O prefeito de Uiramutã (RR), Tuxaua Benísio (Rede), decretou situação de emergência nas áreas afetadas pela cheia do igarapé Woosa. O curso d’água fica na vicinal Caracaranã, na comunidade indígena Willimon.
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Ao adotar a medida nessa terça-feira (1º), o gestor considerou relatório da Defesa Civil estadual que constatou o isolamento de 22 comunidades que reúnem 3.583 pessoas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou, na região, o acúmulo de até 90 milímetros de chuvas. Além disso, prevê pancadas de chuvas na cidade até domingo (6).
Conforme o Censo 2022 do IBGE, a cidade tem 13.751 habitantes, sendo 96% indígenas. Assim, a cheia afeta 26% da população do Município mais indígena do Brasil.
A enchente destruiu a ponte da região. Isso interrompeu a circulação de veículos e pedestres, e inviabilizou o transporte escolar e o escoamento da produção agrícola.
A vicinal Caracaranã é passagem para 29 comunidades, que somam 7.237 pessoas.
Assim, a Prefeitura decretou emergência por sugestão da Defesa Civil para construir urgentemente uma nova ponte de dez metros sobre o igarapé Woosa.
Sem essa passagem, os moradores, então, se arriscam ao passar por dois desvios na região. Enquanto isso, a Prefeitura auxilia na manutenção desses caminhos.
“Há a preocupação com o transporte escolar que não tem como passar no inverno, prejudicando os alunos que necessitam dessa rota específica para translado a instituição de ensino”, destaca a Defesa Civil do Estado no parecer sobre a diligência presencial feita em 23 de junho.
O diretor da Defesa Civil estadual, coronel Cidinei Lima, classificou a situação do Município como a mais crítica do Estado atualmente.
“Colhemos as queixas de lá, e temos muitas pontes e estradas bloqueadas. Com a Defesa Civil de Uiramutã, estamos trabalhando na decretação de situação de emergência, e a Seinf [Secretaria Estadual de Infraestrutura] está no Município realizando reparos nas principais estradas naquela região”, pontuou.
Decreto acelera construção de ponte
Com o decreto de Uiramutã, todos os órgãos municipais irão atuar para construir a nova passagem sobre o igarapé, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Obras.
A medida válida por 90 dias também autoriza a Prefeitura a contratar serviços e adquirir bens para atender a emergência sem a necessidade de licitação.
O secretário municipal de Obras, Silvano Alves, afirmou que a nova ponte será de madeira, e que a obra custará mais de R$ 200 mil com recursos próprios do Município.