Construir sem destruir

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Se as cidades forem destruídas e os campos forem conservados, as cidades ressurgirão, mas se se queimarem os campos e conservarem as cidades estas não sobreviverão”. (Benjamin Franklin)

Ainda no século dezoito o Franklin nos alertava para o absurdo em destruir os campos. Época em que os Estados Unidos tinham o mesmo comportamento raquítico que temos hoje, em relação às florestas. Mas somos o que somos, e continuaremos sendo sem saber que somos. Mas isso não indica que devemos parar de lutar pelo que é nosso e faz parte da nossa vida. Alguém também já disse que o ser humano é o único animal que primeiro destrói para construir. Coisa que não podemos evitar. Mas podemos nos educar para sabermos como reconstruir o que destruímos para construir algo. E como vemos tudo depende da educação.

A luta renhida pela nossa salvação sempre existiu. O problema é que ainda não aprendemos a lutar. Cerca de um século depois do recado do Franklin, o Roosevelt também nos mandou este recado: “É nosso dever proteger o maior patrimônio nacional, porque a nação que destrói o seu solo, destrói a si mesma”. E a destruição não vem do dia para a noite. O que nos dá tempo suficiente para nos educarmos e aprendermos a defender, preservando nosso maior patrimônio. E tudo depende da nossa educação. O que nos parece que não interessa aos que administram a Nação.

Com certeza, não iremos resolver o problema com blá-blá-blás políticos em discursos eleitoreiros. Nada será resolvido apenas com a queima de aviões destruição de barcos. Tudo isso não passa de balela. Mesmo considerando-se que o trabalho é feito com boas intenções. Só as intenções não resolverão o problema que amedronta parte da civilização educada. Já que não podemos construir sem destruir, vamos reconstruir o que destruímos para construir. Simples pra dedéu.

Vamos respirar e pensar, como dizia o cidadão no início do século passado: com parcimônia. Vamos ser mais nós mesmos e pensar no futuro dos que criamos hoje para viverem amanhã. Pensemos no futuro dos nossos filhos e netos, porque eles irão viver o mundo deles, e não o nosso. Prestemos mais atenção às crianças de hoje, e veremos que elas estão indicando que necessitarão de um mundo mais civilizado do que tecnológico. Embora a tecnologia seja indispensável para o futuro. Mas habitantes do futuro deverão estar preparados para a tecnologia. E isso não é só saber usar o celular. Ainda temos muito que fazer para preparar nossa educação para novos tempos. E estes dependerão do nosso desenvolvimento nos tempos atuais. E desenvolvimento significa progresso Racional. Pense nisso.

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