Cotidiano

Neuropsicóloga fala sobre avanços em tratamento para crianças autistas

Dia 2 de abril é o dia mundial de conscientização do Transtorno do Espectro Autista

Nos últimos anos, o autismo tem sido uma pauta importante na área da saúde em todo o mundo. Em Roraima, a neuropsicóloga Patrícia de Assis vem trabalhando para ampliar os avanços no tratamento de crianças autistas desde 2017. Nesse 2 de abril, dia mundial da sensibilização do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a profissional compartilhou suas experiências e importância do avanço dos estudos e profissionais na área e qual a importância disso para os pacientes, as famílias e a sociedade no geral. 

Patrícia conta que quando começou a atuar na área, em 2017, via uma grande carência de profissionais para a demanda de pacientes. “Várias famílias estavam atrás e não tinham profissionais para atender. No meu caso, uma família que me contratou e me capacitou, e desde então eu comecei a trabalhar com essa criança. Essa mãe começou a me indicar pras outras e as outras ficaram me procurando e a demanda foi aumentando, foi quando fui buscando outras profissionais para atuar na área”.

Atualmente, Patrícia é sócia e co-fundadora do primeiro instituto especializado em estimulação do neuro desenvolvimento. Com o passar dos anos, outras clínicas especializadas também atuam na área no tratamento de pacientes com TEA.

A equipe da clínica a profissional recebe diversas formações especializadas na área, para aprimorar ainda mais os tratamentos e abordagens.

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O que mudou?

A neuropsicóloga reforça que o diagnóstico sempre existiu, mas os estudos dentro da área colaboram para a formação de mais profissionais, expandindo o campo de atuação e disponibilizando a terapia para mais crianças. “Os estudos sobre o transtorno do espectro autista foram ficando mais robustos e fidedignos ao longo do tempo, e as pessoas estão cada vez mais interessadas em conhecer a essência de seus filhos. Com a pandemia, muitas famílias passaram a observar com mais atenção as dificuldades que seus filhos apresentavam em casa e começaram a procurar profissionais especializados para entender o que estava causando esses comportamentos diferentes. Além disso, os profissionais estão se capacitando cada vez mais na área. Essa junção de esforços é fundamental para o desenvolvimento pleno das crianças com autismo. É importante lembrar que quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico.” reforçou Patrícia.

“O olhar voltado para o desenvolvimento infantil sempre foi importante, mas os estudos estão se atualizando cada vez mais, e a ciência está trazendo atualizações importantes na área da neurociência, permitindo entender melhor como funciona o cérebro das crianças. O diagnóstico precoce é fundamental para aproveitar a neuroplasticidade cerebral, ou seja, o potencial que o cérebro tem para se adaptar e desenvolver. Quanto mais cedo a estimulação precoce começa, melhor é o prognóstico da criança. Isso é importante tanto para a terapia quanto para a família, que precisa se adaptar a uma nova realidade. A terapia pode trazer resultados significativos na melhoria do desenvolvimento infantil, especialmente na comunicação e socialização, que são as principais dificuldades do autismo. É muito gratificante ver os pais perceberem essas mudanças significativas na vida da criança e na qualidade de vida de toda a família.” explicou.

A inclusão e adaptação no ambiente escolar 

A adaptação de crianças autistas nas escolas também é acompanhada por profissionais chamados assistentes terapêuticos. Essa inclusão, que vem sendo inserida em escolas públicas e particulares, traz visibilidade para a causa desde a infância, com a convivência com colegas de turma.

“Essa parceria entre profissionais da escola e da clínica tem sido extremamente importante para o desenvolvimento pleno das crianças com autismo que estão inseridas no ambiente escolar. Trabalhamos juntos para promover a inclusão e fornecer aos professores atividades que possam envolver toda a turma, incluindo a criança com autismo de forma plena e sem gerar problemas dentro da sala de aula. Muitas escolas aqui no estado  já têm percebido melhorias significativas em pacientes que fazem terapias em quantidades elevadas, como dez a vinte horas por semana. Algumas crianças até mesmo chegam a ter trinta horas semanais de terapia, com quatro horas ou duas horas na clínica. É por isso que temos assistentes terapêuticos inseridos no ambiente escolar, para ajudar tanto a criança quanto o professor a atuarem de forma inclusiva “, completou a profissional.

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