Boa Vista
Cerca de 30 comunicadores do CIR estarão participando do evento (Foto: Caique Souza)

O Projeto Terra Preta chega a Boa Vista com o objetivo de fortalecer a comunicação popular e indígena e promover o uso consciente da internet entre comunidades tradicionais. Cerca de 30 comunicadores indígenas participarão do evento. A iniciativa será realizada de 21 a 24 de outubro na Universidade Federal de Roraima (UFRR), durante o 6º Encontro de Cidadania Digital.

O evento é promovido pela Entidade Administradora da Faixa (EAF), instituição sem fins lucrativos responsável pela implantação das Infovias do programa Norte Conectado, criado pelo Ministério das Comunicações.

A proposta é preparar comunicadores indígenas, quilombolas, ribeirinhos e lideranças de movimentos sociais para aproveitar os benefícios da conectividade nas áreas de cidadania digital e empreendedorismo.

A programação inclui oficinas e debates sobre temas como combate à desinformação, fake news, uso seguro e crítico da internet, além de produção de conteúdo para redes sociais. O Conselho Indígena de Roraima (CIR) participa na mobilização das comunidades e no apoio às ações formativas.

De acordo com a coordenadora local do projeto, Evilene Paixão, a proposta busca fortalecer as redes de comunicação de base na Amazônia.

Boa Vista
Evilene Paixão, coordenadora local (Foto: José Miguel Zamora)

“Embora o direito à comunicação seja garantido a todos, o cenário prático nunca foi de democracia e diversidade. Para mudar essa realidade, precisamos oferecer novos instrumentos e garantir a soberania digital”, afirmou.

O encontro também contará com oficinas práticas sobre ferramentas de participação social, uso de plataformas do governo eletrônico, produção audiovisual e cobertura da COP-30. Os cinco primeiros encontros do Terra Preta foram realizados no Amazonas e no Pará.

Segundo a diretora de Projetos e Sustentabilidade da EAF, Patrícia Abreu, o projeto será apresentado na COP-30, em Belém (PA), como exemplo de inclusão digital e valorização das culturas locais.

O nome “Terra Preta” faz referência ao solo fértil da Amazônia, resultado da sabedoria ancestral dos povos indígenas. O conceito simboliza sustentabilidade, respeito à natureza e o legado de conhecimento que inspiram a iniciativa.