De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o país registrou em 2023 242,8 mil casos de sífilis adquirida. (Foto: Reprodução/Istock)
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o país registrou em 2023 242,8 mil casos de sífilis adquirida. (Foto: Reprodução/Istock)

O aumento dos casos de sífilis no Brasil tem acendido um alerta entre profissionais de saúde. No Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado neste sábado, 18 de outubro, o foco está em reforçar a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e do tratamento adequado para evitar complicações e novas transmissões.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o país registrou em 2023 242,8 mil casos de sífilis adquirida, 86,1 mil em gestantes e 25 mil de sífilis congênita, que resultaram em 196 mortes.

O infectologista Marcelo Cordeiro, consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde, explica que a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que evolui em estágios e pode trazer consequências graves quando não é tratada a tempo.

“Na fase inicial, o sinal mais comum é uma ferida indolor, chamada de cancro, que aparece nos genitais, ânus ou boca. Mesmo sem tratamento, ela pode desaparecer sozinha, mas isso não significa cura”, alerta o especialista.

Com o passar do tempo, a doença pode avançar e causar febre, manchas na pele, dor de garganta e aumento dos gânglios linfáticos. Apesar disso, o médico reforça que a sífilis é uma doença curável, desde que identificada precocemente.

“O tratamento com antibióticos é eficaz. Por isso, quanto antes o diagnóstico for feito, melhor o resultado e menor o risco de transmissão”, explica Cordeiro.

Entre as gestantes, o cuidado precisa ser ainda maior. A sífilis congênita acontece quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez e pode causar aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, sequelas graves ou até óbito.

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“Durante o pré-natal, o ideal é realizar o exame já no primeiro trimestre e repetir no terceiro. Existem desde testes rápidos até análises laboratoriais que detectam anticorpos produzidos contra a bactéria”, detalha o médico. “Em casos específicos, também é possível coletar amostras de líquor para análise.”

O especialista lembra que o uso do preservativo, masculino ou feminino, continua sendo a principal forma de prevenção. Parceiros de gestantes diagnosticadas também devem fazer os testes e iniciar o tratamento, quando indicado, para evitar novas infecções.