AFONSO RODRIGUES

A grandeza não é física

“O grande homem mostra sua grandeza, pela maneira como trata o homem pequeno”. (Thomas Carlyle)

No início da década dos sessentas do século passado, foi verdadeiro rebuliço, tais pensamentos. Era muito raro ver-se um grande homem respeitar um pequeno homem. E isso porque não se trata do tamanho físico do homem, mas a função que ele exercia no seu trabalho. Mesmo assim, o hábito perdurou por muito tempo, mesmo depois da criação das Relações Humanas. O que foi uma mudança respeitável nos ambientes profissionais. E eu me sinto muito feliz em ter vivido aquele momento. Foi realmente um rebuliço na educação profissional. Eu já estava me desenvolvendo no ambiente profissional da indústria. Eu trabalhava na Coldex, em São Paulo, quando iniciamos a tarefa. E você não imagina o quanto me senti feliz em poder, através do meu trabalho, mostrar para o operário, o quanto ele seria mais respeitado, a partir daquele momento. Uma tarefa dificílima, num ambiente onde o operário era visto como de segunda categoria. O que indica o homem pequeno.

Depois da introdução do Controle de qualidade no trabalho, acompanhado com as Relações Humanas no Trabalho e na Família, tudo mudou. Mesmo assim inda tivemos certa dificuldade em fazer o operário se adaptar à presença do inspetor de qualidade. E, acredite se quiser, mas foi aí que progredi, profissionalmente. Aperfeiçoei-me, com respeito ao “homem pequeno”. Já lhe falei, do dia em que recebi visita do inspetor de qualidade de uma Empresa Paulista. Ele me falou:

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– Não consigo ver como você, com apenas seis auxiliares, consegue produzir uma qualidade nesse nível. Quando eu tenho o triplo de auxiliares e não consigo.

Sem nenhuma má vontade, respondi:

– Não é uma questão de quantidade, mas de qualidade.

Ele entendeu a resposta e riu com sinceridade. E uma das maiores dificuldades que os inspetores de qualidade enfrentaram, à época, era exatamente essa. A importância que a profissão dá à pessoa que a executa. Vem daí o pensamento do Swami Vivecnanda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la”. Durante as duas décadas de experiencias que vivi depois do conhecimento, presenciei exemplos notáveis na transformação, no comportamento, tanto do “homem grande”, quanto do “homem pequeno”. Já falei deles, por aqui. Vamos dar mais importância ao comportamento no trabalho, do que ao valor que lhe damos. O que lhe dá o valor que você merece não é o que você faz, mas como você faz. E tudo que fazemos de melhor, pode ser melhorado na próxima feitura. Faça sempre o melhor em si. Pense nisso.

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