O padre Joseph Mampia, que foi afastado pela Diocese de Roraima conforme noticiado pela FolhaBV na última terça-feira (7), se defendeu das acusações de que teria usado indevidamente recursos da paróquia de Normandia, onde atuava no estado. Mampia afirma ter prestado contas à diocese e diz ter ficado sabendo do afastamento por meio das redes sociais.
Em entrevista à Folha nesta sexta-feira, 10, o sacerdote afirmou que o recurso foi utilizado na obra da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, ocorrida em agosto desse ano. Na ocasião, material de construção e mão de obra teriam sido contratados para uma restauração da estrutura da igreja, que teria sido feita em quatorze dias.
Segundo ele, uma demora para começar a obra teria gerado desconfiança em um membro da comunidade, o que levou a diocese a intervir. “Por falta de informação, surgiram insinuações de desvio de recursos. Mas tudo foi aplicado na obra”, contou o padre.
As pessoas que trabalharam na reforma estariam esperando o pagamento pelos serviços prestados, incluindo taxistas, pedreiros e fornecedores de produtos. O valor seria repassado pela Diocese, segundo o padre, mas que ainda não foi fornecido.
A reportagem teve acesso a um documento onde Mampia e autoridades da Diocese acordaram que o padre teria que prestar contas até o dia 5 de setembro, pouco menos de um mês antes do afastamento. Segundo o padre, as notas fiscais teriam sido apresentadas no dia 2/9.
Ainda de acordo com o sacerdote, a situação chegou até o bispo por um mal entendido, onde uma pessoa teria insinuado que haveria um desvio dos recursos destinados para a obra da comunidade, mas que segundo ele, não teria acontecido.
Esclarecimentos sobre os recursos da paróquia
“Todo o valor foi revertido em material para a obra, com telhas, tintas, cimento… e todo esse material ia para Normandia de Boa Vista, tudo isso tem um custo”, apontou.
Por fim, Mampia afirma que está prevista uma nova prestação de contas com a diocese até a próxima semana, e afirma estar comprometido com a verdade.
“Eu tentei também, muitas vezes, falar com o bispo, com todo mundo aí, com a equipe, para resolver isso aí, como irmãos. Porque nós somos, a igreja, pessoas comprometidas com a justiça, com a paz e não com barulhos, com brigas. Eu estou comprometido com a verdade. E não tenho o que esconder aqui, também não tenho o porque fugir”, finalizou.