Rapaz… Não estava nos meus planos de ontem a noite ir ao cinema assistir Superman. Salario já foi nas contas do mês, o décimo terceiro também já se foi… mas aí surgiu meu irmão me chamando de surpresa para ver o filme. E Dimitri… EU TE AMO!
Mas tá, passado esse desabafo, vamos focar no que interessa: o novo filme do Superman. Não espere encontrar aqui uma crítica de cinema profissional, super profunda, com analises de conceitos subliminares ou algo que valha… Isso eu deixo pra quem entende disso. O máximo que posso fazer nesse quesito é tentar evitar spoilers tanto quanto der. Este texto está mais para o relato de um fã satisfeito com a experiência de um novo filme do seu herói favorito. E não se deixe enganar, apesar do meu lado fã se o filme fosse ruim, eu lhes diria. Então como já deve estar óbvio, adianto que sim, o filme é bom! Na verdade o filme é ÓTIMO! Sim, em maiusculo mesmo. Mas… por que esse filme é bom?
Não é apenas um filme de super herói, mas um filme de quadrinhos!
Essa é a melhor forma de definir Superman. Em uma época em que cada vez mais os filmes de super herói buscam ser realistas, explicar de forma crível as loucuras que acontecem nas histórias (olá Marvel e sua “nanotecnologia”), Superman não se importa muito com isso. O que funciona, já que permite ao filme se focar na história que quer contar, sem perder tempo (e imersão) com explicações desnecessárias como: “de onde o Lex Luthor tirou esse monstro? E por que ele cresce tanto em tão pouco tempo? Como funcionam esses portais para outro universo?”. A resposta para essas perguntas não interessam ao filme, somente o fato de que o monstro é uma distração para o herói, e funciona perfeitamente (seja para o filme, ou para o plano do Lex).
O filme se rende aos exageros dos quadrinhos, mas sem ser ridículo. E mesmo quando é ridículo, não tem problema, não tem estranheza. É um filme que não tem vergonha de suas origens. E acima de tudo, o Superman do filme, é Superman dos quadrinhos. Não estou falando de continuidade,de universo A ou B, falo de tom. Aqui temos um caa certinho, mas sem ser chato. Temos um personagem que tenta ao máximo fazer as coisas do jeito certo, mesmo tento suas falhas e conflitos internos e externos. Então se assim como eu você sentia saudades de um Superman que salvava gatinhos as árvores e é adorado pelas crianças, esse é o seu filme.
Ah, e claro que não vão faltar diversas referências aos quadrinhos que todo bom fã espra em uma produção dessas. Algumas são bem obvias, mas para outras recomendo que estejam bem atentos (ou assistam ao filme novamente, é bom demais!)
Melhor Lex Luthor dos cinemas!
O que falar desse Lex Luthor que mal conheço e já considero pacas? Que cabeça de desodorante rolon maldito! É inteligente, maquiavélico, arrogante e elegante, como um bom(?) Lex Luthor deve ser. Apesar de experenciarmos versões mais “jovens” ou até iniciais desses personagens, Nicholas Holt entregou uma atuação excelente no papel doo vilão.
É totalment convincente. E eu dúvido você não ter ódio desse careca em ma cena bem específica do filme. Quando assistir vai entender. Quem tina dúvida fosse pela escolha do ator, ou qualquer outra razão pode ficar tranquilo, o careca está bem representado. De fato temos um Lex Luthor no filme, e nao um amálgama bizarro de Luthor e Coringa como foi a versão do Jesse Eisenberg.
Apresentando o novo Universo DC nos cinemas
A essa altura do campeonato todo mundo já conhece a história de origem do Superman e foi um grande acerto do James Gunn não contá-la mais uma vez. Deixaria o filme inchado. Aqui somos apresentados a um universo onde os meta-humanos já são de conhecimento público há pelo menos 300 anos. Afinal a DC tem personagens cujas as histórias se passam em períodos beeeem no passado, além de já abrir margem para a adptação de outros que mesmo sendo tão antigos, ainda atuam nos dias de hoje (eu ouvi um “Mulher-Maravilha? Hehehe…).
O próprio Superman já está em atividade há cerca de 3 anos, já existem equipes (de certo modo) nesse universo. Super-heróis e vilões já são algo comum no dia a dia. E todos nós, espectadores, já somos acostumados a essa ideia seja pelos quadrinhos, ou pelos filmes e séries desses personagens nas ultimas décadas. Então apresentar um mundo onde essas pessoas já estão em atividade acaba sendo até mais natural.
Não tem heróis demais?
Sr. Incrível, Mulher-Gavião, Lanterna Verde Guy Gardner, Metamorfo, Engenhera, Krypto e Supergirl (sim, ela aparece, mas apenas brevemente) além do personagem título. Daria até pra pensar que já se trata de uma preparação para um futuro filme da Liga da Justiça, mas não é esse o caso. Apesar de que temos um começo disso. Todos esses personagens tem os seus momentos de destaque (principalmente o Sr. Incrível com uma das melhores sequências de ação do filme) mas sem roubar o brilho do protagonista.
Afinal, se a ideia era apresentar um universo onde já existem super-heróis, nada mais justo que alguns deles aparecerem, né? Assim já resolve aquela questão “Ah, mas onde estava herói X quando o heróis ou heropina Y cuidava de um problema?” Na verdade, uma cena do filme até brinca com essa questão de forma breve mas bem perceptível.
Krypto
Ok, eu sei ainda pouco falei que todo mundo tem seu destaque em roubar a cena, mas no caso do Krypto, o super-cão acaba sim roubando a cena em alguns momentos, mas vá la… é um cachorro! E com super poderes! Dá um desconto.
As melhores cenas de comédia do filme envolvem o canino kriptoniano. E com certeza todo mundo que tem cachorro em casa vai acabar se indentificando com os problemas que o Superman encara por causa dele.
Relações
Agora sendo um pouquinho mais profundo nesse relato, é preciso elogiar como o filme trabalha as relações. Clark Kent e Lois Lane já tem um relacionamento há 3 meses, e a quimica entre os personagens de Coreswet e Brosnahan é excelente. Mas as relações que mais merecem destaque são a de Clark com seus pais, e as de Superman e sua origem kriptoniana, que serve como ponto de virada para o enredo do filme.
Admito que deixei as lagrimas saírem na interação de pai e filho entre Jonathan e Clark. Pruitt Taylor Vince entregou um “Pa” (forma carinhosa que ele é chamado por Clark e Martha) infinitas vezes superior ao de Kevin Costner em “O Homem de Aço”. Sério, até hoje não me desce pela garganta um Jonathan Kent que incentiva o filho a se esconder ao invés de ajudar os outros com os dons que tem.
É justamente essa relação que reforça o lado humano do personagem Superman, que mesmo sendo um alienígena, se vê como qualquer um de nós.
Mas de alguma coisa tu tem que reclamar, né?
É, afinal nem tudo é perfeito (por mais que esse filme chegue bem perto disso). Falando particularmente, senti falta de um pouco mais do “Clark Kent”, mas nos momentos que aparece, a identidade secreta é bem usada, bem aproveitada.
Por fim…
Tanto eu como Dimitri saímos da sessão felizes com o resultado final. A direção e roteiro de James Gunn são o vendaval de esperança e otimismo que o gênero de super-heróis precisa. As atuações de David Coreswet, Nicholas Holt, Rachel Brosnahan, Nathan Fillion e demais me deixaram animado e ansioso para ver mais desses personagems no futuro.
Sendo bem honesto, eu não vi uma única pessoa na sessão que fomos sair da sala reclamando do filme, ou com cara de quem não gostou. Todos estavam contentes, divertidos com a experiência que tiveram. E acredite, nem de longe os trailers divulados entregam a trama do filme.
Na verdade, até fiquei surpreso de ver em que momentos ocorrem certas cenas que nos foram apresentadas durante a divulgação. Então se você perguntar a mim se vale a pena ou não assistir a Superman, eu pergunto de volta: Tá fazendo o quê que ainda não comprou seu ingresso?