Cotidiano

Igreja Católica lança Campanha da Fraternidade 2017 e inicia Quaresma

Missa realizada pela Igreja Católica na Quarta-Feira de Cinzas dá início aos 40 dias de preparação para a Páscoa

A Diocese de Roraima anunciou, ontem à noite, o lançamento da Campanha da Fraternidade 2017 e o início da Quaresma. Os eventos fazem parte da tradicional missa da Quarta-Feira de Cinzas, realizada na Catedral Cristo Redentor, na Praça do Centro Cívico. As demais paróquias e igrejas do Estado fizeram seus lançamentos nos períodos da tarde e noite. Tanto a campanha quanto o período da Quaresma se estendem até o dia 16 de abril, quando será celebrada a Páscoa.

O bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, disse que todas as comunidades católicas já receberam o texto-base da campanha, cujo tema deste ano é “Biomas brasileiros e cuidado da vida”, e o lema é “cultivar e guardar a criação”. Após o estudo e a reflexão, agora será a vez de eleger ações que promovam o assunto dentro do meio católico e fora dele.

“Nosso desejo é que esta formação chegue às escolas, instituições e associações. Queremos ter atitudes responsáveis pelo descarte do lixo, uso de energia e água. Queremos exigir do poder público o saneamento básico, cuja falta é causa de problemas de saúde e meio ambiente. Ainda pretendemos apregoar o desmatamento zero e auxiliar organismos que defendam a vida de todos os tipos. O que Deus criou não consegue suprir a ganância do ser humano, mas é o suficiente para toda a vida humana”, declarou o bispo.

QUARESMA – A prática da Campanha da Fraternidade, que é realizada desde 1960 no Estado, sempre tem a ver com o exercício da Quaresma, afirma o bispo. “O período é de conversão, alegria e esperança. Caminhamos para a Páscoa, para a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte. É um tempo de missão, de caminhar olhando para frente”, disse.

A Igreja Católica segue três atitudes consideradas fundamentais para vivenciar a Quaresma: a oração (pedir aquilo que está no coração de Deus), o jejum (deixar de fazer algo que lhe traz prazer, em prol de um bem maior) e a esmola (levar uma vida de solidariedade). “Não é deixar de comer hoje para encher a barriga amanhã, nem dar uma moedinha aqui e acolá. É ter uma atitude”, ressaltou o bispo.

Celebração da Quarta-Feira de Cinzas vem do Antigo Testamento da Bíblia

Segundo a organização Arautos do Evangelho, no Livro de Jó, no Antigo Testamento da Bíblia, é encontrada a referência para a Quarta-Feira de Cinzas: todos os considerados pecadores se apresentavam em um dia específico para os sacerdotes, vestindo sacos e pondo cinzas em suas próprias cabeças.

O que começou como penitência, se tornou uma tradição entre os fiéis por representar a humildade do ser humano diante de Deus: as cinzas lembram que o ser humano veio do pó e ao pó retornará. O costume marca ainda a misericórdia divina em perdoar quem se humilha e se arrepende.

Hoje, a data é celebrada sempre no final do Carnaval, com uma missa em que o padre coloca cinzas na cabeça dos fieis. Estas cinzas são retiradas dos ramos queimados no Domingo de Ramos do ano anterior, sempre celebrado junto com a Páscoa.

‘Faço mudanças simples, mas extraordinárias’, diz jovem fiel

Criada em uma família católica, a estudante Thainá Peres, de 25 anos, vivencia a Quaresma abdicando de atividades que lhe afastam da oração. Ela disse que faz mudanças simples, mas extraordinárias: trata as pessoas com mais amor, ouvindo mais e evitando conflitos ao silenciar seus próprios comentários.

Ela também disse que passa menos tempo navegando na internet e assistindo televisão. O consumo de carne vermelha também é reduzido e ela costuma ir à missa todos os dias. Neste ano, a jovem pretende reforçar ainda mais o tempo dedicado para a comunhão com Deus.

“São coisas do mundo que até são boas aos olhos de outros, mas que me atrapalham”, afirmou. Tendo um irmão morando numa comunidade católica no Estado de Goiás, Thainá Peres disse que a influência familiar foi importante, mas que acredita que seguiu sua trajetória também por força divina.

“É estranho para quem não é católico, mas eu respeito, porque nem todos conhecem nossa prática. Se a pessoa me pergunta sobre o jejum, eu falo, mas não costumo demonstrar para todos que estou praticando a Quaresma. Apenas me alegro mais. Alguns amigos meus que não são católicos até brincam que só vão fazer jejum quando estiverem velhos”, comentou. (NW)  

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