Trote ou selvageria?

Marlene de Andrade*

“… não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a Lei.” (Romanos 13:8).

O trote acompanhado de todo tipo de barbárie, em calouros, não é coisa nova. Na Universidade de Coimbra, desde a idade moderna, os veteranos já praticavam as maiores atrocidades com os novatos. Quanto maior é a universidade, mais trotes ocorrem em um nível de perversidade inimaginável – vide USP. Mas como aceitar que um calouro tenha que passar pelo constrangimento dos trotes cada vez mais ultrajantes?

Todo calouro sofre de forma profunda para entrar na faculdade e aí quando se iniciam as aulas, em vez de ser recebido calorosamente e com honras, ao contrário, acabem passando pelo ultraje de ser humilhado e vilipendiado.

A maldade que alguns veteranos fazem com os calouros é aviltante e muito desonrosa. Há casos em que os estudantes sofrerem inúmeros traumatismos pelo corpo e podem até vir a óbito devido à violência do trote. Há quem diga que essa prática está atrelada a uma coisa chamada “poder” e que se o calouro não se submeter vai ser penalizado mais ainda. É como se os veteranos dissessem, àqueles que acabaram de passar no vestibular, que os novatos são intrusos e vão, por isso, ser recebidos de forma desonrosa. Assim sendo, há casos de os calouros serem recebidos a pontapés e, entre outras atrocidades, aos socos e pauladas.

Outras vezes os calouros têm que dançar como se fossem portadores de transtorno mental, ou então ficar de joelhos o tempo que os veteranos quiserem, recebendo spray de uma determinada substância misturada com fezes e urina. Outras vezes são forçados a se embriagarem.

Em outros casos os veteranos exigem que o calouro tire suas roupas e tenha seus cabelos totalmente raspados, ou cortados, e o corpo todo pintado. Beber vômitos e urina com pimenta é outra prática, às vezes, usada. Chicotadas durante os trotes também podem ocorrer. Há casos, inclusive, de o calouro ser estuprado ou sofrer abuso sexual. Há quem afirme que há alguns anos embebedaram um calouro na UFRR a ponto de o mesmo entrar em coma alcoólico e ter que ser internado no HGR. Não sei se isso realmente ocorreu, mas dizem que sim.

A sociedade organizada tem que enfrentar esse problema, inclusive com o respaldo das polícias. Essa guerra tem que ser reprimida e esses psicopatas devem ser levados à cadeia. Eles são transgressores das normas que norteiam os bons costumes e por isso devem ser presos em flagrante. Quanto aos responsáveis pela instituição, onde essas barbáries ocorrem, devem responder processo, salvo melhor juízo, judicial.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CFM

Arranque o câncer que existe em você

Vera Sábio*

Acho que só pelo título do texto muitos ficarão assustados e nem se atreverão a ler. Por isso, eu mesma relutei em colocar este nome, mas normalmente coloco o que primeiro me vem à cabeça e resolvi seguir minha intuição.

Cada dia mais, não estamos conseguindo evitar esta palavra e esta doença maldita; pois acho que se fizermos a pergunta básica, de quem nunca teve alguém na família com a tal, como diziam os antigos, doença ruim, não escapa uma família sequer; e o problema é que com tantos novos medicamentos, tratamentos, prevenções, o que verificamos é um aumento grande. Como uma peste que não tem fim, que não escolhe endereço, classe social, idade e nada que possa, de fato, evitá-la.

Assim, é importante, todos os dias, tentar arrancar o maldito câncer que existe dentro de cada um.

A ciência revela que todos possuímos células cancerígenas. Por isso devemos investigar o que está acontecendo para que elas estejam se desenvolvendo incontrolavelmente?

Há fatores genéticos, sim. Há problemas climáticos, sim. Há aumento da poluição, dos agrotóxicos, do sedentarismo, da depressão etc. sim. sim… sim… Acho que tudo que pensarmos iremos dizer que sim.

Mas já pensou o que cada um, independente dos fatores externos, pode fazer internamente para que tenha mais chance de que estas células não se multipliquem.

Acredito que o primeiro passo é perdoar e agradecer. Perdoar a si mesmo, perdoar os outros, perdoar o mundo, perdoar a natureza, enfim viver perdoando e agradecendo sempre. Não apenas um agradecimento generalizado. Mas um agradecimento direcionado.

Agradecer por ter acordado, por ter respirado, por ter um teto, alimentação, água. Agradecer pelos detalhes que o corre-corre da vida deixa passar despercebido. Agradecer por conseguir fazer xixi, por evacuar, por pensar, por piscar, por ouvir, etc. fazer sempre uma lista mesmo repetitiva de agradecimentos; acreditando que a gratidão multiplica as bênçãos.

Nós estamos em um tempo que somente os bons pensamentos para controlar todo o nosso corpo de males imperceptíveis. Que quando percebermos, muitas vezes já será tarde demais.

Portanto acabou o tempo da espera. Precisamos agir mais rápido e mudar agora. Mudar maus hábitos que podem se tornar costumes e dos costumes, vícios; o que fica cada vez mais difícil de ser mudado.

Precisamos deixar as pequenas coisas como pensamentos mesquinhos de raiva, rancor, frustrações e perdas de lado. Não valorizar o que pode nos adoecer e ter mais leveza, mesmo que o corpo carregue muito peso; mas que estes pesos sejam com os aparelhos de academia, fazendo exercícios físicos que suam o corpo e refrescam a alma.

Ande, corra, pule, seja criança em seus sentimentos mais puros e arranque qualquer sentimento que possa te prejudicar.

Que estas palavras, junto com suas boas ações, sejam o passo necessário para uma saúde mais plena.

*Escritora, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna. Adquira meus livros pelo cel. 95 991687731

“Enxergando o Sucesso com as Mãos e Muito Além da Visão”

blog. [email protected]

O aprendizado maduro

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.” (Leonardo Da Vinci)

Aposto que você nunca conheceu alguém que tenha se arrependido de ter aprendido alguma coisa. E quando realmente aprendemos, nunca esquecemos. Mesmo que sejam coisas muito simples. O importante é que elas tenham trazido felicidade. E sempre há felicidade no aprendizado. Nunca se julgue o dono da cocada preta. Há sempre o melhor a ser feito, no melhor que fizemos. Pergunte isso pro Leonardo Da Vinci. O Thomas Edson aprendia com os erros. O que só as pessoas inteligentes fazem. Então entre nesse grupo e procure aprender com seus erros aprimorando-se nas execuções. Não há quem não se sinta feliz quando descobre que aprendeu, sem saber que precisava aprender.

A vida é uma peça de teatro. E não há ator realmente preparado quando não se prepara a cada minuto do seu dia, no seu dia a dia. Faça isso. E a melhor maneira de aprender no cotidiano é prestando atenção aos acontecimentos. Mesmo os mais aparentemente insignificantes. Porque a insignificância pode estar na sua desatenção. Preste atenção nas coisas e acontecimentos à sua volta. Mas esteja maduro para não se influenciar. Porque é assim que aprendemos a separar o joio do trigo. Nunca se deixe levar por pensamentos alheios. E eles são alheios quando não sabemos interpretá-los dentro do nosso grau de evolução racional. Nem sempre o que vemos é o que é.

Miguel Ângelo expressou divinamente esse pensamento: “Na arte as insignificâncias causam a perfeição, e a perfeição não é uma insignificância.” Analise esta joia. Não há insignificância na perfeição. Então vamos aperfeiçoar a arte no que fazemos. E qualquer coisa que fazemos é o que fazemos, mesmo que pareça insignificante. O importante é que saibamos que ainda podemos e devemos aperfeiçoar. Que é o que fazemos com nossa alma, no que fazemos como frutos dos nossos pensamentos. E vamos mudar de assunto, senão você vai pensar que estou querendo dar uma de filósofo de botequim.

Mas, falando sério. Os pensadores nos ensinam a pensar. E por isso estamos correndo o risco quando nos atamos aos pensadores que não sabem pensar. Pergunte ao Plínio Vicente se ele conhece, ou conheceu, alguns desses pensadores. E o Plínio aprendeu, e muito, sorrindo nos pensamentos vazios e aprendendo a aprender com eles. Porque é assim que crescemos. Os grandes profissionais aprimoram seus conhecimentos no cotidiano do trabalho, aprendendo a aprimorá-lo. E meu amigo Plínio fez isso muito bem.

Valorize-se no que você é sendo o que você realmente é. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460

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