Cotidiano

Hackers prejudicam atendimento direto aos consumidores da Telefônica-Vivo

A empresa ativou o protocolo de segurança, prejudicando o atendimento direto aos SACs

O mundo acordou nesta sexta-feira (12), com ataque virtual ao sistema da multinacional espanhola Telefônica – dona da marca Vivo no Brasil. Os hackers responsáveis pelo ataque de um vírus, exigiram “resgate” em moeda virtual paralela, difícil de ser rastreada. É conhecida no sistema virtual como bitcoins.

Os hackers cobram Ƀ 300 ou seja, € 500 euros por computador infectado para reativar o sistema. Ao detectar o vírus, a empresa de telecomunicações, por meio da Central de Segurança da Informação (CSI), desligou os computadores da sede central em Madrid (Espanha) e ativou o protocolo de segurança.

A medida afetou o serviço interno de atendimento aos clientes em centenas de centrais da Telefônica, incluindo as brasileiras. Segundo o Procon Boa Vista, o problema prejudicou o atendimento direto aos consumidores que não podem acessar o Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC, ouvidorias e órgãos de Defesa do Consumidor, interligados ao servidor central em Madri.

“No momento, os consumidores que necessitem de atendimento ao cliente – SAC da Telefônica-Vivo não terão como resolver suas demandas, por falta de acesso de seus funcionários ao sistema. A orientação é aguardar novas informações, uma vez que se encontra em protocolo de segurança. Assim que detectaram o vírus na Espanha, eles foram orientados a desligar a sua sede central com servidor em Madri. Com isso, os sistemas ligados aos Procons não funcionam”, disse a Secretária Executiva do Procon Boa Vista, Sabrina Tricot.

Sabrina Tricot disse ainda, que apesar do problema ser preocupante, para aqueles que vão precisar de algum tipo de serviço, não é motivo para alarde, pois a empresa já está trabalhando para evitar maiores prejuízos aos consumidores, e recuperar todo o sistema de comunicação. Não há previsão para a retomada do sistema. Por enquanto, segundo a empresa, o ataque não atingiu os serviços de internet, telefone fixo ou telemóveis da Telefônica”, comentou.

Em nota, a Vivo/Telefônica no Brasil informou que a empresa “sofreu uma invasão na sua rede e em virtude do fato, todos os acessos aos sistemas e e-mails estão proibidos”. Por isso, não conseguirá tratar as demandas dentro do prazo, especialmente as CIP’s eletrônicas, usadas nas reclamações dos consumidores, uma vez que não há previsão de retorno a rede, pois o “evento ocorreu em nível global na Telefônica e acreditam que somente na segunda-feira o sistema pode ser liberado”, informou a assessoria da Vivo/Telefônica.

A empresa informou também que os seus canais de contato por telefone foram comprometidos, dificultando ainda mais a comunicação e tratativas de atendimento junto aos Procons de todo o País. Diante desse cenário, a Vivo/ Telefônica solicitou aos Procons integrados ao Sindec, a prorrogação das Cartas de Informações Preliminares – CIP’s eletrônicas.

O Ataque no Brasil e Europa

O sistema da empresa de telecomunicações entrou em protocolo de segurança por volta das 8h (horário de Brasília), desta sexta-feira (12). No Brasil, o vírus desconhecido afetou computadores no portal da empresa em Curitiba – Paraná, deixando o monitor azul. Alguns equipamentos receberam uma mensagem que pedia o pagamento de uma quantia em ‘bitcoins’.

Essa mensagem foi recebida por funcionários, que desde cedo não puderam ligar os computadores. Os cabos de rede foram todos desligados por orientação da Central de Segurança da Informação (CSI) de Madri.

A rede corporativa da Telefónica, com sede na Espanha, confirmou que este é um ataque ‘ransomwaremaciça’ e atinge várias organizações, realizado através da exploração de uma vulnerabilidade no fonte Windows. Nos ataques do tipo ransomware, o equipamento é feito“refém”, ficando inutilizado. Uma espécie de resgate, em bitcoins, é cobrado da vítima para que o aparelho possa ser usado novamente.

Informações extraoficiais sugerem um ataque originado na China. Embora a imagem mostrada nos computadores sugira o resgate de Ƀ 300 ou 300 bitcoins por computador infectado, ou seja, € 500 euros por unidade infectada.

O ministério da Energia da Espanha informou que o ciberataque não compromete a segurança dos dados, nem se trata de um vazamento de dados. Os ataques também atingiram o Serviço Nacional de Saúde (NHS), no Reino Unido, e causou o cancelamento de consultas e atendimentos em diversos hospitais ao redor do país. Mais de 11 países foram alvos dos ataques nesta sexta-feira (12). As origens do ataque ainda não foram desvendadas.

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