Enquanto os fins de semana são marcados por assassinatos e mortes no trânsito na Capital e nos municípios do interior, é necessário que olhemos com atenção para o que dizem os dados sobre as cidades mais seguras do Brasil, as quais têm registrado menos de 1 homicídio por ano. Não há segredo nem mágica: basta que as autoridades atuem para fazer aquilo para o qual são bem pagas.
Uma luz sobre o que fazer está nos dados do Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil em 2024, em que as cidades mais seguras se destacam por oferecer um ambiente seguro e alta qualidade de vida, refletindo nas taxas de criminalidade com investimentos públicos em segurança, o que resultam em locais onde os moradores podem viver com mais tranquilidade.
As cidades de Valinhos e Botucatu, em São Paulo, aparecem como líderes nesse ranking não apenas por apresentarem baixos índices de violência, mas também por investirem em policiamento rigoroso, garantindo a segurança de seus habitantes, em uma combinação de infraestrutura adequada e serviços públicos eficientes que podem influenciar positivamente na qualidade de vida.
A cidade Valinhos se destaca como a cidade mais segura do Brasil em 2024, com uma taxa de apenas 0,9 assassinatos por 100 mil habitantes. A fórmula é simples: a cidade investe continuamente em policiamento e serviços públicos de boa qualidade para a sua população. Por sua vez, Botucatu, que ocupa o segundo lugar no ranking, com uma taxa de 1,4 assassinato por 100 mil habitantes, faz o mesmo, investindo na forte presença de policiamento, o que contribuiu para a qualidade de vida, tornando-se um local atraente para quem busca um ambiente seguro.
Os dados mostram, ainda, cidades como Tatuí e Sertãozinho como exemplos da relação positiva entre desenvolvimento humano e segurança. Tatuí, a “Capital da Música”, além de ser um polo cultural, é considerado um local seguro, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 0,761. Sertãozinho aposta em investimento em serviços públicos de qualidade na educação, saúde e infraestrutura, com impacto significativo na segurança pública, criando um ambiente mais estável e seguro para seus habitantes.
Há outro aspecto a ser observado. Enquanto muitas autoridades enxergam fórmulas mágicas e miram soluções que custam alto investimento e difíceis de serem atingidas, as cidades pequenas mostradas no ranking investem em esportes e atividades físicas, as quais também representam um papel importante na promoção da segurança e da qualidade de vida nas cidades mais seguras do Brasil.
A cidade de Valinhos, por exemplo, oferece uma ampla gama de instalações esportivas, incentivando a prática de esportes como futebol e basquete, o que pode desviar os jovens de atividades ilícitas. Vale ressaltar que, neste caso, o fomento ao esporte não é apenas visto como lazer, mas também como uma forma de integração social e desenvolvimento pessoal.
Outra cidade bem pontuada é Botucatu, que dispõe de diversas iniciativas de esporte e lazer que visam incluir os moradores em atividades saudáveis, reduzindo o tempo de exposição a situações de risco. O forte dessas cidades são os investimentos em instalações esportivas, além de apoio a eventos esportivos, criando ambientes comunitários mais seguros e unidos.
Em resumo, essas cidades apontadas no ranking demonstram que a segurança não é apenas uma questão de policiamento, mas também de criar um ambiente onde os cidadãos tenham acesso a serviços básicos de qualidade, como saúde e educação, além de uma infraestrutura que suporte o crescimento urbano de forma sustentável.
Olhando para a realidade de Roraima, em que a cada fim de semana tornou-se praxe computar os mortos e feridos no trânsito, os políticos costumam optar por festejos embalados como forró como atividades de diversão nos municípios do interior, cujo orgulho de muitos passa ser divulgar fotos e vídeos no fim de festa, com latas e garrafas de cerveja espalhadas no chão como símbolo de “festa boa”, e não como mais um problema de meio ambiente.
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Fora as imagens de gente caída ao chão ou em confusões generalizadas, fatos que acabam contribuindo para a insegurança e problemas na saúde pública nas cidades do interior, onde deveriam ser locais com qualidade para se viver, além de alimentar comportamentos inadequados para o bem-estar coletivo.
Nem mesmo os parques aquáticos, que antes eram pontos de encontro e lazer nos fins de semana, funcionam mais depois de serem abandonados pelo governo e se tornarem sucatas ao ar livre. Esses locais, que poderiam se tornar ambientes para eventos culturais e esportivos, hoje são símbolos do descaso com o patrimônio público e do desprezo com políticas públicas voltadas ao bem-estar coletivo para melhorar a qualidade de vida da população.
*Colunista