VAMOS FALAR SOBRE O FEVEREIRO ROXO
Vinícius Bednarczuk de Oliveira*
Verônica Stasiak Bednarczuk**
Muito provavelmente, tenha sido em campanhas na TV, rádio ou em ações pela internet, você já ouvir falar do Outubro Rosa – que assinala o Mês de Conscientização do Câncer de Mama, ou ainda do Novembro Azul, que igualmente reforça a conscientização do Câncer de Próstata. Para cada mês, há uma cor e uma causa, e por meio destas ações, importantes temas são trazidos à tona, transformando através da informação correta, a vida daqueles que padecem pela falta de diagnóstico correto.
E nesta linha, te perguntamos: Você conhece o Fevereiro Roxo?
Campanha criada em 2014, na cidade mineira Uberlândia, o Fevereiro Roxo apresenta à sociedade a importância do diagnóstico precoce de três doenças: Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer que, embora sejam doenças diferentes, ainda não tem cura, mas, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível amenizar os sintomas, contribuindo com a melhora na qualidade de vida das pessoas que convivem com estas patologias.
Conheça abaixo um pouco sobre cada doença: O Lúpus Eritematoso Sistêmico – LES, ou somente Lúpus, é uma doença inflamatória e autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos, causando fadiga, febre e dor nas articulações. Doença ainda sem cura e o tratamento proporciona uma melhora na qualidade de vida destes pacientes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afrodescendentes. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 65.000 pessoas com lúpus.
O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES.
Já o Alzheimer, segundo o Hospital Albert Einstein (HAE), é uma doença degenerativa do cérebro que acomete pessoas com mais idade. Funções cerebrais como memória, linguagem, cálculo, comportamento são comprometidas de forma lentamente progressiva levando o paciente a uma dependência para executar suas atividades de vida diária. Ainda segundo o HAE, é um processo diferente do envelhecimento cerebral, pois ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral como deposição de proteínas anormais e morte celular.
O diagnóstico atualmente se dá com a entrevista médica e a exclusão de outras doenças por meio de exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética) e avaliação neuropsicológica (expandida ou computadorizada). Não existe ainda um marcador biológico da doença, ou seja, um exame único que o médico possa pedir e ter a segurança total do diagnóstico, mas recentes avanços laboratoriais tem melhorado a acurácia diagnóstica. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente.
Por fim, também de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a Fibromialgia é uma doença de causas ainda desconhecidas que se caracteriza por dor crônica em vários pontos do corpo, especialmente nos tendões e nas articulações. O diagnóstico é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas. O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo.
Seja qual for o mês, a cor ou a causa que ele represente, uma verdade todos têm em comum: a informação pode salvar vidas e saber o que se tem, pode mudar toda a história.
Se você ou alguém que você conhece apresenta estes sintomas, busque imediatamente ajuda médica. E não esqueça de compartilhar estas informações – nunca sabemos onde o conhecimento pode chegar e quem ele pode salvar.
*Farmacêutico, doutor em Ciências Farmacêuticas, coordenador do curso de Farmácia e de Práticas Integrativas e Complementares do Centro Universitário Internacional Uninter.
**Psicóloga, especialista em Análise do Comportamento, fundadora e diretora do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
COMO AS EMPRESAS E PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS DEVEM ELABORAR O TERMO DE CONSENTIMENTO EXIGIDO PELA LGPD?
Juliana Callado Gonçales*
Pelos termos da Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) uma das bases legais que autorizam o tratamento de dados pessoais é o consentimento do titular, que nada mais é do que a autorização da pessoa a quem os dados se referem sobre o tratamento que neles será realizado.
Assim, em alguns casos, as empresas/profissionais terão que coletar o consentimento dos titulares para que o tratamento de dados seja lícito. Para tanto, algumas cautelas devem ser tomadas para que o consentimento seja considerado válido.
O primeiro cuidado que deve ser tomado é a colheita deste consentimento por escrito ou por qualquer outro meio capaz de demonstrar a manifestação da vontade do titular. Tal medida também é importante como elemento de prova para comprovar a conformidade com a LGPD. Importante ressaltar o seguinte ponto: caso este consentimento esteja inserido dentro de um contrato ou qualquer outro documento que conste outros assuntos e cláusulas, é imprescindível que o termo de consentimento seja colocado de forma destacada das demais cláusulas.
O consentimento do titular deve ser obtido de livre e espontânea vontade. Isso significa que o titular não pode se sentir coagido ou ameaçado a assinar o termo de consentimento para ter acesso ao serviço/produto. Inclusive, este é um dos motivos que a nova política de privacidade do WhatsApp está sendo tão criticada: não é possível o usuário discordar ou alterar o modo como os seus dados serão tratados pelo aplicativo.
Enquanto não temos a regulamentação da nossa ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de dados, os posicionamentos das autoridades europeias são importante diretrizes. Para tal Comissão, o consentimento não será considerado livre quando existir um desequilíbrio entre o titular e a empresa e/ou profissional que o coletam, como é o caso da relação de emprego. Nestes casos deverão ser utilizadas outras bases legais previstas na LGPD para legitimar o tratamento.
O consentimento deve ser informando e específico. Isso implica que termos genéricos, sem grandes explicações não serão considerados válidos e podem implicar na sua nulidade. Para que estes requisitos sejam atendidos, devem ser fornecidos ao titular, no mínimo, as seguintes informações:
· a identidade da organização que efetua o tratamento dos dados;
· os fins para os quais os dados estão a ser tratados;
· o tipo de dados que serão tratados;
· a possibilidade de revogar o consentimento;
· se aplicável, o fato de os dados serem utilizados para a tomada de decisões exclusivamente automatizadas, incluindo a
definição de perfis;
A empresa e o profissional devem adotar linguagem simples e de fácil compreensão, evitando termos técnicos e complexos para que o titular entenda exatamente quais tratamentos serão realizados nos seus dados
A LGPD garante que o titular tem o direito de revogar o consentimento em qualquer momento. Uma vez revogado o consentimento a empresa e o profissional autônomo devem cessar o tratamento de dados daquele titular. Por isso a empresa e profissionais deverão a partir de agora manter um canal de atendimento ao titular e um sistema de gestão dos consentimentos obtidos.
Deve ser lembrado que uma vez obtido o consentimento, o tratamento de dados deve ser totalmente vinculado aos seus termos, não podendo a empresa e o profissional realizarem tratamentos diversos daqueles que foram informados e consentidos pelo titular. Caso a empresa e o profissional queiram realizar outros tratamentos não previstos no termo original, novo consentimento deverá ser obtido.
Diante do exposto, fica claro que a elaboração do termo de consentimento de forma válida não é assim tão simples, haja vista os diversos pontos que devem ser considerados para que a sua elaboração atenda aos termos da lei. As empresas e profissionais devem tomar cuidado com “modelos prontos” ou copiados. Cada caso é um caso e apenas a orientação profissional e o pleno conhecimento do modelo de negócio é que são capazes de garantir a elaboração de termo de consentimento válido, sob pena de autuações, denúncias, processos judiciais e fiscalizações em face da empresa e profissional.
*Sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito Tributário e em Proteção de Dados (www.silveiralaw.com.br)
2021 E AS ANÁLISES FINANCEIRAS DAS EMPRESAS EM NOVOS CENÁRIOS
Fábio Lima*
Frente as transformações de negócios e mudanças drásticas em formatos de relacionamentos, principalmente os comerciais e transacionais, alguns itens básico ou tido como óbvios toma lugar de destaque, não é diferente na avaliação de performance empresarial. Todos os ajustes visam ter sempre aquela primeira linha da demonstração de resultados do exercício (DRE) alimentada e de preferência em números expressivos alinhados ao que foi planejado. Sim, estamos falando da Receita Bruta, o Faturamento para alguns negócios.
Porém há outros importantes fatores que precisam ser considerados, e voltando ao que é básico, há 3 elementos que não saem de moda, a análise de preço, volume e mix, estes que são os principais componentes de avaliação de receita tendo em vista o planejamento financeiro de uma empresa. E que vai demorar para ter algo tão simples e eficaz na análise de faturamento e suas variações com o planejamento realizado.
Entendimento de produto e posicionamento de mercado são estratégias que precisam ser validadas com resultados e indicadores, para tal é de suma importância entender a variação da sua receita e saber direcionar as ações corretivas ou potencializadoras dos resultados, colocando mais atenção e ação para melhor direcionamento de gestão empresarial por meio de uma gestão financeira.
Muitas empresas possuem vários produtos e serviços, distintos fluxos de receita e variado número e perfil de clientes, cada um contribuindo de maneira específica nos resultados da empresa. A forma de iniciar análise destes diferentes impactos é entender e analisar os efeitos de preço médio praticado na venda de produtos e serviços, volume vendido de produtos e serviços e considerar analisar e gerenciar o mix, a variedade de volume e itens comercializados no período. Estas informações algumas vezes são ocultadas ou ocultas ao se observar o desempenho geral da empresa e as principais métricas de interesse em gestão, que maior parte das vezes considera apenas um dos fatores, normalmente volume.
Portanto, é essencial que a administração, a gerência e os investidores tenham uma visão mais profunda e executem as análises necessárias para tentar isoladamente avaliar o impacto que cada um destes componentes no conjunto de indicadores chave de desempenho de uma empresa.
Quando observar critério de Preço, analisar e entender se além de estar adequado internamente, garantindo uma margem saudável , se ele está adequado ao mercado consumidor, e principalmente ao mercado consumidor pretendido, esta análise ajuda a garantir o adequado posicionamento no mercado e a definir quais ações e medidas precisam ser tomadas para garantir o que foi planejamento e alinhado nas previsões.
Quanto ao volume, a projeção de viabilidade e lucratividade contempla a quantidade mínima (break even point) ou a ideal (Lucratividade e margem pretendida) de itens a serem vendidos e entregues por período e assim entender participação de mercado e também outros fatores como capacidade produtiva, capacidade de entrega e atendimento do mercado e até identificar ações de concorrência que podem impactar crescimento e penetração de mercado , neste caso além do volume vendido e entregue, importante entender o quanto os concorrentes também entregaram no período ( principalmente bens de consumo, há empresas especializadas em medir estes volumes de itens vendidos).
A análise do mix têm a premissa de entender e checar se o volume de produtos e serviços projetado e planejamento para serem vendidos e entregues, ou número de serviços prestados, está de acordo com o realmente realizado, as variações ajudam a entender muito sobre o processo interno de entrega, desde área comercial e estratégias de ajustes dos volumes, até checar capacidade interna da empresa.
Feito mensalmente, no mínimo, este trabalho e esforço extra, pode economizar muita dor de cabeça futura, mitigar e resolver questões que certamente surgirão dos membros da equipe de gerenciamento, administradores e stakeholders.
O entendimento dos componentes de variação de volume, mix e preço ajudam a explicar o que ajudou ou prejudicou nas variações positivas e negativas de faturamento, sendo também muito importante para avaliação de risco de um negócio quanto para a elaboração de seu planejamento comercial, e alinhamento com a perspectiva de processos ( comercial – produção – administração de vendas), com a perspectiva financeira ( Resultados – Faturamento – Participação).
*Consultor empresarial, executivo de finanças, master coach e CEO da LCC – Light Consulting & Coaching – especialista em soluções em consultorias e mentorias para empresários e gestores. www.lightconsulting.com.br