O consumo de proteína virou uma obsessão moderna. Barras, shakes, pós e alimentos enriquecidos com o macronutriente estão presentes nas prateleiras dos supermercados e academias. No entanto, uma nova análise publicada na Austrália alerta: a maioria das pessoas já consome proteína em quantidade suficiente, e o excesso pode não trazer os benefícios esperados.
A recomendação vem de nutricionistas e pesquisadores que estudaram os hábitos alimentares de adultos em diferentes faixas etárias e estilos de vida. Segundo o levantamento, mesmo quem pratica exercícios com regularidade costuma atingir a meta diária de ingestão de proteína apenas com refeições tradicionais, como carnes magras, ovos, laticínios, leguminosas e grãos integrais.
O problema é que muitos acabam substituindo alimentos naturais por produtos ultraprocessados com rótulo de ‘alto teor de proteína’, sem necessidade real. De acordo com as diretrizes internacionais, adultos saudáveis precisam, em média, de 0,8 a 1,2 gramas de proteína por quilo de peso corporal por dia, o que pode ser facilmente atingido com três refeições equilibradas. Para atletas e idosos, essa recomendação pode aumentar, mas sempre com orientação profissional.
Embora a proteína seja essencial para a manutenção da massa muscular, recuperação celular e saciedade, seu consumo exagerado pode trazer desequilíbrios no prato. Isso porque o excesso geralmente reduz o espaço para outros grupos alimentares igualmente importantes, como frutas, verduras, fibras e gorduras boas.
Além disso, muitas barrinhas e suplementos contém aditivos, adoçantes e poucas vitaminas, o que compromete a qualidade geral da dieta. A avaliação é que trocar uma barra de proteína por uma porção de frutas ou vegetais ricos em fibras pode trazer mais benefícios digestivos e metabólicos.
Os especialistas sugerem que a variedade deve ser o novo foco da alimentação saudável. Frutas como maçã, banana, morango e kiwi são excelentes fontes de fibras e antioxidantes. Leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico oferecem proteína vegetal e contribuem para a saúde intestinal. E os peixes oleosos, como salmão e sardinha, combinam proteína com ácidos graxos benéficos, como o ômega‑3.
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