Barras de ouro maciço apreendidas pela PRF na BR-174 se somam a outros fatos ocorridos no fim de semana (Foto: PRF)

O domingo encerrou-se com a morte de um homem que estava em um moto que despencou de uma ponte de madeira na zona rural de Boa Vista, somando-se ao cenário de repetidas mortes em acidentes de trânsito. Desta vez a culpa tem que ser dividida, entre o descuido do condutor e a culpa dos políticos que alimentam a indústria de pontes de madeira que consomem montanhas de recursos a cada obra de manutenção com a substituição da madeira ou da ponte completa.

No entanto, a maior parte dos acidentes de trânsito na Capital e interior tem ocorrido por flagrante imprudência e imperícia de condutores de carro, moto e bicicleta. Exemplo disso foi constatado ainda na sexta-feira passada, no interior do Estado, quando mais uma morte foi registrada no trânsito por imprudência, durante a colisão entre bicicleta e moto no Município de Normandia.

Mas cenas dessa natureza tornaram-se corriqueiras na Capital, a ponto de a população agora torcer por uma “operação tranca-rua”, com instalação de mais radares, semáforos e quebra-molas. Não faz muito tempo, até vereador ia para a imprensa e redes sociais atacar a instalação de radares na cidade, como se fosse um atentado contra a população. Atualmente, cada quebra-mola é comemorado como forma de tentar frear a imprudência e a irresponsabilidade dos condutores.   

O fim de semana também foi o retrato de outros sérios problemas que o Estado vem enfrentando: um feminicídio seguido de suicídio, no bairro Cambará; o assassinato de um homem por causa de possível agiotagem, no bairro Pricumã, mostrando que a população está armada; e mais um venezuelano vítima da guerra patrocinada por facções venezuelanas, que foi baleado e por pouco não foi executado no meio da rua, no bairro Cauamé, para se somar aos vários outros casos de acerto de conta em via pública.

Para não ficar de fora da lista dos grandes problemas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, na sexta-feira, mais barras de ouro sendo transportadas pela BR-174. Foram 20 barras de ouro maciço que totalizaram 11,6Kg avaliados em R$7 milhões. Esse caso soma-se a dois outros anteriores, inclusive à maior apreensão registrada pela PRF no país, totalizando 103Kg de ouro que estavam sendo transportados pela BR-401. É a revelação de que Roraima não só está dominado pelo crime organizado como serve de rota do ouro ilegal extraído de terras indígenas.

Aí está o resumo do que realmente é o Estado, enquanto os políticos e seus divulgadores pintam uma realidade de grande desenvolvimento que só existe na imaginação fértil de marqueteiros ou que beneficia somente os grandes produtores e quem já é rico. A população finge que acredita em troca do pagamento em dia dos servidores públicos, como se isso fosse um grande feito, e não uma obrigação dos gestores públicos. Quando uma notícia ruim está por vir, é só pagar o salário do funcionalismo antecipado…     

*Colunista

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