Vamos ser mais cautelosos com o excesso de dengos que passamos para nossos filhinhos. O carinho faz bem, mas em excesso poder fazer mal. O importante é que sejamos cuidadosos, mas no sentido de orientar e não de dirigir. Cada um é cada um. Quando nascemos já trazemos o que seremos como seres de origem racional. Já trazemos em nós, o nós que fomos em gerações anteriores. Cabe a nós, atuais orientadores, sermos competentes para perceber em que nível de racionalidade a criança nasceu. Alguém já disse: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. Vamos orientar a criança e o adolescente, mas sem deixar de considerar e respeitar a personalidade de cada um. E é aí que tropeçamos, vez por outra. No excesso de atenção e carinho podemos estar alimentando o crescimento da dependência. O que prejudica, e não ajuda.
Devemos levar mais em consideração pensamentos que ligam a educação à formação da personalidade dos dependentes. Porque o importante é livrá-los da dependência necessária na evolução humana. Simples pra dedéu. Não há como viver a infância e a adolescência sem a dependência nos pais e cuidadores. O que nos leva ao alerta do Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: é a educação do povo”. O médico não estava criticando, mas alertando. Mesmo porque a falha não está só no Brasil, mas no mundo todo, desde a idade-da-pedra. O amor é sempre construtor do bem. E não podemos culpá-lo pelos males que ele pode causar pelo excesso de uso. Devemos amar para construir, e não para destruir. E estamos destruindo quando tentamos dirigir em vez de orientar. Quando ensinamos o caminho não temos por que nos preocupar com a caminhada do orientado.
Estou preocupado, sim, com o excesso de cuidados, no comportamento de muitos pais que estão se desencontrando nas travessuras normais e compreensíveis, na formação do ser humano. Vamos nos concentrar mais na responsabilidade no aprimoramento da Educação, de acordo com o desenvolvimento racional. Ainda continuamos querendo mudar o mundo com exemplos que precisam ser mudados. E uma das preocupações atuais está na confusão que estamos fazendo com a demonstração de liberdade. Quando na verdade estamos confundindo liberdade com libertinagem. O que nos leva ao desencontro que provoca a confusão causada pela fusão-confusão da orientação com a direção. Oriente seu filho ou filha, em vez de dirigi-lo. Pense nisso.
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