A volta do La Niña deve influenciar o período seco em Roraima, trazendo chuvas acima da média e tornando o clima mais ameno no estado. O retorno do fenômeno foi confirmado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na última sexta-feira (10).
Em Boa Vista, o reflexo já pôde ser observado neste mês de outubro, quando tempestades com trovoadas e rajadas de vento marcaram a última semana. Dados do Inmet indicam que, até agora, já choveu 93,8 milímetros na capital, acima da média de 66,6 mm para o mês.
O meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Alves, explica que, embora a La Niña atual seja de fraca intensidade, ela tem influência direta no regime climático local. “Essa condição de resfriamento nas águas superficiais do Oceano Pacífico traz para a gente aqui em Roraima um pouco mais de chuva. Por isso que desde setembro vínhamos dizendo que nosso período seco seria mais ameno que os anos anteriores”, afirmou.
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Apesar disso, Alves ressalta que o fenômeno não elimina a estiagem. “Não quer dizer que vai chover o tempo todo. Teremos muito mais dias com temperaturas altas, porém com algumas chuvas para aliviar nosso período seco que, normalmente, é intenso”, explicou.
Impactos e previsões do La Niña
A NOAA destaca que o La Niña é oficialmente caracterizado quando a anomalia da temperatura da superfície do mar permanece abaixo de -0,5 °C por três trimestres móveis consecutivos. As condições foram registradas em setembro de 2025 e devem persistir até dezembro de 2025 ou fevereiro de 2026.
No Brasil, a expectativa é de chuvas acima da média no Norte e Nordeste, maior risco de incêndios no Pantanal e na Amazônia e estiagem mais intensa no Sul do país.