O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) promoveu, em parceria com outras instituições, uma série de oficinas de educação ambiental voltadas para povos indígenas de Roraima. A iniciativa, que está em sua primeira etapa, reuniu 233 participantes de oito Terras Indígenas do estado.
As atividades foram conduzidas pela Equipe de Educação Ambiental e pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e das secretarias municipais de Meio Ambiente de Boa Vista, Cantá, Pacaraima e Amajari.
Participaram indígenas das etnias Macuxi, Wapichana, Taurepang e Sapará, das Terras Indígenas Serra da Moça, Truaru da Cabeceira, Malacacheta, Manoá Pium, Jabuti, Raposa, São Marcos e Aningal. Durante as oficinas, foram debatidos temas como mudanças climáticas, biodiversidade, uso do fogo, descarte de resíduos sólidos e os impactos ambientais provocados por gases de efeito estufa.
“As Terras Indígenas são áreas de alta biodiversidade, fundamentais para a conservação da floresta e dos ecossistemas. Por isso, é essencial preparar as comunidades para os eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas”, afirmou a educadora ambiental do Ibama, Airlene Carvalho.
Além do conteúdo teórico, os participantes realizaram atividades práticas e lúdicas. Uma das dinâmicas envolveu a identificação de tipos de lixo presentes nas comunidades e a busca por soluções sustentáveis. A ausência de coleta regular de resíduos foi apontada como um dos principais desafios, o que tem levado ao descarte inadequado, por meio da queima ou do enterramento.
As oficinas também incluíram capacitação sobre o manejo do fogo e orientações sobre a comunicação com as brigadas em caso de incêndios florestais. A coordenadora da Defesa Civil de Amajari, Francisca das Chagas Soares, destacou a relevância do tema. “Esse tipo de aprendizado é essencial para que as brigadas atuem de forma mais eficaz”, disse.
Segundo o vice-tuxaua Andelino Marcos, da etnia Macuxi, as propostas discutidas durante as oficinas serão levadas à assembleia geral dos povos indígenas. “Queremos criar projetos e buscar parcerias para melhorar a nossa comunidade”, afirmou.
Para a técnica ambiental do Prevfogo-RR, Marlene Pinho, o objetivo é fortalecer o papel das lideranças indígenas na conservação ambiental. “Foi uma preparação de multiplicadores para orientarem suas comunidades na adoção de práticas sustentáveis”, explicou.
O superintendente do Ibama em Roraima, Diego Milleo Bueno, defende a continuidade das oficinas como forma de apoiar as iniciativas das próprias comunidades. “Nosso objetivo é promover a preservação dos recursos naturais com respeito à cultura e à autonomia dos povos indígenas”, afirmou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
