Trânsito movimentado (Foto: Reprodução)
Trânsito movimentado (Foto: Reprodução)

Os dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam como os roraimenses se deslocam para trabalhar. O levantamento mostra que a rotina de mobilidade em Roraima é marcada por trajetos curtos e uso intenso de motocicletas.

De acordo com o estudo “Deslocamentos para trabalho e para estudo”, a maioria dos trabalhadores do Estado exerce suas atividades no próprio município de residência. Segundo o documento, a moto se consolidou como o principal meio de transporte no estado, superando o automóvel e o transporte coletivo.

O comportamento acompanha a tendência da Região Norte, onde 28,5% dos trabalhadores utilizam motocicleta como principal meio de locomoção, número superior à média nacional. Em Roraima, o percentual é ainda mais expressivo, especialmente nas cidades do interior, onde as distâncias são curtas e o transporte público é escasso.

De acordo com o IBGE, mais de 90% dos trabalhadores do estado exercem suas atividades no mesmo município em que moram, o que contribui para trajetos diários curtos e reforça o uso de meios individuais. Na Região Norte, quase 60% dos trabalhadores levam de seis minutos a meia hora para chegar ao emprego. Em Roraima, o tempo médio tende a ser ainda menor, reflexo das distâncias curtas e da ausência de grandes congestionamentos. Apenas uma fração muito pequena da população leva mais de duas horas no trajeto casa-trabalho.

O automóvel aparece como o segundo meio mais utilizado, seguido dos deslocamentos feitos a pé. Já o transporte coletivo, como ônibus urbanos, continua sendo minoria entre os trabalhadores roraimenses.

Em estados vizinhos, como Amazonas e Pará, ainda há uso relevante de embarcações como meio de transporte para o trabalho. Mas, em Roraima, esse tipo de deslocamento é praticamente inexistente, restrito a pequenas comunidades ribeirinhas do Baixo Rio Branco.

O levantamento reforça um padrão de mobilidade urbano, individual e de baixo custo, característico das cidades médias da Região Norte. No entanto, especialistas apontam que a dependência da motocicleta também traz desafios, como o aumento de acidentes, a poluição e a falta de políticas voltadas à mobilidade sustentável.