Cotidiano

Tribo indígena Pirititi tem 50 membros e fica na divisa das terras Wamiri-Atroari

Funai está fazendo um levantamento territorial de caça e pesca dos Pirititi para que a terra deles seja demarcada

O coordenador-geral da Frente de Proteção Yanomami e Ye’kuana, da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Catalano, disse ontem que já foram confirmados dois grupos indígenas isolados em Roraima. O mais recente, os índios Pirititi, vivem no Sul do Estado, próximo da divisa com o Amazonas e o Pará, nas extremidades da Terra Indígena Waimiri-Atroari. São mais de 50 índios.
A Funai continua fazendo um levantamento territorial de caça e pesca dos Pirititi para que a terra deles seja demarcada. “As expedições ainda acontecem e o processo é demorado. É bom explicar que esses índios optaram pelo isolamento, mas são cidadãos brasileiros, como nós”, observou.
Catalano informou que os estudos sobre os Pirititi estão sendo coordenados pela frente Waymiri/Atroari, da Funai amazonense. “Por isso, não posso dar mais detalhes desse grupo isolado. Só posso adiantar que os trabalhos para demarcação continuam”, frisou.
Além dos Pirititi, o coordenador também disse que a Funai trabalha para confirmar a existência de mais 10 grupos de índios isolados em Roraima. E a cada confirmação, uma nova demarcação, avisou. “Já temos a referência que existem, mas ainda precisamos confirmar”.
Catalano lembrou que o Brasil assinou um compromisso com a ratificação da OIT 169 (Organização Internacional do Trabalho) em respeitar as tradições indígenas. Ele lembra ainda que cada grupo indígena é único. “Se é lei tem que ser respeitada e cumprida”, observou.
AMAZONAS – A Folha tentou contato telefônico, ontem à tarde, com a Frente de Proteção Etnoambiental Waymiri/Atroari, da Funai amazonense, mas não obteve êxito.
Este mês, o Ministério Público Federal (MPF) amazonense entrou com uma ação na Justiça e conseguiu suspender as obras de construção da linha de Tucuruí, no Pará, que corta o Amazonas, mas a ação foi derrubada. A rede de transmissão de energia elétrica, que passa por dentro da terra indígena Pirititi, pode interligar Roraima ao sistema nacional. (AJ)

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