Espaço do leitor

Espaco do Leitor 01 09 2018 6841

Agressões contra professores

Ana Paula Siqueira* 

Há diferença sutil entre a maioria dos casos de agressão a educadores e a recente violência física sofrida pela professora da escola pública catarinense. A própria docente expôs a ocorrência nas redes sociais ao invés de manter a situação sigilosa.

Os episódios de violência nas escolas demonstram pontos relevantes. Como a educação presencial e o sistema de ensino estão falidos. A educação para o bom uso de plataformas digitais inexiste. A violência contra os mestres não é fato entre agressor e vítima. Nem exclusiva da sala de aula. É dilema mais amplo. De saúde pública, do sistema de ensino. Do Poder Judiciário. Professores e educadores tornaram-se alvo fácil para violências de alunos e pais.

O bullying e, sua versão web, cyberbullying já estão reconhecidos na lei. A norma determina medidas de conscientização, prevenção e combate. Amplia leque a agressores e vítimas. Não se atém somente aos conceitos sociológicos e pedagógicos. O caso da professora de SC não é único. Outros tão graves afastam docentes por anos e há quem jamais tenha retornado. E isso também nas escolas particulares. Pior, muitos pais são os agressores sistemáticos. Denigrem professores e colégios nas redes sociais e grupos de WhatsApp. Por rejeição às notas baixas, advertência e suspensão dos filhos.

Felizmente, cresce a mediação. Na iminência das repercussões do processo judicial para reparação de danos e de queixa-crime, acabam negociando formas de compensação aos prejuízos emocionais e físicos causados.

Dos 292 casos de violência escolar atendidos no escritório este ano, 12 são de atos contra professores. Isto decorre da mudança de postura quanto às agressões. Antes, vítimas silenciavam. Hoje, mais conscientes, reagem com a lei. Isto é resultado importante de trabalho de educação digital, prevenção e combate ao bullying e cyberbullying no ambiente escolar desenvolvido pelo escritório em São Paulo. 

O programa jurídico-educacional Proteja-se dos prejuízos do cyberbullying visa à instrução de forma jurídica e pedagógica às escolas, clubes, agremiações, professores, pais e alunos em como agir e prevenir casos de incidentes. E se insere num contexto que objetiva a reversão do quadro no qual os atores envolvidos ainda negam ou não reconhecem o bullying. São as situações de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, cometidos presencialmente ou por meio de smartphones, tablets e redes sociais.

Embora o estado de negação seja realidade em parte das escolas, o contexto se altera pouco a pouco e as instituições de ensino começam a trabalhar a prevenção, diagnose e combate ao bullying.

*Titular do SLM Advogados 

Enganam a gente dizendo que Lula está na frente

Daniel Severino Chaves*   É comum ver nas redes sociais ignorantes de direita que acreditam que Lula tem a maior porcentagem de intenções de voto, e com expressão de ódio agem raivosamente acusando os meios de comunicação e as pesquisas de intenção de voto como fomentador da política de corrupção liderado pelo sindicalista. Já os espertalhões usam esse engodo pra dizer que a corrupção será vencedora, logo o Centrão está no centro.

A mídia se valendo das empresas de pesquisa procura incutir na cabeça do eleitor que um réu condenado por corrupção é a melhor opção. Logo no início da prisão de Lula, era comum ver que seus seguidores evitavam sequer lembrar seu nome com vergonha de ser vinculado a um projeto de “poder pelo poder” que se vale a todo sortilégio criminoso para alimentar seus desígnios. Hoje com a banalização do conceito “corrupção”, seus seguidores abraçam sua causa não se importando mais com a honestidade e sim com sua identidade.

Quem se beneficia com essa banalização de que todo político é corrupto, é o corrupto esperto. O que vemos é que tem corrupto pregando honestidade, com mais aceitação do que um honesto inútil. Prestem atenção nesta mensagem: “Mensagem subliminar é apenas uma teoria da conspiração que nunca afeta a gente, por país melhor, Geraldo é Alckmin decente”. Os espertalhões da política se valeram dos treze anos da política do inútil pra dar ao cidadão inútil, a sensação de que seu voto é útil. Em contrapartida, a procuradoria-geral da república imposta pelos líderes da corrupção tenta enganar a gente impugnando a candidatura do corrupto mais inútil, um reles presidiário.

A estratégia de tentar enganar a gente dizendo que Lula está na frente, vem em discurso contrário o líder do crente. Porém não existe uma corrupção maior do que esses enganadores que se apresentam como pastores evangélicos, pregando combate à corrupção e na maior cara de pau exigindo dízimos e ofertas do pobre a quem deveriam estar amparando e não explorando. Vender o reino do céu, que é um dom gratuito de Jesus nosso Senhor, é um crime mais hediondo do que superfaturamento de obras, mas ninguém tem coragem de denunciar.

A lavagem cerebral de que todos os políticos são corruptos surtiu tanto efeito, que muitos esquerdistas que se quer faziam comentários sobre os crimes de Lula, hoje se expõem mais dizendo que são adeptos de que as urnas é que determinarão se queremos um Brasil, livre da corrupção combatida por aqueles que nas regalias recebem mais do que o teto constitucional permitido. “Os fins justificam os meios” é um ditado ambíguo que serve para os dois lados. Dum lado um oportunista se apresentando como extrema direita e de outro lado, aqueles que tentam evidenciar o sinistro. Por falta de opção dos periféricos, o centro sai em vantagem.

Pra quem não selembra, Alckmin decente já foi candidato a presidente e tirou uma quantidade menor de votos que no primeiro turno. Só provando que o tão poderoso Lula, na sua gula, não confiou no eleitor e meteu a mão nos votos do adversário se valendo das urnas eletrônicas criadas pelo próprio partido do derrotado. Convido o eleitor a mirar nos candidatos que possuem autoridade moral pra dizer que são honestos, e verás que estes são justamente os mais inúteis, e por serem presunçosos não conhecem a incompetência, patente aos olhos do leitor.

*Professor

Como criticar alguém

Flávio Melo Ribeiro*

É bastante comum pessoas criticarem os outros, porém quando são criticadas não gostam e geralmente tentam se justificar para salvar a sua imagem, ao invés de prestarem atenção no que estão lhe apontando. O interessante é que as empresas de sucesso gastam fortunas fazendo pesquisa a fim de saber a opinião dos clientes, já que sabem que a permanência no erro pode custar ainda mais caro. E em geral as pessoas desperdiçam uma consultoria gratuita, que é a crítica, para se tornarem melhor. No entanto, o problema pode residir na forma como a crítica é feita, fazendo com que o criticado se arme para não se sentir rebaixado. Sendo assim, tem alguma maneira de criticar alguém para que a pessoa reflita sobre si e agradeça por lhe apontar suas falhas?

A metodologia mais comum é iniciar a conversa com um elogio sincero de algo que a pessoa já faz bem feito. Isso serve para evitar uma reação refratária diante da crítica que será feita em seguida. A crítica propriamente dita inicia-se indicando a situação ou um ocorrido de forma breve e, logo após, aponta-se o objetivo, a meta ou o desejo que o outro gostaria de alcançar e que não está alcançando em função do seu respectivo comportamento. Dessa forma, chama-se atenção para um sistema de recompensa. Desde a infância aprendemos a nos orgulhar das vitórias, então sempre que se chama atenção para a pessoa conquistar algo que deseja e não está conseguindo, ela tende a se motivar e a escutar o que será falado.

Uma vez tendo a atenção do outro, está na h
ora de sugerir ações para que o mesmo alcance seu objetivo. O ideal é, ao citar as alternativas, complementar com exemplos, visto que nem sempre quem foi criticado sabe como fazer. Agindo dessa maneira, o criticado fica satisfeito, pois percebe que o que lhe foi apontado não foi contra a sua pessoa, mas uma forma construtiva de ajudá-lo na realização do seu projeto. Em vez de ficar chateado e querer se justificar, tende a agradecer e sai motivado a corrigir.

*Psicólogo – CRP12/00449 E-mail: [email protected], Contatos: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

É ser feliz

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A felicidade está onde nós a pomos, e nem sempre a pomos onde estamos.” (Vicente de Carvalho)

Só você é capaz de fazer você se sentir feliz. E por que ficar esperando que os outros façam o que você mesmo, ou mesma, deve fazer? É uma questão de valorização. Só quando nos valorizamos somos capazes de ser feliz. Comece prestando atenção às coisas naturais e simples, à sua volta. É simples pra dedéu. A beleza é o esteio da felicidade. E a beleza está na naturalidade, e não na superficialidade. Enriqueça seu espírito saindo da unanimidade. 

Alguém já disse que a mente humana é como um paraquedas; só funciona quando aberta. Abra sua mente e seja feliz. Mas não deixe que ela navegue na superficialidade. Aprofunde-se no seu espírito. Procure ver o que há de mais interessante nas coisas mais simples ao seu lado. Uma flor silvestre, por exemplo. Já prestou atenção à beleza delas sobre as calçadas esfarrapadas? Elas não estão nem aí para a feiura da calçada. E se isso estiver lhe parecendo fútil, cuide-se. Pessoas menos esclarecidas tendem a confundir o natural com o fútil. 

Hoje é o último dia da semana. Passe seu dia, hoje, preparando-se para o amanhã que será seu primeiro dia de luta no futuro que é hoje. E isso não é engodo. O futuro é amanhã e amanhã hoje já será ontem. Não perca seu tempo preocupando-se com os maus momentos que o torturaram, ontem. Eles fazem parte do passado. E é esquecendo-os que você vai fazer certo o que lhe causou o transtorno, ontem. Porque os inteligentes aprendem com os erros, os seus e os dos outros. Dê sempre um bom dia ao dia, quando acordar pela manhã. 

Seja você em todos os dias de sua vida. Não se esqueça de que a vida é passageira. E se é assim, por que ficar perdendo tempo? Cuide-se, seja você quem for. O que importa é que você viva intensamente cada minuto de sua vida. Chute o balde do mal. Não perca tempo com ele. Procure a felicidade em você. Ninguém pode fazer isso por você. Quando você busca a felicidade em alguém ou em alguma coisa, é porque você está se desvalorizando. Não tente parecer o que você não é para ser agradável a quem quer que seja.

No início da década de cinquenta assisti, no Teatro Carlos Gomes, em Natal, a uma peça de teatro que me ensinou, na simplicidade. Um personagem alertou o outro de que ele estava sendo bobo, diante do comportamento da namorada. O cara lhe respondeu: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo.” Quando alguém enganar você olhe-se no seu espelho interior e pergunte: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Se você se enganou, foi você o bobo, ou a boba. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460

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