DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA

Centro de Bionegócios vai fomentar pesquisa e criação de novos produtos na Amazônia

O contrato de gestão do novo CBA foi assinado antes da 310º reunião do CAS, em Manaus.

A partir de agora, CBA será gerido por um consórcio formado por instituições sem fins lucrativos/foto: Divulgação/Suframa
A partir de agora, CBA será gerido por um consórcio formado por instituições sem fins lucrativos/foto: Divulgação/Suframa

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, e o diretor-executivo da Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA), Elias Moraes de Araújo, assinaram nesta terça-feira (25), previamente à 310ª Reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), na sede da Autarquia, em Manaus, o contrato de gestão do novo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA).

O centro atua há 21 anos em pesquisa e criação de novos produtos com matéria-prima da Amazônia, como alimentos, bebidas, medicamentos, cosméticos e produtos farmacêuticos. Também atua na capacitação de moradores de comunidades tradicionais.

A partir de agora, oficialmente, o CBA será gerido na forma de uma Organização Social (OS) administrada por um consórcio formado por instituições sem fins lucrativos – a FUEA, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT-SP). Com isso, o Centro poderá fortalecer a capacidade orçamentária e estrutural e impulsionar a missão de desenvolver tecnologias e novos negócios a partir do aproveitamento sustentável dos recursos naturais da Amazônia, atuando de forma integrada com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), incubadoras, aceleradoras e empresas de base tecnológica na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na região.

A solenidade da assinatura foi acompanhada pelo ministro das Comunicações do Brasil, Juscelino Filho, pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, pelo vice-governador de Roraima, Edilson Damião, pelo prefeito de Manaus (AM), David Almeida, pelo prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique Machado, pelo senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Chico Rodrigues (PSB-RR) e pelos deputados federais Amom Mandel (Cidadania-AM), Silas Câmara (Republicanos-AM) e Sidney Leite (PSD-AM), entre outras autoridades, empresários, parlamentares e representantes de entidades de classe.

Em entrevista exclusiva à FolhaBV, Elias Moraes de Araújo apontou o Estado de Roraima como um importante celeiro para o desenvolvimento social e econômico dos estados da Amazônia.

“A assinatura desse contrato vem contribuir muito com a nossa Amazônia, trazendo todas as condições de desenvolvimento econômico, financeiro e social, potencializar o commodity da Amazônia, principalmente nos estados vizinhos do Amazonas e sem dúvida, o Estado de Roraima é um grande celeiro no aspecto de alimento, na pecuária e em seu bioma para contribuir para esse desenvolvimento”, apontou.

Na ocasião, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, contextualizou a assinatura do contrato de gestão do CBA com a efetivação do primeiro contrato de gestão do Brasil, pós constituinte de 1989, com o hospital brasiliense Sarah Kubitechk, lembrando os efeitos positivos para a comunidade atendida pela entidade, e também fez um paralelo comentando os benefícios que a existência de uma instituição tecnológica de grande porte – utilizando o exemplo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e os ganhos para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos – pode trazer para a geração de empregos e a criação de empresas e novos negócios. “Toda a lógica do contrato de gestão está baseada em metas e resultados e em ganhar maior flexibilidade para alcançá-las. Vamos iniciar uma nova jornada da pesquisa em biotecnologia na Amazônia e de bons desafios, com a biodiversidade gerando emprego, renda, patentes, fazendo pesquisa e desenvolvimento, e agora podendo também trazer investimento privado além dos recursos públicos”, afirmou Alckmin.

Ele também elogiou a estrutura do CBA e destacou o potencial do órgão de fomentar oportunidades de emprego e renda na região. “Estive no CBA, é um espetáculo aquela instituição, então temos muitas oportunidades pela frente. Temos 28 milhões de pessoas na região amazônica e o desafio é criar negócios, transformar a biodiversidade da amazônica em remédios, alimentos, enfim, fazer um avanço rumo à geração de emprego e renda na região”, complementou.

O Centro foi criado em 2002, no âmbito do Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da Biodiversidade (PROBEM), e, desde 2003, vem executando projetos e ações de pesquisa dependendo, principalmente, de recursos encaminhados pela Suframa. A expectativa é de que agora, o CBA conte com um modelo de gestão próprio e personalizado às suas necessidades orçamentárias, de capital intelectual e de infraestrutura, o que representa não apenas o cumprimento de determinações de órgãos de controle, mas também o atendimento ao clamor histórico de entidades civis, acadêmicas, científicas, empresariais e governamentais da Amazônia.