AFONSO RODRIGUES

Desde Atenas, nada mudou

“A verdade é que, sob nomes diversos, nunca fomos governados senão por oligarquias de ideologias. Em dois mil anos, desde Atenas, nada mudou”. (Georges Clemenceau)

Precisamos mudar. Mas primeiro temos que mudar a nós mesmos. O que é difícil, uma vez que ainda não aprendemos a pensar com nossos próprios pensamentos. Estamos sempre guiados por pensamentos dos que tentam nos dirigir. Rui Barbosa já disse que “…sem liberdade não há voto”. Para votar precisamos ter liberdade na escolha de em quem iremos votar. Sei que é uma tarefa dificílima, mas, possível. Tudo vai depender do nível da nossa educação. Chega de briguinhas comadrescas em nome da política. Porque política não se discute, se faz. Certa vez alguém perguntou à Lady Winston Churchill se ela tinha o mesmo pensamento do seu marido, sobre a política, ao que ela respondeu: “Meu senhor… se nós pensássemos exatamente do mesmo modo, um de nós seria desnecessário”.

Vamos ser mais comedidos em nossos pensamentos sobre a política. Ainda não sabemos que tudo que um governante faz de bom no seu governo, é apenas parte do que deve ser feito. Não há favores. Os “benefícios” são apenas parte do que deve ser feito. O funcionário público ainda não acordou para o fato de que o governo não paga seu salário, ele apenas efetua o pagamento. Vá refletindo sobre isso e você vai descobrir os engodos que acontecem nas administrações que deveriam ser mais claras. Precisamos sair do cabresto da ignorância e caminhar livres pelas veredas da evolução. Na verdade, continuamos vistos e guiados como marionetes de espertos que deveriam ser expertos da política.

Vamos com calma, mas sem subserviência. Afinal somos nós, considerados cidadãos, que pagamos os salários e soldos, dos que pensam serem nossos patrões. Porque se há algum erro nisso, a culpa está em não procurarmos esclarecer as coisas para que possamos ver a politica como uma necessidade. E por ser necessária tem que ser respeitada. E para ser respeitada tem que respeitar os responsáveis por ela, que somos nós, eleitores encabrestados. Sei que é chato pra dedéu, ser repetitivo, mas vamos repetir, enquanto não entendermos o problema como um problema. E como estamos falando do Brasil, vamos repetir o Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: é a educação do povo”.

Rui Barbosa sempre nos chamou a atenção para o problema que temos em educar o brasileiro para que sejamos realmente cidadãos. E a coisa é tão simples que não conseguimos entender. Ele diz, por exemplo: “A condição mais substancial do voto é a sua liberdade. Sem liberdade não há voto”. Pense nisso.

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