a pessoa não sofra o desencadeamento de um joanete é utilizar sapatos bem confortáveis e macios permitindo assim que os pés não sofram nenhum tipo de pressão. Sapatos com salto alto também podem prejudicar bastante a pressão sobre os dedos, o que culminará no surgimento dessa patologia.
O corpo humano é muito complexo e funciona em conjunto com inúmeros membros e esse funcionamento tem que ocorrer em harmonia, senão tudo desanda dentro do nosso organismo. Uma dor lá no dedão do pé, de forma contínua, pode tirar nosso apetite, sono, cansaço e, entre outras coisas, nos trazer desânimo.
Médica com Título de Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB
CRM-RR 339 RQE- 341
Técnica de Segurança no Trabalho- SENAI-IEL
O tempo e a ferrugem
Walber Aguiar*
a indiferença distancia as pessoas,
e há coisas que nunca mais voltam a ser
as mesmas de antes.
Drummond
Decerto que as coisas acabam. Diante do absurdo da existência, da relativização do existir, o tempo nos encurrala em algum canto da vida, em alguma esquina encharcada de sobriedade ou de delírio. Sim, as coisas se desgastam feito os dentes, o ferro na ferrugem, a alma que sente dor, o corpo frágil diante da velhice, a esperança frente à decepção.
Há uma compreensão ampla dos fossos, das valas, dos abismos interpostos entre nós e o outro. Um entendimento que ecoa na alma, ainda mais quando se percebe o existir na perspectiva do poetinha, quando afirma que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.
E tudo que nos distancia, traz em seu bojo palavras mal ditas e mal empregadas, desgaste relacional pelas idiossincrasias, por algumas opiniões contrárias, extremadas, polarizantes. E se há distância, há raiva, ódio, desprezo, silêncio, indiferença.
E de repente do riso faz-se o choro, o pranto, a tristeza por um gesto ou coisa irrelevante, questiúnculas que poderiam ter sido evitadas. Aí lembramos da escola em que estudamos na infância, do campinho de pelada, do lanche repartido, do quibe comido na Praça Capitão Clóvis, do sanduíche devorado na Praça da Saudade.
As muitas lembranças fervilham, a lágrima renitente teima em cair, a alma se encolhe, a psique entra num estado de melancolia, enquanto os momentos são revisitados, enquanto a vida passa a limpo os borrões que serviram para o aprofundamento da relação, para sabermos à sombra da distância a preciosidade do amigo, a intensidade da ternura.
Assim, tudo se acaba, desgasta, corrói, apaga, evapora, desmorona. Por isso não deixe que opiniões contrárias roubem a preciosidade que perpassa o tempo. As ideologias passam, a amizade continua.
Não desfazer amizades bonitas por causa de ideologias extremadas e vazias, é um grande indício de maturidade…
*Advogado, poeta, professor de filosofia, membro do Conselho Estadual de Cultura e da Academia Roraimense de Letras
Como elogiar
Afonso Rodrigues de Oliveira
< p style="margin-left:0cm; margin-right:0cm; text-align:justify">
“Elogiar o ato evita embaraços e constrangimentos, além de ser dado em uma esfera mais ampla, evitando sentimentos de favoritismo e criando um incentivo para atos do mesmo gênero”. (Les Giblin)
Já comentamos sobre a mania de criticar. Um defeito que deveria ser observado e corrigido, sobretudo na comunicação. É desencantador ouvirmos, todos os dias, críticas em forma de desabafo e até de insultos. É corriqueiro ouvirmos repórteres e comunicadores criticando as pessoas, e por vezes até instigando-as à discussão. O que, a meu ver, é um defeito no preparo para o comunicador. E sinto muito mais quando isso escorrega para as conversas pessoais. Já dissemos muitas vezes que quando criticar, critique o ato e não quem o praticou. Simples pra dedéu.
Quando você elogia um ato, está divulgando-o de maneira positiva e sem a aparência de favoritismo. Quando criticamos um ato sem indicar quem o praticou não estamos ofendendo. Sabemos que a carapuça vai cair na cabeça do autor. E, com certeza, ele, o autor, não vai se aborrecer, e sim tentar ser mais parcimonioso e justo. É quando você será visto não como um crítico, mas como um comentarista sadio. E comportamentos assim levam ao caminho da ordem, que significa política, mesmo não estando envolvido na política.
Sei que há um número enorme de bons exemplos. Desde minha infância sempre vivi no meio político. Conheci e convivi com grandes políticos em todos os níveis. Tenho exemplos notáveis de comportamentos exemplares de eficiência no conviver. Mas o que mais me chama atenção para a citação é o exemplo do Abraham Lincoln. E por isso vamos repeti-lo. Todos nós sabemos como o Lincoln era considerado uma pessoa feia no semblante. Ele era senador nos Estados Unidos, quando um dia, numa discussão, um adversário falou apontando para ele: “O senhor é um político de duas caras”. Lincoln virou-se e falou para os presentes: “A resposta fica com os senhores. Os senhores acham que se eu tivesse outra cara iria sair por aí com esta”?
É claro a resposta do Lincoln provocou risos, e o insulto foi de águas a baixo. Desceu pelo ralo. A crítica e o elogio seguem caminhos iguais e em direções diversas. São as veredas que nos levam aonde queremos ir. A escolha depende de cada um de nós. E todos nós temos o poder de seguir o caminho certo. É só saber escolher a vereda. E estas estão abertas aos nossos pensamentos. E os pensamentos vêm do nosso raciocínio. Então vamos apurar nossas mentes para que sejamos ordeiros da vida. Seja sincero e honesto com você mesmo, ou mesma, nos elogios, tanto quanto nas críticas. Você é o que diz. Pense nisso.
99121-1460