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Gripe aviária: Roraima segue sem registros da doença, mas amplia fiscalização

Estado mantém esquema de vigilância sanitária com coletas de amostras e capacitação de profissionais

Foto: Divulgação/Aderr
Foto: Divulgação/Aderr

Com a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil, em Montenegro (RS), as autoridades sanitárias intensificaram as medidas de contenção em todo o país. Em Roraima, onde não há registros da doença, as ações de prevenção são realizadas desde 2022 pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Aderr).

A influenza aviária, causada pelo vírus influenza tipo A, é altamente contagiosa e pode levar ao abate de aves, com impactos econômicos significativos. Até o momento, o Brasil registra um foco em granja comercial, três em criações domésticas e 164 em aves silvestres. Os sintomas incluem mortalidade elevada, dificuldade respiratória, torcicolo e diarreia.

Plano de contingência e vigilância

Em 2023, Roraima elaborou um plano de contingência para a gripe aviária, apresentado em reunião no auditório do Sebrae com participação de representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Polícia Militar, órgãos ambientais, Ministério da Agricultura e setor privado. O objetivo foi estabelecer estratégias de resposta rápida em caso de ocorrência.

Marcelo Parisi, presidente da Aderr, destacou a atuação coordenada do estado para mitigar riscos. “O plano prepara as instituições e o setor privado para agir rapidamente, evitando prejuízos à economia e à saúde pública”, afirmou.

Thaysa Scheck, diretora de Defesa Animal da Aderr, reforçou o monitoramento contínuo: “Realizamos inquéritos soroepidemiológicos em granjas comerciais e criações de subsistência, seguindo orientações do Ministério da Agricultura”.

Capacitação e monitoramento

Para fortalecer a vigilância, a Aderr promoveu capacitações para médicos veterinários em 2023, com treinamentos no Laboratório de Sanidade Animal (Lasan) e em parceria com a Superintendência Federal de Agricultura (SFA/RR). Os cursos abordaram identificação de sintomas, coleta de amostras e procedimentos para diagnóstico laboratorial.

Welciton de Assunção Alves, auditor fiscal federal agropecuário, explicou que as equipes foram treinadas para atuar em casos de notificação: “Os profissionais aprenderam a conduzir investigações em propriedades, coletar material biológico e garantir o encaminhamento adequado para exames”.

Ações desde 2022

As medidas preventivas em Roraima começaram em 2022, com sorologias em granjas comerciais de Boa Vista, Caracaraí e Bonfim. Posteriormente, o foco incluiu a avicultura de subsistência, considerada mais vulnerável devido ao possível contato com aves silvestres.

Ronaldo Feitosa, coordenador do Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa), destacou a importância da vigilância em criações de fundo de quintal: “São as que apresentam maior risco de contaminação, por isso mantemos monitoramento constante”.

Como notificar suspeitas

O Ministério da Agricultura reforça que a detecção precoce e a notificação imediata são essenciais para conter a doença. Em Roraima, suspeitas podem ser comunicadas à Aderr, Superintendência Federal de Agricultura ou por meio da plataforma e-Sisbravet.

A população também pode auxiliar na vigilância, informando casos de aves com sintomas ou mortes incomuns às autoridades sanitárias.

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