Representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar em Roraima (MDA) apresentaram um balanço das ações feitas em Roraima desde a reestruturação do Ministério há um ano, durante entrevista no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM neste domingo (21).
As apresentações dos planos e projetos foram descritas pelo superintendente estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Cassiano Flausino, e pela a consultora do MDA, Luciana Uchoa.
Dos principais projetos em andamento, adormecidos na Gestão anterior, está o Rede Reniva, com a Embrapa e a Universidade Federal de Roraima (UFRR), para criação de viveiros para abastecer e disseminar mudas para cultivos de mandioca com qualidade e mais resistente às pragas.
Outro nicho é o fortalecimento da cadeia produtiva do mel. “Roraima tem potencial muito grande. Descentralizamos um recurso para Embrapa que está trabalhando com a cooperativa Roraimel para fazer essa catalogação porque nós temos um potencial de exportação muito grande desse material e estamos no incentivo para aumento da produção e, quem sabe, nos tornamos grandes exportadores e nos igualarmos, quem sabe, ao Piauí em exportação de Mel”, justificou Flausino.
Direcionado às mulheres, o MDA em Roraima desenvolve o ATER Mulheres para atender cerca de 300 mulheres com assistência técnica e extensão rural. Em 2023, lançaram 26 “Quintais Produtivos”, divididos entre Caracarai, Boa Vista, Caroebe e Cantá. As participantes recebem aporte de R$ 10 mil do Governo Federal para compra os insumos iniciais da produção.
“Os ‘Quintais Produtivos’ são para apoiar a liberdade financeira da mulher produtora rural e incentiva a produção dentro da própria propriedade rural”, explicou o superintendente. A empresa responsável em acompanhar esta mulher terá que fornecer assistência técnica até o momento da venda do produto, por dois anos. A empresa foi selecionada via chamada pública. Recurso chamado de Fundo Perdido, ou seja, ela não precisa devolver esse dinheiro.
Para tirar o agricultor do trabalho manual, o MDA tem buscado a inserção de maquinários adaptados a pequenas produções. Conforme Cassiano Flausino, o Governo Federal tem feito parcerias com empresas chinesas para adquirir mini máquinas e mini tecnologias para atender o agricultor familiar.
Os trabalhos, adiantou, tem contribuído o IATERR (Instituto de Assistência Técnica do Estado de Roraima), principalmente com a mão de obra técnica. Segundo o superintendente, há poucos servidores para atender a todo estado e que em 2023 destinaram pouco mais de R$ 1 milhão para que o Instituto compre veículos para auxiliar na atuação dos técnicos. O processo está em fase de licitação.
Recursos em torno de R$ 20 milhões foram destinados para atender os projetos em vigência, entre eles a cadeia nutricional dos povos Yanomami, em parceria com a UFRR e a piscicultura em comunidade indígena no Amajari.
Os entrevistados enfatizaram a importância de os produtores terem o CAF (Cadastro da Agricultura Familiar), considerada como porta de entradas para as políticas públicas direcionadas a este público. O documento pode ser feito na sede do IATERR, do INCRA e, em breve, na Secretaria Municipal da Agricultura em Boa Vista. Há diálogos com outras prefeituras para ampliação deste serviço.
“Agricultura familiar não é só repasse de renda, objetivo é fazer com que eles aprendam a trabalhar na sua terra e que a partir desse recurso aprenda a andar com a própria perna e crescer, incentivar em associativismo e cooperativismo”, acrescentou Luciana.
