Pedro Costa Viana, maranhense, nascido na cidade de Carambola, município de Vitorino Freire, em 7 de Julho de 1937, filho de João Mariano Costa e Aurora Maria Viana. De família humilde, Pedro Caldas é um dos cinco filhos. Seu irmão mais velho, chamado de Valdemar, tinha um sonho: servir o Exército. Isto, no interior do Maranhão era muito difícil, e como Roraima era um Território Federal muito comentado por aquelas bandas, em razão de muitas famílias de lá terem vindo de mudança para cá, sobretudo para a região do Mucajaí, Valdemar resolveu vir também. Aqui ele pensou em realizar o seu antigo sonho, o que se deu no Pelotão de Fronteira da época.

Pedro Costa, como tantos outros maranhenses, sonhador, gosta de emoções fortes e aventuras. As famílias pobres, da sua cidadezinha, viviam da lavoura, dali tiravam o sustento. Quem conhece a problemática da região nordestina sabe que a terra por ali é um pouco ingrata ao plantio. As áreas realmente férteis estão concentradas nas mãos dos grandes proprietários e as áreas ruins ainda tem o agravamento da seca, que corrói o solo, destrói a plantação e mata de fome e sede o sertanejo de fibra. Em razão desses problemas o sertanejo, não suportando as duras provações e onde possa viver condignamente.

Pedro, ainda jovem, encontra o amor de Rosimar Moura da Silva, que aos quatorze anos assumia uma grande responsabilidade do casamento, fato que ocorreu em 20 de Agosto de 1960. Apesar da pouca idade, a esposa de Pedro Costa demonstrava a tranqüilidade, a inteligência e a firmeza inerente aos nordestinos e às grandes mulheres. Era a companheira inabalável diante de qualquer problema ou crise. O casal teve cinco filhos, sendo que o primeiro deles nasceu no maranhão, vindo pra Roraima em busca da construção efetiva de sua vida, tiveram mais quatro, aqui em Roraima, o que serviu para que Pedro e Rosimar fincassem definitivamente suas raízes no solo deste rincão setentrional brasileiro.

Depois de tomar a decisão de vir para Roraima, Pedro Costa começou a enfrentar o desconhecido com determinação e coragem, como todo bom sertanejo. Pedro Costa teve muito poucas oportunidades de sentar no banco de uma escola. Na sua época de criança isso era privilégio para as crianças bafejadas pela sorte, pela fortuna e que residissem nas cidades maiores. No sertão era tudo muito diferente. Entretanto, nem por isso a falta de escola o transformou num adolescente ignorante, pelo contrário, graças à educação firme e a formação séria que recebeu de seus pais utilizou esses dotes como escudo, como que compensando a ausência dos estudos. Usando a sua inteligência, Pedro rapidamente descobriu que sua terra natal nada tinha para lhe oferecer em troca do trabalho insano. Ficar ali significaria abandonar de vês as esperanças tornando-se prisioneiro do sol, astro implacável, que faz o sertanejo definhar e morrer lutando contra todas as dificuldades. Pedro um dia anunciou aos familiares que viria para Roraima. Iniciou logo em seguida os preparativos para a viagem que ela sabia que seria longa, e desgastante, além de dispendiosa. Preparou tudo, nos mínimos detalhes para que não fosse surpreendido no meio do caminho.

Realmente, após uma longa e penosa viagem, Pedro Costa chega a Roraima, com muita disposição de trabalhar e com o coração repleto de esperança. Era o ano de 1969. No Maranhão ficaria sua família rezando para que as coisas, ”no outro lado do mundo” dessem certo. Depois da chegada e da precária instalação em Boa Vista, Pedro Costa não perdeu tempo, incorporando-se á frente de trabalho que o governo do Território mantinha para abrir a rodovia BR-174, no trecho Mucajai- Caracarai. Acostumado ao trabalho duro, de sol a sol, Pedro, nem sequer percebia o tempo passar, tal era a sua absorção pelo serviço e pela enorme vontade que tinha de vencer a todos os obstáculos. Nas suas noites, depois da dureza do serviço pesado da estrada. Pedro recostava a cabaça na rede em que dormia, e pensava no Maranhão, sonhando com o dia em que poderia enviar as passagens para que a família viesse lhe fazer companhia necessária. Para isso ele trabalhava. Escreveu cartas para casa, contando as suas experiências, e na terceira correspondência já estava enviando as passagens aéreas para que sua família também viesse, para que ficassem juntos.

A inteligência de Pedro o mantinha sempre alerta e diversos trabalhos de desmatamento para o plantio de roçados foram aparecendo, o que veio a melhorar as condições do sertanejo Pedro Costa. Ate que certo dia, Pedro conheceu as matas virgens do Alto Alegre, anteriormente a continuidade da propriedade do fazendeiro João Sinézio, morador da região de campo bem próximo à mata, Pedro, falando com o fazendeiro, percebeu que aquela região de mata não tinha dono eram terras devolutas.

Era o ano de 1971, e Pedro Costa depois de encontrar seu verdadeiro lugar fez ali a sua primeira barraca, pondo-se a trabalhar a terra com ajuda dos irmãos, numa união perfeita. No entanto, o pioneirismo de Pedro serviu para que outros aventureiros, como ele e seus irmãos, descobrissem aquela região tão boa para o planalto. Assim, aos poucos foram chegando novos produtores, ávidos por um pedaço onde pudessem plantar e colher. Sempre chegando mais gente, maranhenses como Pedro, fizeram da casa deste sertanejo e o seu ponto de apoio, e a hospitalidade de Pedro Costa e seus irmãos nunca foram negados a nenhum dele, coco ainda ocorre hoje com todos aqueles que o procuram. Aos necessitados de apoio Pedro sempre tem uma palavra amiga e um conforto, e para os que precisam da sua ajuda material ele sempre tem um pouco a dividir com quem necessite. Assim é Pedro Costa.

A noticia, que corria solta, de que ali havia terra excelente e um maranhense amigo, fez com que o Alto Alegre fosse um lugar muito procurado apesar das dificuldades de acesso da época. Por onde Pedro e seus irmãos abriram caminho à base do terçado o governo do Território construiu uma estrada, criando ali uma colônia agrícola e dando-lhe o nome de Alto alegre, nome dado por Pedro e sua família. Iniciava-se ali, uma liderança espontânea e verdadeira.

O grande apoio dado pelo então governador do Território, o Coronel- Aviador Fernando Ramos Pereira. A colônia do Alto Alegre, percebendo vocação natural daquelas terras e a enorme vontade daquelas que habitavam, transformou a região num dos maiores pólo de desenvolvimento a partir de 1976, no Território. A ausência de estudos e de diplomas escolares não tirou jamais os méritos de Pedro Costa que pela sua obstinação, pela sua inteligência e pelo trabalho realizava, alem da liderança natural que exercia sobre os habitantes da nova colônia, lhe valeram a nomeação como o primeiro administrador da pequena vila. Isso começou a mudar os rumos daquele homem simples. Aos poucos Pedro Costa Consolidava a sua liderança que, aos poucos, adentrava no mundo política.

Em pouco tempo a colônia se transformou muna cidade, e mais tarde em município. Pedro, sempre subindo, foi o seu primeiro Prefeito, nomeado com todas as honras a que tinha direito. No lar tudo continuava tranquilo, com dona Rosimar cuidando dos filhos e da casa. Além de zelar pelas boas amizades que o marido sempre procurava fazer. Sua casa continuou o centro da cidade, o que perdura ate hoje e lá não há distinção entre governador ou peão. Todo tem de Pedro Costa e sua família um tratamento igual. Dona Rosimar, com a simpatia que desfruta no seio da sociedade local, candidatou-se a vereadora, elegendo-se sem dificuldade. É a primeira mulher do Alto Alegre a conseguir uma posição de destaque na política do lugar apoiando firmemente o marido. Atualmente, Pedro Costa é sem a menor duvida, a maior e mais expressiva liderança política do Alto alegre e esta dirigindo todo o seu poder de jogo para o candidato Alcides Lima, da coligação da Frente Social Liberal, e que segundo ele terá uma votação excelente na região.