A Empresa Voare Táxi Aéreo afirmou, em nota divulgada nessa quarta-feira (9), que o helicóptero envolvido no acidente ocorrido no último domingo (7), durante uma missão aeromédica na região de Surucucu/Arathau, transportava cinco pessoas no momento da queda. A nota foi emitida após relatos de que haviam mais pacientes dentro da aeronave.
“A aeronave decolou da comunidade Parima com quatro ocupantes a bordo: o piloto Silvio Cláudio Campos de Souza, o assistente de piloto Ronaldo Gomes de Oliveira, o profissional de enfermagem da Sesai, Thiago Wilker da Silva de Matos, e um indígena que auxiliava na localização do ponto de pouso e desembarcou ao chegar ao local”, informou a empresa.
De acordo com o comunicado, dois pacientes indígenas foram embarcados no retorno, totalizando cinco pessoas. “Quaisquer informações divergentes destas são inverídicas”, reforçou a empresa, acrescentando que “segue colaborando com as autoridades competentes e está empenhada para o esclarecimento dos fatos”.
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O acidente resultou na morte de dois indígenas Yanomami, de 78 e 80 anos, que estavam sendo transportados para atendimento de saúde na região. De acordo com o Ministério da Saúde, a bordo também estava uma criança de 9 anos, que teria sofrido queimaduras leves e foi encaminhada para o Hospital Santo Antônio, em Boa Vista.
Urihi contesta versão
A versão da empresa, no entanto, foi contestada pela Urihi Associação Yanomami. Em nota divulgada nesta quinta-feira (10), a entidade afirmou que, com base nos relatos dos sobreviventes que estão sob cuidados na Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, havia 12 pessoas a bordo — incluindo crianças, idosos Yanomami e profissionais de saúde.
“Esse dado diverge das informações inicialmente divulgadas pela empresa, que mencionava apenas cinco ocupantes”, afirmou a Urihi. A associação disse ainda que o caso mobilizou comunidades Yanomami, que cobram justiça, transparência e responsabilização. “A Urihi Associação Yanomami se coloca à disposição para colaborar com as investigações e reforça a importância de ações conjuntas, coordenadas e céleres, com o objetivo de garantir os direitos e a dignidade do povo Yanomami”.